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Especial Grécia-Syriza

VITÓRIA! O povo grego diz NÃO à proposta de mais austeridade da União Europeia

julho 6, 2015
Vejamos agora o que fará o governo de Tsipras e Syriza.

 

Neste momento, ainda não terminou a apuração do plebiscito realizado na Grécia sobre o mais recente ultimato da União Européia (UE), de mais austeridade, ou seja, mais arrocho e cortes de direitos da população. Mas, a esta altura da apuração, já é certa a vitória do não. Uma vitória muito importante do povo grego e de todos os que lutam ao redor do mundo contra a dominação que o sistema financeiro e o capitalismo exercem sobre nossas vidas. É preciso, agora, manter a mobilização popular, única garantia de que será respeitada a decisão tomada nas urnas.
O povo grego está fazendo o que está ao seu alcance para terminar de vez com a espoliação que vem sendo feita contra seu país pelo sistema financeiro europeu e norte-americano. Primeiro, realizou quase 30 greves gerais contra os planos de austeridade aplicados em seu país pelos governos anteriores a Tsipras. Depois, elegeu o governo encabeçado por Syriza em função de sua promessa de acabar com a austeridade. Agora vota “não” à proposta de mais austeridade da Troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional).

Agora, é preciso ver o que fará o governo do primeiro ministro Alexis Tsipras. Não se pode simplesmente seguir negociações que, na verdade, significam nada mais nada menos que aceitar as imposições do FMI e do BCE. Em maior ou menor grau, mas aceitar. O governo de Syriza, se quiser ser coerente com a decisão que o povo grego acaba de tomar, tem de fazer sua parte: precisa romper com a União Europeia, estatizar o sistema financeiro e estabelecer o controle de entrada e saída de capitais do país. E deve chamar o povo grego a sustentar essas medidas com a sua mobilização.

Essas são as condições mínimas para defender o país da chantagem imperialista, dos ultimatos do sistema financeiro europeu e norte-americano. A partir daí, precisa reorganizar a economia grega em função dos interesses dos trabalhadores e do povo em primeiro lugar, ainda que, para isso, precise estatizar as multinacionais e os grandes grupos econômicos instalados em território grego.

Não há como atender os interesses do povo grego e, ao mesmo tempo, do sistema financeiro e das multinacionais que controlam a economia em todo o planeta. Uma atitude corajosa e coerente do governo da Grécia, nesse momento, acompanhada de um chamado à solidariedade internacional, um chamado a que os povos europeus, em primeiro lugar, levantem-se também contra a chantagem dos bancos, vai criar as condições políticas para que a Grécia seja vitoriosa, em última instância, nesta queda de braço.

Depois das recentes eleições naquele país, o governo de Syriza tem adotado uma atitude vacilante frente à UE, aplicando, ainda que parcialmente, medidas que restringem direitos do povo grego para atender às exigências dos bancos. A última expressão disso foi a tentativa de aceitar um acordo com a UE às vésperas do plebiscito, que impunha mais sacrifícios aos trabalhadores gregos. Agora é preciso que esse governo diga efetivamente a que veio.

A palavra, agora, está com o governo de Syriza e seu primeiro ministro, Alexis Tsipras.

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