qui abr 25, 2024
quinta-feira, abril 25, 2024

X Congresso da LIT-QI

Uma longa marcha pela construção da direção revolucionária mundial
 
Artigo publicado na Revista Correio Internacional (Nova Época)

nº 6

 
O X Congresso da LIT-QI (Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional) tem um significado especial, pois será realizado em meio à maior crise mundial desde 1929, com as massas sofrendo brutais ataques e respondendo com a revolução árabe e o colossal ascenso europeu, e sem que a crise da direção revolucionária mundial tenha sido resolvida.

A grande tarefa deste Congresso é estudar esse processo para dar respostas programáticas e políticas e tomar as medidas necessárias que permitam dar saltos em nossa construção, rumo à reconstrução da IV Internacional.

Uma longa história
 
A LIT-QI tem quase 30 anos de existência. Foi fundada em janeiro de 1982, com um objetivo central: “A LIT-QI tem como objetivo fundamental superar a crise de direção do movimento operário mundial e construir a Quarta Internacional com influência de massas. Só com a resolução da crise de direção do proletariado, a permanente mobilização dos trabalhadores e explorados do mundo contra o imperialismo e a burguesia poderá culminar com a vitória da revolução socialista internacional e com a implantação da ditadura revolucionária do proletariado1.

Nossas origens
 
Sua fundação foi precedida por 40 anos de história. Uma história que, como dizia Nahuel Moreno, principal dirigente de nossa corrente, tinha alguns acertos e muitos erros. Erros que ele fazia questão de ressaltar porque “(…) os dirigentes do movimento trotskista consideravam-se colossais, que nunca se equivocavam. No entanto, o trotskismo dirigido por eles era lamentável. (…) Essa experiência de estar sempre entre ‘gênios’ levou-nos a fazer indiretamente propaganda sobre nossa base para convencê-la de que nos equivocamos muito, que devem pensar por conta própria, pois nossa direção não é garantia de genialidades. Queremos inculcar por todos os meios um espírito autocrítico, marxista, e não uma fé religiosa em uma modesta direção, provinciana por sua formação e bárbara por sua cultura. Por isso, acreditamos na democracia interna e a vemos como uma necessidade imprescindível. (…) Avançamos através de erros e golpes e não temos vergonha de dizê-lo (…).

O problema é como cometer menos erros, qualitativa e quantitativamente. A meu ver, a tendência é cometer cada vez menos erros se estivermos em uma organização internacional e baseada no centralismo democrático. Isso, para mim, é um fato. Afirmo categoricamente que todo partido nacional que não esteja em uma organização internacional bolchevique, com uma direção internacional, comete cada vez mais erros, entre eles um qualitativo: por ser nacional-trotskista termina, inevitavelmente, renegando a IV Internacional e adotando posições oportunistas ou sectárias para, em seguida, desaparecer (…).”2

Nossas origens remontam à década de 1940, na Argentina, quando os irmãos Boris e Rita Galub, Mauricio Czizik e Daniel Pereyra (jovens provenientes de famílias operárias) e Nahuel Moreno e “Abrahancito”, que vinham da classe média, formaram um grupo de estudos que foi ganho para o trotskismo. Segundo Moreno, para dar esse passo, tiveram a ajuda decisiva de Fidel Ortiz Saavedra, operário boliviano, semianalfabeto. Em 1943, formam-se como grupo, com o objetivo central de ir até a classe operária, tentando superar o caráter marginal, boêmio e intelectual do movimento trotskista argentino.

Em contato com a classe operária argentina e suas lutas, o grupo foi se desenvolvendo. Chamou-se Grupo Operário Marxista (1943-1948), Partido Operário Revolucionário (1948-1956) e Movimento de Organizações Operárias (1956-1957). Entre 1957 e 1965, fomos conhecidos pelo nome de nosso jornal, Palavra Operária. Em 1965, fundimo-nos com o FRIP de Santucho3, formando o Partido Revolucionário dos Trabalhadores. Após a ruptura com Santucho, adotamos o nome de PRT-A Verdade até 1971, quando nos legalizamos como Partido Socialista dos Trabalhadores e, em 1982, após a queda da ditadura argentina, construímos o MAS.

