qui mar 28, 2024
quinta-feira, março 28, 2024

Não ao novo aumento do transporte público! Redução dos combustíveis já!

Honduras está submersa em uma das piores crises econômicas de sua história.

Por: PST Honduras

Fugindo da miséria, da pobreza e da morte que impera em nosso país, uma caravana de mais de 7.000 compatriotas caminha rumo ao norte. Uma situação como a que vivemos só pode ser explicada porque há uma ditadura instalada no país que não respeita nem os direitos humanos mais básicos, como o direito ao emprego, à saúde, à educação, e até mesmo o direito à vida se tornou uma luta para sobreviver. Este regime oprime o povo hondurenho graças, obviamente, ao apoio do imperialismo e dos aparatos de repressão estatal.

Apesar da situação de atraso e miséria, as lutas não desaparecem. No mês de julho, o povo hondurenho, fiel ao seu espírito de luta e rebeldia, acompanhou os trabalhadores do transporte público em duras jornadas de protesto que, em uma explosão de descontentamento, lutaram contra o aumento do combustível. Os aumentos são aplicados a cada semana, sob a conhecida justificativa do governo de que se baseia nos preços internacionais do petróleo. Uma mentira vil, porque os preços dos combustíveis em nível internacional se encontram em um dos níveis mais baixos dos últimos anos.

A resposta dos trabalhadores do transporte público foi o bloqueio das principais estradas do país por vários dias. Depois de muitas ações em nível nacional que colapsaram várias cidades, um grupo de “dirigentes” do transporte, ligados ao partido do governo e que supostamente vinham negociando com o governo uma redução no preço dos combustíveis, negociaram na calada da noite e pelas costas de suas bases e de forma unilateral decidiram baixar os braços e chamar o fim de todas as ações de protesto nas ruas. Este acordo causou raiva em muitos setores da base do transporte.

A partir da traição da direção do transporte em acordo com o governo de JOH, foi o povo quem levou a pior parte. A tão esperada redução nos preços do combustível não ocorreu. Pelo contrário, o que se pactuou foi um aumento gradual do preço da passagem para todos os usuários.

Esse aumento prejudicou seriamente a economia da classe trabalhadora, já muito atingida, e dos setores pobres que fazem uso do transporte público. Toda vez que JOH faz um movimento sobra menos pão na mesa das famílias hondurenhas.

Aumentaram os preços de todas as modalidades de transporte no país: táxis coletivos, ônibus interurbanos, e até os mototaxis começaram a cobrar uma tarifa mais alta há alguns meses. E desde primeiro de dezembro sofremos um novo aumento, como havia sido pactuado no acordo com o regime de JOH.

Esse aumento nas tarifas do transporte público beneficia apenas os grandes empresários do transporte, os donos de postos de gasolina, e o próprio governo de JOH, que conseguiu barrar a luta que era uma pedra em seu sapato. Até mesmo os subsídios destinados aos trabalhadores do transporte público raramente chegam aos motoristas e ajudantes, porque são sempre os donos dos veículos que se apropriam deles. O acordo não trouxe nenhum benefício nem para os trabalhadores dos transportes nem para os usuários.

Diante desta perversa unidade entre empresários do transporte e o governo de JOH, é urgente que todos nós que somos atingidos por este aumento nos unamos à luta para exigir em uma única voz uma redução imediata nos preços dos combustíveis para que também baixem os preços da cesta básica e gastos das famílias trabalhadoras.

Devemos exigir também a suspensão do aumento dos preços do transporte público em todas as suas modalidades, e um bilhete especial para os estudantes subsidiado pelo Estado hondurenho. Para isso, é urgente a unidade de todos os setores da população, especialmente os operários, sindicatos, trabalhadores do transporte e estudantes. Que esses espaços de unidade e luta sirvam como alavanca para avançar muito além, em direção à unidade nacional da classe trabalhadora para destituir JOH da cadeira presidencial e, assim, acabar com esta ditadura tão odiada.

Tradução: Rosangela Botelho

 

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