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sexta-feira, março 29, 2024

Quem é Daniel Ruiz?

Daniel Ruiz é filho de uma família operária, seu pai era petroleiro. Órfão de pai desde os 8 anos, foi criado em um bairro muito pobre e em condições muito difíceis.

Por: LIT-QI

Desde muito jovem ele foi um ativista social em sua cidade natal, Comodoro Rivadavia, centro petroleiro da Patagônia argentina. No final dos anos 90 e início dos anos 2000, foi ativista e depois dirigente do movimento piqueteiro (trabalhadores desempregados organizados, que eram identificados por esse nome porque utilizavam o método dos piquetes para bloquear as rodovias e os acessos às fábricas).

Daniel encabeçou o setor de piqueteiros que não lutava por um subsídio social para desempregados, mas por um emprego digno. A partir desse momento ele se tornou um militante revolucionário, entrando na seção argentina do LIT-QI.

Parte da luta por trabalho foi a autogestão de fábricas e a ocupação da planta petroleira Termap em Caleta Olivia (também na Patagônia), que durou vários dias e levou à prisão, por quase um ano, de 8 ativistas, incluindo 3 companheiros de nossa corrente.

Quando começa a ter mais empregos, ele vai trabalhar em um frigorífico e na construção civil, até que consegue entrar em petroleiros. Entra no setor de perfurações, trabalhando na boca de poço, no meio do deserto da Patagônia, com temperaturas abaixo de zero e no meio dos fortes ventos característicos da região.

Após um período é eleito delegado sindical de seu setor e logo depois se torna um dirigente reconhecido da oposição, não só em sua categoria, ou em sua cidade, mas em diferentes conflitos e lutas onde chegava levando a solidariedade e impulsionando a organização e a construção de uma nova direção sindical antipatronal e antiburocrática.

Neste processo, Daniel tornou-se um importante dirigente nacional do PSTU (Argentina) e da Liga internacional dos trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI).

Uma das últimas lutas que encabeçou na Patagônia, foi a que realizou, com seus companheiros, para enfrentar as demissões, tomando os poços de petróleo por cinco heroicos dias, em pleno inverno. Ele está preso, mas a maioria de seus companheiros está trabalhando graças a essa luta, e os patrões e a burocracia não o perdoam.

Em 18 de dezembro de 2017, ele participou em Buenos Aires, juntamente com seu partido, na grande mobilização que enfrentou a política de reformas que atacavam o direito dos aposentados. Essa grande mobilização de massas foi brutalmente reprimida pelas forças de segurança, 5 manifestantes perderam um olho e houve um número significativo de presos e processados. Até mesmo o juiz que julga o caso fala de repressão exagerada.

Todos os processados, assim como Sebastián Romero, que continua perseguido e Daniel Ruiz, que foi preso em 12 de setembro, são acusados ​​do “terrível crime” de ter participado nessa mobilização e defendê-la, respondendo à brutal repressão policial com os recursos que dispunham como é o caso dos fogos de artifício, que tradicionalmente são levados às mobilizações na Argentina.

Não há dúvida, então, que uma política central do governo de Maurício Macri é a criminalização das lutas sociais.

Tradução: Lena Souza

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