Com a classe operária, a Internacional e a teoria marxista

Nesse caminho, como diz Moreno, cometemos muitos erros. O maior deles foi o nacional-trotskismo, corrigido em 1948 quando ingressamos na IV Internacional. Desde então, nossa corrente teve um objetivo central: a construção da direção revolucionária mundial.

Isso não significa que não cometeríamos outros erros. Fomos “obreiristas” em nossos primeiros anos, movimentistas na época da Palavra Operária, quando 100 militantes chegaram a vender 10 mil jornais. Fomos à unificação com a organização de Santucho sem discutir a fundo diferenças muito importantes em relação ao centralismo democrático e ao partido mundial. Impressionamo-nos e lançamos falsas expectativas na direção castrista. Fomos à fusão com o lambertismo4 sem termos aprofundado a caracterização dessa corrente e, pouco depois, as diferenças levariam a uma rápida ruptura.

Mas Moreno imprimiu características à nossa corrente que permitiram corrigir os desvios e voltar ao rumo correto: confiança na classe operária, na teoria marxista e na Internacional. E também a metodologia de não ter medo de reconhecer e corrigir os erros.

Nosso convencimento de que não há saída em âmbito nacional nos fez batalhar incansavelmente pela reconstrução da IV Internacional, negando todo tipo de experiência federativa que, como afirmam as Teses de Fundação da LIT-QI, “foram sempre parar na lata de lixo da história”.

O respeito pela teoria marxista impediu que Moreno desse respostas sectárias ou oportunistas ante os grandes processos do pós-guerra. Quando o exército vermelho de Stalin expropriou as burguesias da Leste Europeu (1947-1948) e quando os exércitos guerrilheiros de Mao na China (1950) e de Castro em Cuba (1960) fizeram o mesmo, muitos trotskistas disseram: “A Teoria da Revolução Permanente diz que o triunfo da revolução só pode ocorrer sob a direção da classe operária e do partido revolucionário. A realidade não confirmou a teoria trotskista”. A partir daí, tornaram-se maoístas, castristas ou converteram-se em intelectuais de direita.

Outros, ao contrário, argumentando que “esses processos não cumprem com a Tese da Revolução Permanente, não são revoluções”, passaram anos sem reconhecer as revoluções cubana e chinesa e sem aceitar que esses países tinham sido transformados em novos Estados operários.

Moreno atuou de forma diferente. Pôs-se a estudar a realidade como esta se apresentava e, para isso, utilizou as ferramentas deixadas por Marx, Lenin e Trotsky, sem temer que essa realidade pudesse não coincidir com prognósticos prévios. Assim, viu que esses processos, embora confirmassem os aspectos centrais da Teoria da Revolução Permanente, contradiziam algumas de suas teses e descobriu que o próprio Trotsky dava elementos para interpretá-los a partir de uma hipótese teórica proposta no Programa de Transição: “Entretanto, não se pode negar categórica e antecipadamente a hipótese teórica de que, sob a influência de uma combinação de circunstâncias totalmente excepcionais (guerra, derrota, colapso financeiro, pressão revolucionária das massas etc.), os partidos pequeno-burgueses, inclusive os stalinistas, possam ir mais longe do que queiram no caminho de uma ruptura com a burguesia. Em todo caso, uma coisa está fora de dúvida: mesmo que esta variante, extremamente improvável, acontecesse algum dia em algum lugar, e um ‘governo operário e camponês’, no sentido acima mencionado, se estabelecesse de fato, representaria somente um curto episódio no caminho para a verdadeira ditadura do proletariado”.

Isso permitiu que nossa corrente definisse que Cuba, China, Iugoslávia, Checoslováquia etc. eram Estados operários deformados, que deveriam ser defendidos do ataque imperialista, mas onde o programa da revolução política deveria ser levantado.

Esse arcabouço teórico e a confiança e ligação com a classe operária permitiram que Moreno corrigisse sua expectativa inicial na direção castrista. E fez com que nossa corrente pudesse suportar o retrocesso dos anos 1960 junto à classe operária, sem cair no desespero que levou tantas organizações ao caminho sem saída da guerrilha foquista.

