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Colômbia | Retomar o caminho da Paralisação Nacional

julho 26, 2023

Ficou evidente que a política de concertação do governo só serviu para a burguesia bloquear qualquer possibilidade de reformas.

Por: FG

Pelo contrário, estão passando à ofensiva com o papel protagonista do uribismo, fazendo dos escândalos que os infiltrados desataram que Petro aceitou de bom grado desde a campanha eleitoral, como Armando Benedetti, e assim distrair a discussão das reformas e transferir o ponto de atenção para esses escândalos para debilitar o governo e recuperar o terreno que perderam com a mobilização social dos últimos anos, que lamentavelmente foi desviada para o terreno eleitoral e parlamentar, deixando de lado a mobilização social.

Mobilização independente do governo

As direções das centrais operárias abandonaram a mobilização e se dedicaram a esperar que as reformas sociais sejam aprovadas no congresso corrupto, sabendo que dali só sairão reformas cortadas que pouco servirão aos trabalhadores. Inclusive o que esse congresso majoritariamente de direita, que representa os latifundiários pecuaristas, narcotraficantes e empresários, pode aprovar são contrarreformas, tal como está ocorrendo com a “reforma da previdência”.

Conquistar nossas próprias reformas

As reformas que os 25 milhões de trabalhadores precisamos, que formamos a força de trabalho, mais o campesinato e os povos indígenas, para uma mudança real das condições de vida, não podem ser elaboradas na mesma mesa com os da outra outra margem, com a classe capitalista que reúne os latifundiários, pecuaristas, narcotraficantes e empresários, que são a classe espoliadora da terra, dos territórios e da produção dos trabalhadores. As reforma, nós devemos elaborar em um encontro nacional de organizações operárias e sociais e conquistá-las nas ruas com paralisação da produção e bloqueio de serviços. Os trabalhadores e a população despossuída podemos suportar vários dias aguentando se houver desabastecimento, mas não serão muitos dias porque os empresários não suportarão nem um par de dias de paralisação da acumulação de seus lucros.

As paralisações de 2019 e 2021 exigiram uma mudança para enfrentar a crise social, o que implica em tomar medidas radicais: reforma agrária, recuperando as terras expropriadas por latifundiários, pecuaristas e narcotraficantes para entregá-las ao campesinato e devolver os territórios aos povos indígenas; distribuir trabalho para acabar com o desemprego; garantir saúde, educação, moradia e serviços públicos financiados com os impostos que a população paga, e ao mesmo tempo obrigar os ricos e as multinacionais a pagar os impostos que lhes correspondem; garantir liberdades democráticas e como parte disso, o desmantelamento da Esmad- Esquadrão Móvel Antidistúrbios; reduzir o saque por aqueles que são reconhecidos como ”investidores estrangeiros”; e defender a soberania nacional da intervenção imperialista, desmontando suas bases militares e deixando de pagar a dívida externa fraudulenta, entre outras.

Com uma reforma agrária radical, é possível reduzir a guerra suja que os bandos paramilitares e narcotraficantes executam; distribuindo trabalho entre toda a população trabalhadora com uma jornada semanal de no máximo 36 horas, se reduziria o roubo, o assalto e muitas mortes; com a estatização das empresas de serviços públicos e criando empresas do Estado que se encarreguem das obras públicas e distribuição de alimentos, que funcionem com controle dos trabalhadores, se eliminaria a corrupção e mais de 50 bilhões de pesos ao ano deixarão de ser perdidos; com o não pagamento da dívida externa não só haveria dinheiro para investimento social e industrialização, mas se atacaria um mecanismo de intervenção e extorsão pelo imperialismo, através do qual define e controla os planos econômicos dos governos.

Se não discutem as listas de reivindicações devemos paralisar

Os empresários não querem discutir listas de reivindicações e se limitam a adiar para que a negociação vá ao Tribunal de Justiça. Não é casual tanta coincidência em diferentes empresas. Os empresários estão organizados em seus sindicatos e seguramente definiram essa política. Nesse caso, não tem outra alternativa para nós trabalhadores que unificar forças e bloquear produção e serviços.

Os empresários não só têm procurado bloquear os modestos projetos de reformas sociais que o governo de Petro tem apresentado. Nas empresas também estão bloqueando a negociação das listas de petições. Em muitos casos, nem sequer permitem a instalação da mesa de negociação.

Nas empresas de transporte de valores como Brinks, TVS, Atlas e Prosegur, os trabalhadores tiveram que bloquear o serviço durante várias horas para que o direito à sindicalização dos trabalhadores seja respeitado, e as listas de reivindicações sejam negociadas. Mas esta tarefa não pode ser só dos trabalhadores desse setor hoje organizados sindicalmente na Sinaltravalores. É preciso a unidade e solidariedade dos trabalhadores dos demais setores da produção e serviços.

Tradução: Lilian Enck

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