A 50 anos da revolução política na Hungria
De outubro de 1956 a outubro de 2006
A 50 anos da revolução protagonizada pelas massas húngaras contra o domínio do Kremlin, a imprensa imperialista continua colhendo os frutos do imenso duplo serviço que a buro
Dois adversários que se aproximam têm hoje uma enorme significação: o 23 de outubro de 1956, quando se iniciou essa revolução derrotada na Hungria e o 7 de novembro de 1917, quando triunfou a grande Revolução Russa. Porque assim como a vitória da revolução operária mudou a história do mundo no século XX, o estopim da revolução política na Hungria marcou o início da
No entanto, a derrota sofrida pela falta de uma direção revolucionária, explica que hoje, parte dos resquícios buro
Desde o rei da Espanha, herdeiro de Franco, até o “socialista” presidente da Alemanha e outros “defensores da liberdade” estiveram junto a ele nas cerimônias de comemoração daquele levantamento brutalmente esmagado.
1919: república dos conselhos operários e camponeses
Como resultado da primeira guerra mundial o derrotado império Austro-Húngaro desagregou-se acompanhado de revoluções burguesas tardias. Na Hungria esta se deu e em outubro de 1918 e à frente do país ficou uma coalizão de liberais e socialistas encabeçados pelo conde Karolyi. A impotência desgoverno para defender a integridade do país face às pressões e o assédio das potências imperialistas e vencedoras e seus sócios menores checos e romenos, acelerou a revolução proletária.
A Hungria foi o primeiro estado europeu que tentou seguir o caminho marcado pelos bolcheviques. Em 21 de março de 1919 nasceu a República Húngara dos Conselhos, que durou 133 dias. O poder dos conselhos implantou uma reforma agrária radical, a nacionalização dos bancos e da indústria, a separação da Igreja do Estado. Formou-se o Exército Vermelho para enfrentar a contra-revolução armada pelo imperialismo francês, cuja principal força de choque eram as tropas romanas.
Essas invadiram onde iria e se dedicaram a pilhagem e o extermínio marchando até capital, Budapeste. Enquanto isso, no sul do país, constituiu-se um governo contra-revolucionário que fundou o Exército Nacional sob o comando do almirante Horthy. A ação conjunta das tropas francesas e sérvias no extremo sul e os romenos, que tomaram a capital, pelo centro, acabou em agosto com derrota da República dos Conselhos e a entrada do contra-revolucionário almirante Horthy em Budapeste, em novembro.
Segunda Guerra Mundial: o governo da Hungria com Hitler
Desde 1943 seus governantes, prevendo o avanço soviético, tentaram uma passa separada com a URSS. Diante destas tentativas, rito ler ocupa a Hungria em
Ao mesmo tempo, a imensa ascensão revolucionária de massas que se gerou no segundo pós-guerra aterroriza usou o imperialismo e foi aproveitado por Stálin para negociar o reconhecimento de sua influência no Leste Europeu. Produto dessa “negociação”, que implicou a traição as revoluções na França, Itália e Grécia, surgiram as chamadas “demo
Depois de 1945: um novo ocupante
“Um povo que oprime a outros forja seus próprios grilhões” já disse Karl Marx e suas palavras foram tomadas por Lênin: “Nenhuma nação pode ser livre e se oprime as outras”. Essas definições clássicas e as de advertências de Lênin e Trotski sobre os desvios grão-russos, nacional-chauvinistas, de Stálin se confirmaram totalmente.
Desde o fim da segunda guerra mundial, nas “Demo
A revolução e a tragédia de 56
Estava colocada na Hungria revolução política, não só a luta contra a opressão que exercia a URSS, mas sim também contra a buro
Como não podia ser de outra maneira, o imperialismo apoiou a Krushev em toda esta virada e também frente ao levantamento das massas húngaras no dia 23 de outubro de 1956. Em 27/10/1956, The New York Times, dizia: “O
Peter Fryer [1], estava em Budapeste quando os russos lançaram durante quatro dias e quatro noites contínuos bombardeios que, segundo suas palavras, “deixaram vastas zonas da cidade, sobretudo os bairros operários, praticamente em ruínas”. Ali presenciou uma heróica revolução da qual disse que “não era nem organizada nem controlada por fascistas ou reacionários, mas pelo povo comum da Hungria: operários, camponeses, estudantes e soldados.” (…) “Em Budapeste, como mais tarde nas províncias, as tropas estavam divididas. Alguns se estavam já prontos para se unir ao povo e lutar junto dele, enquanto os neutros (provavelmente uma minoria) estavam dispostos a entregar suas armas aos operários para que estes pudessem combater à polícia se
Fryer des
A Igreja católica defendeu a ordem constituída pela exploração buro
Um epílogo inevitável: a restauração capitalista
Nos remetemos ao prognóstico político alternativo de Trotski, expressado no seu livro <i>A Revolução Traída</i>: “Ou a buro
A derrota da revolução política em Berlim, Hungria, Polônia, Tchecoslováquia e outra vez na Polônia nos anos 80, foi preparando o terreno para a futura restauração capitalista. Na segunda metade da década de 1980 as massas operárias se rebelaram contra as primeiras conseqüências do capitalismo implantado pela mão de Gorbachov e sua “Perestroika”.
Protagonizaram outra grande ascensão revolucionária que desembocou na queda do regime do PCUS e feriram de morte ao aparelho stalinista mundial. Os regimes das “demo
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[1] Peter Fryer foi correspondente internacional e enviado especial na Hungria do jornal do partido comunista britânico, o Daily Worker. Mas quando enviou suas informações desmascarando o