Rigidez nos princípios, flexibilidade nas táticas

Com a defesa consequente da independência de classe, pudemos suportar a tremenda pressão do peronismo que, na Argentina, tinha se apoderado da consciência da classe operária. Ao contrário dos que atualmente capitularam ao chavismo (o peronismo do século XXI) rapidamente, soubemos nadar contra a corrente, sob a direção de Moreno, sem deixar-nos seduzir pela saída fácil de “ir onde as massas estão”. Para fazer isso, atuamos com audácia, aproveitando as oportunidades que a realidade nos brindava, por menores que fossem. Assim, aproveitamos a legalidade conquistada pelos cordobazos5 e utilizamos as eleições de 1973 para construir o PST argentino como partido nacional.

Em 1974, um pequeno grupo de jovens brasileiros exilados no Chile liga-se à nossa corrente e, aproveitando a abertura no regime da ditadura brasileira, voltam a seu país e, em quatro anos, constroem um partido de 800 militantes. Em 1974, o PST argentino envia quadros para participar da revolução portuguesa e, nesse processo, ganhamos um grupo de jovens secundaristas que deu origem ao nosso partido português. Em 1976, durante a ditadura de Videla na Argentina, aproveitamos a saída forçada de nossos dirigentes mais conhecidos para desenvolver o trabalho internacional. Constrói-se o PST colombiano, abrimos o trabalho na América Central a partir da Colômbia e, em 1979, impulsionamos a Brigada Simón Bolívar para intervir na revolução nicaraguense contra a ditadura de Somoza.
 
Nosso combate internacional

Toda essa construção foi sendo feita em meio a uma constante batalha pela construção da IV Internacional e a um forte combate contra as posições revisionistas do trotskismo. Assim, em 1952-53, Moreno enfrenta as posições do pablismo6 e desenvolve um grande debate sobre a revolução boliviana de 1952, defendendo a política de “todo o poder à COB”, na contramão do apoio ao MNR burguês aconselhado pela direção da IV e aplicado pelo POR de Guillermo Lora (seção boliviana da IV). Após a ruptura da IV, em 1953, e ante a negativa dos partidos norte-americano, francês e inglês de construir uma organização centralizada para disputar a influência do pablismo, constrói-se o SLATO (Secretariado Latino-americano do Trotskismo Ortodoxo) com trotskistas chilenos. O SLATO participa do processo de revolução agrária no Peru, para onde envia um estudante peruano ganho na Argentina, Hugo Blanco, que se torna o máximo dirigente dos camponeses peruanos.

Em 1963, ocorre um reagrupamento da IV Internacional em torno ao apoio à revolução cubana, dando origem ao SU (Secretariado Unificado), no qual ingressaram todas as forças trotskistas que caracterizavam Cuba como um novo Estado operário.

Nós pedimos um balanço do processo anterior, em que se marcasse a ferro e fogo o método impressionista que levou à traição da revolução boliviana, para evitar desvios parecidos no futuro. Embora isso não tenha ocorrido, decidimos ingressar em 1964, convencidos de que, apesar das divergências, uma reunificação em torno ao apoio a uma revolução era positiva e isso permitiria participar com mais força no futuro ascenso que prevíamos.

Mas o impressionismo voltou a aparecer e tivemos que enfrentar, sem sucesso, o desvio guerrilheirista e vanguardista dos anos 1970. Moreno chega à conclusão de que o SU tinha sido totalmente ganho pelo revisionismo, deixando de ser uma perspectiva de direção revolucionária mundial. A partir daquele momento, com a maioria das organizações latino-americanas e quadros da Espanha, Portugal e Itália, forma primeiro uma tendência e depois a Fração Bolchevique. A ruptura definitiva com o SU ocorre em 1979, quando sua direção negou-se a defender os membros da Brigada Simón Bolívar, expulsos da Nicarágua pelo sandinismo e reprimidos no Panamá, e aprovou uma resolução que definia as direções nicaraguense e cubana como “revolucionárias”, proibindo a construção de partidos trotskistas nesses países.

A luta contra a ditadura argentina
 
Enquanto isso, na Argentina, o PST tem um papel heroico na resistência à ditadura genocida iniciada em 1976. Com aproximadamente 250 militantes presos e mais de 100 mortos e desaparecidos, atuando na mais absoluta clandestinidade, manteve sua publicação e desenvolveu trabalhos no movimento operário, na juventude e na intelectualidade.

