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quinta-feira, março 28, 2024

Não são 30 pesos, são 30 anos. Alguns marcos das lutas mineiras nos últimos 30 anos no Chile

1996: Marcha do Mineiros de Lota del Carbón contra o fechamento da empresa ENACAR. 300 mineiros e suas famílias marcham até Santiago. A luta é contra o fechamento da Mina e contra as promessas não cumpridas do Presidente da época, Eduardo Frei.

Por: MIT-Chile
2003: Primeiras greves unidas de  trabalhadores terceirizados da empresa Codelco em División El Teniente de Rancagua.
2006: A Greve da Mineração Escondida. 25 dias de greve de 2.052 trabalhadores na Mina privada mais importante do mundo. Os trabalhadores em greve se instalaram em barracas no complexo desportivo da mineradora, localizada em Antofagasta. A ocupação durou 25 dias, desde 7 de agosto até 1 de setembro. Esta greve produziu variações mundiais no valor do cobre.
2007 e 2008: Grandes greves em todas as divisões da Codelco dos trabalhadores terceirizados. Procuram por fim à desigualdade entre trabalhadores da planta e trabalhadores terceirizados. Depois de 37 dias de greve, os trabalhadores agrupados na Confederação de Trabalhadores do Cobre (CTC). Nesta luta conquista-se o Primeiro Acordo Base do setor terceirizado.
Janeiro de 2007: O Governo de Michelle Bachellet promulga a lei da subcontratação que não põe fim à subcontratação. De fato, desde 2010 até hoje a subcontratação na mineradora cresce de 40% a 70%  atualmente.
2011: Mobilizações de estudantes secundaristas e universitários pela educação gratuita. Setor de trabalhadores subcontratados de Rancagua marcham para Santiago em apoio às demandas de educação gratuita.
2009-2013: Diversas mobilizações para melhorar o acordo base de terceirizados da Codelco nos anos 2009, 2011 e 2013.
2015: Os trabalhadores terceirizados lutam novamente pelos acordos base para melhorar suas condições. Nesta luta, em 25 de Julho daquele ano, morre o mineiro Nelson Quichillao na Mina El Salvador. Morre pelas balas dos Carabineros durante o Governo de Michelle Bachellet.
2017: Greve na empresa de mineração Escondida de 43 dias. A greve na maior jazida do mundo foi prolongada. O objetivo era igualar as condições para os novos trabalhadores. Os trabalhadores terminam a greve recusando a oferta da empresa, prorrogando a negociação por 18 meses.
2019 Junho: Greve de sindicatos da planta da Codelco Divisão Chuquicamata. A greve em Chuquicamata se estende por 13 dias, demandando a igualdade de benefícios para trabalhadores novos e antigos. A greve  termina em uma votação dividida.
18 de outubro 2019: Estudantes pulam catracas massivamente no Metrô contra o aumento de 30 pesos na passagem. Milhões saem às ruas contra os abusos das empresas. “Chile Despertou” e “Não são 30 pesos, são 30 anos”. Começa a Revolução Chilena.
12 novembro 2019: Só alguns poucos sindicatos mineiros paralisam. Os trabalhadores de base questionam seus dirigentes, dos maiores sindicatos, que se enquadram com suas empresas. Muitos trabalhadores mineiros em seus dias de descanso são “Primeira Linha” e estão nos panelaços em suas cidades de residência.
Atualmente, inclusive durante a  Pandemia há greves em algumas minas. Mas na Revolução Chilena que começou em 18 de outubro de 2019 nasce a pergunta fundamental: De que forma será possível garantir saúde, moradia e aposentadorias para os trabalhadores e a  toda a população do país? Por acaso a renacionalização dos recursos naturais, sob controle dos trabalhadores, é fundamental para alcançar estas demandas? Em todo este processo, o que podemos fazer os trabalhadores do principal setor econômico do país?
Tradução: Lilian Enck
 
 
 

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