Argentina| Participe do ato internacional do 1º de Maio da LIT-QI

Tradição de luta do movimento operário
Neste 1º de maio a luta que estabeleceu o Dia Internacional dos Trabalhadores completa 134 anos. Em 1886, trabalhadores dos Estados Unidos lutavam pela redução das extenuantes jornadas de exploração. Após greves de mais de 400.000 trabalhadores, conseguia-se uma das mais lembradas vitórias do movimento operário, a jornada de 8 horas de trabalho.
Por: PSTU-Argentina
Mas assim como hoje os regimes atacam aqueles e aquelas que lutam. Em Chicago, onde a burguesia tentava resistir ao avanço dos trabalhadores, houve sangrentas repressões e 21 grevistas foram levados a julgamento. Foram condenados à morte após uma farsa de julgamento. Eles são os que lembramos hoje como Os Mártires de Chicago.
A partir de 1889, a Segunda Internacional tomou essa data como um dia de luta, em homenagem aos mártires e à luta dos trabalhadores. Esta data representa a tradição de luta dos e das trabalhadoras.
Um ano depois, em nosso país, o movimento operário celebrou o primeiro ato de 1º de Maio. Depois disso, apresentaram uma lista de reivindicações que dormiu um sonho eterno nos arquivos do Congresso da Nação, onde nunca foi debatido. Essas reivindicações iam desde a jornada de 8 horas, à proibição de trabalhos e sistemas prejudiciais à saúde dos trabalhadores e à inspeção das oficinas e fábricas por delegados pagos pelo Estado.
A divisão é entre empresários e trabalhadores
Este 1º de maio nos encontra em uma conjuntura muito particular. O mundo atravessa uma das crises econômicas mais profundas que já aconteceu e a pandemia do Covid-19 mostra que o sistema capitalista não pode resolver essa situação. Esta doença, que até agora levou a 170.000 mortes, atingirá seu “pico” em maio. O que significa que o pior da tragédia ainda não aconteceu.
Em todo o mundo, vemos os diferentes governos se posicionando de diferentes maneiras para o combate ao coronavírus. Temos Bolsonaro, que disse que se tratava “de uma gripezinha” e não tomou nenhuma medida preventiva, causando hoje um recorde de mortes no Brasil. Por outro lado temos Fernández, que impôs um isolamento, sem garantir a quarentena para o conjunto dos trabalhadores e do povo, e dia após dia vem cedendo à pressão dos empresários, que querem ver o tamanho da fatia que podem obter nesta crise.
No entanto, temos uma das maiores taxas de contágio dos profissionais de saúde. Nos hospitais começam os conflitos devido à falta de suprimentos e de política de Estado. E os contágios entre os trabalhadores começam a se desenvolver à medida em que são liberados setores de trabalho. Diante disso, os patrões demitem e suspendem, reduzem os salários e ameaçam demitir mais.
Por isso, mesmo que tenhamos governos mais “populistas” ou de direita, todos defendem os lucros acima da vida. O capitalismo, nesta crise, está demonstrando que não pode resolver as necessidades do conjunto dos trabalhadores e do povo pobre.
Em defesa da vida e não do lucro
O que precisamos é garantir a saúde através do isolamento social para o conjunto da classe trabalhadora e o povo pobre. Precisamos defender a vida, antes de qualquer lucro.
Na contra face do cenário mundial, os trabalhadores se organizam para defender suas conquistas e suas vidas.
Na Itália, um dos países mais afetados pela pandemia, operários das indústrias automotivas, têxteis, químicas, entre outros ramos, entraram em greve exigindo parar o trabalho e a proteção necessária para impedir a propagação do vírus.
No Chile, a Primeira Linha se organiza para desinfetar o transporte público, na ausência de medidas de prevenção por parte de Piñera. No Brasil, os panelaços exigem Fora Bolsonaro!
Em nosso país, os trabalhadores da Felfort, Penta, mineiros, Sealy, metrô, entre outros, enfrentam as patronais que não fazem quarentena, despedem, não pagam salários e não cuidam da saúde dos empregados. São eles que tomam o problema em suas mãos e bifurcam o caminho que deve seguir toda a sociedade.
A defesa da saúde, das condições de vida e dos trabalhadores e trabalhadoras está provando que não tem fronteiras. Para enfrentar o capitalismo, como sistema mundial, é necessário uma ferramenta que conecte os trabalhadores e trabalhadoras a uma mesma finalidade. Para acabar com esta pandemia, mas também com a fome, desemprego, pobreza, machismo, racismo e todas as opressões. Por isso, nós do PSTU, fazemos parte da Liga Internacional dos Trabalhadores. Uma ferramenta para a construção de um partido mundial dos trabalhadores para a revolução socialista. O único sistema que poderá resolver as contradições atuais.
Neste 1º de maio aproveitaremos as circunstâncias do isolamento para fazer um ato internacional, de maneira virtual. Com companheiros do Chile, Brasil, Itália e Estados Unidos, faremos uma comemoração da tradição dos trabalhadores. Mas também debateremos qual é a saída para esta crise e como podemos construí-la. Fazemos um convite especial para trabalhadores, mulheres, jovens, estudantes, desempregados, aposentados, a se unirem a essa transmissão na sexta-feira 1º às 14:00 pelo Facebook da LIT-QI e a participar com suas contribuições.
Tradução: Tae Amaru