qui abr 18, 2024
quinta-feira, abril 18, 2024

Estudantes do ensino básico e secundário manifestam-se em Lisboa

No dia 24 de Outubro, estudantes do Ensino Básico e Secundário reuniram-se no Largo Camões, mostrando recusar o brutal desinvestimento na educação previsto pelo Orçamento de Estado para 2013, o novo estatuto do aluno, e a alteração efectuada ao regulamento dos Exames Nacionais.

A manifestação contou com a participação de várias centenas de estudantes, mostrando assim uma ascensão da sua combatividade, tendo estes gritado diversas palavras de ordem tais como "Não, não, não, aos cortes na educação" e "E quem não salta, é do governo". O percurso teve inicio no Largo Camões e terminou em frente à Assembleia da República, em São Bento. A adesão poderia ter sido bem maior se a hora marcada fosse compatível com o horário lectivo de muitos alunos, que às 14h ainda se encontravam em aulas e não puderam estar presentes. Mesmo assim, a dinâmica sentida ao longo do protesto prova que estes estão motivados e dispostos a continuar a luta.
A inaceitável proposta do governo apresentada no OE2013, ao cortar milhões de euros no sector, põe em causa a continuidade da Escola Pública, fazendo avançar a passos largos a sua privatização. Hoje, faltam às escolas professores e funcionários, muitos deles despedidos como consequência desta vergonhosa política. Para além disso, e como se não fosse suficiente, o governo decidiu acabar com o desconto no passe escolar, obrigando-nos a pagar muito mais agora. Esta situação dificulta a mobilidade dos estudantes, impedindo até alguns de continuar a estudar, uma vez que os pais não conseguem suportar os custos.
Não é justo que se destrua o Ensino Público e se continue a canalizar milhares de milhões de euros do dinheiro de todos nós para pagar a banqueiros e empresários. Não é justo que nos hipotequem o futuro, justificando isso com a necessidade de pagarmos uma dívida que não foi causada por nós. Não podemos permitir que continue a chover dentro de salas de aula e nos digam que tem que ser assim por não haver dinheiro para obras. Isso é uma mentira colossal. A luta tem que continuar, nas escolas e nas ruas, até garantirmos o recuo destas políticas. Estudantes unidos jamais serão vencidos!
João Veloso, estudante da Escola Secundária Camões, Lisboa

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