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quinta-feira, março 28, 2024

Paraguai | O principal líder colorado Cartes e seu cartel. Para a prisão!

Horacio Cartes (ex-presidente do Paraguai), ídolo dos empresários, grandes proprietários e a da direita do Paraguai, já esteve na prisão e é aí onde deveria voltar e permanecer, porque é, sem dúvida, um bandido.

Por: Esteban González

No último período em que experimentou um “aperto”, com o pedido de captura por um juiz brasileiro baseado nas verificações de seus turvos negócios com Messer, deve ter feito recordar seus longos períodos como fugitivo e depois de seu período de preso em Tacumbú, devido ao criminoso “negócio” com as divisas do Banco Central do Paraguai.

Com a prisão de Messer, ao que se refere como “irmão de alma” porque lhe ofereceu segurança nos anos de perseguição por seus crimes, começou a contagem regressiva para Cartes. Seu envolvimento direto no caso dos maiores criminosos de Casas de Cambio e lavagem de dinheiro da região era questão de tempo.

Cartes estava nos contatos do telefone de Messer, com o apelido de Rei. Quando Messer escreve mensagens o chama de patrão. Ambas as denominações não são capricho, mas expressam o tipo de relação e localização que eles mantêm.

No âmbito local é comum também que se chame de Patrão, como é habitual no contexto dos narcotraficantes colombianos, mexicanos, paraguaios para mencionar os grupos criminosos que mais o utilizam. Nada é por acaso. Também não é casual que a operação no Brasil, significativamente se denomina: Operação Patrón.

Cartes foi presidente e representou um dos piores governos depois da queda da ditadura de Stroessner, que digamos de passagem, a quem admira.

Encabeçou o terrorismo patronal, latifundiário e dos agronegócios que arruinaram o mundo camponês e destruíram recursos naturais em escala nunca vista. Deu carta branca a uma dura repressão assim como a revanche burguesa em grande escala contra o setor sindical e as comunidades camponesas.

Implantou seu cartel de gerentes em um governo paralelo convertendo o “oficial” em um governo artificial. Mas, principalmente, triplicou a dívida externa via os bônus soberanos para irrigar de dinheiro público seu cartel com licitações e seguros obrigatórios.

Mas isso não é tudo, como se fosse pouco, a partir do governo converteu todo o aparato estatal em uma gigantesca lavanderia e rede de impunidade e ataque a adversários. Complementou seu operativo com a compra da maioria dos meios de comunicação de massas do país.

Estamos ante um gigantesco poder mafioso articulando seus negócios em escala nunca vista. E funcionando com seus núcleos: financeiro, operativo e político. E todos os núcleos são chaves para que o negócio Cartes/Messer funcione regularmente e com impunidade.

Nesse sentido, não é exagerado, afirmar que Cartes, além de ser um burguês reacionário e de ultradireita, é o perigo público mais relevante dos últimos tempos.

Seu poder econômico e político, burguês e mafioso, é a única explicação de que ante tanta evidencia de seus crimes e duvidosos negócios, no momento que foi publicada a ordem de detenção, dois proeminentes senadores “opositores” estavam em sua casa tentando salvar sua pele.

É a única explicação para que o Presidente da Câmera de Deputados e no momento Presidente do Partido Colorado tenha saído dizendo que Cartes não tem somente um foro… mas que tem dois e até três foros… que o livraria de ser detido.

Ou que o canalha Santi Peña tenha colocado um motivo ridículo para a ordem de detenção, dizendo que seria o desespero do Brasil porque não fechou uma licitação com a Odebrecht anos atrás.

Infratores e criminosos de marca maior

A única explicação do medo e da falta de vergonha que ostenta a Procuradoria Geral que até agora ficou em silêncio total, paralisia e o pânico para atuar contra o Patrón. É aqui onde se demonstra porque era tão importante aquela guerra pelo controle da Procuradoria Geral antes de ter que abandonar o governo.

Não sabemos o rumo que irá tomar porque o bandido dos bandidos tem todo o aparato estatal a seu bel prazer, as instituições vulneradas a suas autoridades e representantes comprados.

O bandido dos bandidos, o direitista, empresário e líder político vive horas nebulosas e somente merece a prisão e a expropriação imediata de todas as riquezas fruto da lavagem de dinheiro.

Prisão já para Horácio Cartes e seu cartel! Basta de cumplicidade estatal. Prisão aos encobridores ou que não cumprem seu trabalho de fiscal-jurídico. Basta de impunidade.

É necessário romper com os partidos políticos da direita que se dão mutua impunidade enquanto vivem da miséria e do roubo.

Tradução: Túlio Rocha

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