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sexta-feira, março 29, 2024

Por que a Corriente Roja também chama nossos companheiros para participar do dia de luta no 8M?

O 8 de março de 2018 foi um dia de mobilizações massivas em nível internacional. Este ano, as organizações feministas que convocaram o ano passado estão começando a organizá-lo. Como foi há um ano, existem diferentes posições sobre como e de quem é a tarefa de organizar o dia de luta do 8M.

Por: Corriente Roja

A partir do movimento estudantil se está organizando este dia de luta chamando uma greve das mulheres e construída apenas por mulheres a partir de espaços não mistos e por fora das salas de aula e locais de estudo. Nós da Corriente Roja acreditamos que, para superar o 8 de março passado, devemos continuar com o debate sobre como e com quem organizá-lo e, por essa razão, queremos explicar nossa posição sobre essa questão.

Voltemos a construir um massivo 8M a partir das salas de aula e envolvendo todos e todas as estudantes!

Como o movimento feminista, nós da Corriente Roja queremos que este 8 de março seja novamente um grande dia de luta pelos direitos das mulheres trabalhadoras e estudantes. Apesar disso, acreditamos que, embora os 8M passado tenha sido um sucesso por sua massividade, há aspectos a serem aprimorados para envolver muito mais companheiros e companheiras no setor estudantil.

Acreditamos que este dia de luta tem que ser organizado a partir de cada local de estudo e que todos os estudantes decidamos como organizar, construindo assembleias gerais nas escolas e faculdades e espaços para debate, e votando a greve nas salas de aula. Temos que abrir debates nos locais de estudo para decidir como queremos participar no nível do local e como os ativistas na liderança podem envolver o número máximo de estudantes.

Dizemos que temos que construir o 8M com os companheiros, porque eles, como nós, também sofrem com os ataques do governo, impostas pela União Europeia, à nossa educação pública: cortes, reformas educacionais como LOMCE e 3 + 2, as taxas na universidade, etc.

E os mesmos responsáveis por tudo isso são aqueles que eliminam os subsídios para os centros de ajuda às mulheres, se negam a oferecer uma educação afetivo sexual em valores de igualdade e respeitar a diversidade de orientações sexuais e identidades de gênero, permitem a diferença salarial e discriminação nas aposentadorias e não estabelecem medidas suficientes nem recursos para prevenir as agressões e assédio machista na salas de aula. Estamos convencidos de que as mulheres trabalhadoras e estudantes e nossos companheiros, lutamos contra um inimigo comum e, portanto, temos que nos organizar e lutar juntos.

Uma greve encabeçada por trabalhadoras e estudantes para exigir nossas demandas!

O principal argumento que continuam utilizando as organizações feministas para voltar a chamar à greve geral de mulheres é que a greve não é mista a fim de “chamar a atenção para o papel das mulheres na sociedade” e mostrar ao mundo “como seria um dia sem mulheres”. Nós, por outro lado, continuamos nos perguntando: não se tornaria muito mais visível se as estudantes e professoras nos colocássemos à frente da organização de uma greve que paralisaria todos os locais de estudo? Não seria essa a melhor maneira de colocar o governo em xeque e exigir que todas as nossas reivindicações fossem atendidas?

Além disso, acreditamos que nós estudantes não podemos ficar somente com as demandas estudantis, mas temos que assumir como nossas as reivindicações da classe trabalhadora porque somos os e as trabalhadoras de amanhã. Acrescenta-se a isso que, apenas com uma greve dos trabalhadores e trabalhadoras que paralisem empresas e locais de trabalho, se pode realmente paralisar um estado para exigir reivindicações concretas.

É por isso que acreditamos que devemos conversar com todos os companheiros e companheiras e explicar a necessidade de nos organizar contra o governo e as instituições que são responsáveis ​​pela situação atual do machismo, lgtbifobia, o racismo e a precariedade de estudantes e trabalhadores/as.

Por isso que paralisar os locais de estudo não é suficiente. Neste 8 de março, o movimento estudantil tem que se unir as trabalhadoras e trabalhadores e assim poder enfrentar juntos as reformas e medidas que afetam as mulheres e a classe trabalhadora como um todo.

Finalmente, chamamos todos os companheiros com quem ao longo dos anos temos lutado contra o LOMCE, 3 + 2, cortes ou a repressão, a acompanhar-nos mais uma vez, porque esta luta não é alheia a vocês. Além disso, não só queremos que nos acompanhem nas manifestações ou ações convocadas, mas, juntos, organizar este dia de luta em todas as salas de aula e com todas e todos os estudantes, para que inclusive aqueles companheiros/as que não participaram em outras lutas se juntem a esta e assim poder massificar e fortalecer todas as mobilizações de 8 de março.

Esperamos que com este artigo possamos esclarecer nossa posição sobre esta questão e que possa servir para continuar discutindo com todos e todas as companheiras, não apenas agora no 8M, mas depois, para extrair lições desse processo e continuar construindo juntos a luta estudantil no futuro.

Tradução: Lena Souza

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