Quando ocorreu a guerra das Malvinas (1982), o ódio à ditadura não impediu que o PST tivesse uma política principista de identificar o invasor imperialista como o principal inimigo. Desde o primeiro momento e sem deixar de denunciar a ditadura, o PST colocou-se no campo militar argentino e lutou pela derrota do imperialismo.

Fundação da LIT-QI, construção do MAS e morte de Nahuel Moreno

A LIT-QI é fundada após a tentativa frustrada de avançar na reconstrução da IV Internacional a partir de uma fusão com a OCI lambertista. Essa tentativa fracassa pela “adaptação revisionista da direção da OCI ao governo Mitterrand e, em geral, ao aparato social-democrata francês7. Em janeiro de 1982, realizou-se uma reunião internacional com os partidos da Fração Bolchevique e dois importantes dirigentes que vinham do lambertismo: Ricardo Napurí (Peru) e Alberto Franceschi (Venezuela). Um dos pontos centrais da reunião era organizar uma campanha em defesa da moral revolucionária de Napurí, atacada por Lambert. O outro era a discussão sobre como avançar na construção da Internacional.

Após aprovar a campanha, a reunião resolveu por unanimidade converter-se em Conferência de Fundação de uma nova organização internacional. Foram aprovados os estatutos da LIT-QI e as Teses de Fundação.

O grande desafio da LIT-QI foi responder à situação revolucionária aberta na Argentina após a queda da ditadura.  Contava-se com um importante conjunto de quadros que saiu muito fortalecido da luta contra a ditadura e, assim, iniciou-se a construção do MAS. Em poucos anos, o MAS converte-se no principal partido de esquerda da Argentina e da América Latina e em um dos principais do mundo.

No meio desse processo, a LIT-QI recebe, em 1987, um terrível golpe com a morte de seu fundador e principal dirigente, Nahuel Moreno. Sua ausência provocou um enfraquecimento qualitativo em nossa direção internacional e teve uma incidência muito grande no desenvolvimento e desenlace da crise que levou à quase destruição de nossa Internacional.

Os processos do Leste Europeu e o vendaval oportunista
 
Entre 1989 e 1991, ocorrem grandes processos revolucionários que acabam com os regimes totalitários de partido único da URSS e do Leste Europeu. Destroem o aparato central do stalinismo, acabando com a camisa de força que tolhia o movimento operário mundial. Mas esses processos, apesar de serem muito fortes, não conseguiram reverter a restauração capitalista imposta poucos anos antes pelas mãos das burocracias governantes, em função da crise de direção revolucionária. O efeito foi contraditório.

Por um lado, a destruição do aparato central do stalinismo significou uma grande vitória que teve repercussões mundiais, pois fortaleceu a consciência antiburocrática e provocou o enfraquecimento de todas as burocracias, não só das stalinistas. Por outro, amplos setores da vanguarda mundial viram a restauração como produto das mobilizações das massas. E o imperialismo aproveitou isso para suas campanhas de que o “socialismo morreu”, da “supremacia do capitalismo” e do “fim da história”.

Isso teve duas consequências. Para amplos setores do ativismo mundial, houve um grande processo de confusão e desmoralização quando viram cair o que consideravam suas referências na luta pelo socialismo. Em relação às organizações de esquerda, inclusive as trotskistas, ocorre o que chamamos de “vendaval oportunista”. Alguns porque chegam à conclusão de que não é possível fazer a revolução socialista, outros porque opinam que agora isso não é necessário e vão abandonando o programa revolucionário aos poucos. A luta pelo poder é substituída pelo objetivo eleitoral. Deixa-se de lado o centralismo democrático, a ditadura do proletariado, a reconstrução da IV, a independência de classe, a luta anti-imperialista. Passam a depender materialmente do parlamento ou de subsídios estatais. “Trotskistas” participam de governos ou de partidos burgueses.

A crise e a reconstrução da LIT-QI

A LIT-QI foi fortemente golpeada. Ao contrário de outras organizações, como o SU, não nos deixamos levar na direção em que o vendaval soprava, porque uma minoria de quadros dirigentes de seus partidos ofereceu uma forte resistência. Por isso a LIT-QI não se adaptou, mas foi praticamente destruída. Perdeu entre quatro e cinco mil militantes, entre eles 80% de seus quadros mais experientes. Muitos se tornaram assessores do chavismo, de Evo Morales ou até da direita venezuelana.

A partir do V Congresso (1997), começa o processo de reconstrução da LIT-QI. Com grandes esforços e muitos erros, fomos reconstruindo nosso programa, nosso regime, as finanças, a moral revolucionária. Fomos nos reaproximando da teoria marxista e avançando em elaborações sobre os processos do Leste, sobre Cuba, sobre a opressão da mulher, sobre a crise econômica. Nossos partidos foram avançando na elaboração e no trabalho com o jornal, no relacionamento com a classe operária. No Brasil e no Paraguai, fomos o principal motor da construção de centrais operárias e populares alternativas.

O VIII e o IX Congressos (2005 e 2008) foram muito importantes. Entre esses congressos, recuperamos para a LIT-QI o partido colombiano e quadros importantes a partir da fusão com o CITO (originado de uma ruptura em 1994), e nosso trabalho europeu teve um grande reforço com a incorporação do PdAC da Itália. Também foram fundadas numerosas seções e grupos novos em diversos países. Mas o combate pela reconstrução teve baixas: no processo de reconstrução de nosso regime e da moral revolucionária, o POS mexicano e o MST boliviano ficaram fora da LIT-QI.

Hoje, chegamos ao X Congresso com novas conquistas: a entrada de companheiros e grupos provenientes de outras tradições que deram origem a novas organizações no Panamá e em El Salvador; o reingresso do PST de Honduras; um importante desenvolvimento na Costa Rica; a mudança de qualidade da seção argentina a partir da fusão que deu origem ao PSTU; nossos partidos brasileiro e paraguaio tendo papéis decisivos na construção de centrais operárias e populares; importantes avanços em nossa inserção na Espanha, Portugal e Itália e avanços na intervenção nos processos da luta de classes, inclusive de nossas organizações menores.

Também chegamos a este Congresso com novas ferramentas teóricas e políticas para a formação de nossos militantes e para o combate ideológico e programático que a atual situação requer: a revista teórica Marxismo Vivo – Nova Época, a revista política Correio Internacional e o Arquivo Leon Trotsky.

Avançamos, mas ainda há muito por fazer. Temos que aprofundar o estudo da realidade e a atualização programática. É fundamental continuar com a proletarização de nossas seções e com a luta pela direção. Devemos aprofundar a formação de nossos quadros, intensificar as campanhas internacionais e continuar com a discussão programática e a atividade comum na luta de classes para definir o relacionamento com dirigentes e grupos que se aproximarem de nossa organização.

Tudo em função de responder à crise de direção revolucionária, avançando na construção da LIT-QI como motor da reconstrução da IV Internacional.


Notas:
1. Teses de Fundação da LIT-QI
2. Intervenção de Nahuel Moreno na fundação da LIT-QI
3. Mario Roberto Santucho (1936-1976): dirigente da esquerda argentina que adotou posições guevaristas. Foi o fundador e máximo dirigente do PRT-O combatente e da organização guerrilheira ERP. Foi assassinado pela ditadura militar.
4. Lambertismo: corrente trotskista dirigida pelo francês Pierre Lambert.
5. Cordobazos: semi-insurreições operárias e estudantis que irromperam na cidade de Córdoba (Argentina), em 1969 e 1970, contra o governo militar.
6. Michel Pablo, jovem dirigente grego que se torna o principal dirigente da IV depois da Segunda Guerra. Em 1952, junto com Ernest Mandel, chegam à conclusão de que haveria uma terceira guerra mundial, desta vez contra a URSS, e que os PCs, que haviam expropriado as burguesias, seriam obrigados a enfrentar o imperialismo. Por isso, não havia tempo para construir partidos trotskistas e era necessário entrar nos PCs (depois também nos partidos nacionalistas burgueses, a partir dos quais dirigiam o movimento de massas) para ajudara sua direção a ir até a revolução.
7. Teses de Fundação da LIT-QI

Tradução: Marcos Margarido

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