qui mar 28, 2024
quinta-feira, março 28, 2024

Exigir ou não armas do imperialismo?


Quem espera a revolução social ‘pura’, não a verá jamais. Será um revolucionário de palavras, que não compreende a verdadeira revolução.”
LENIN, 1916

Por Daniel Sugasti

Ao analisar a situação da guerra civil na Síria, é quase um consenso a conclusão de que a ditadura de al-Assad detém uma superioridade militar sobre o Exército Livre da Síria (ELS) e a ampla rede de milícias que luta pela derrubada de sua tirania.
Enquanto o regime sírio massacra a população civil e ataca as posições rebeldes com sistemáticos bombardeios que destroem cidades inteiras; com tanques, mísseis e até com armas químicas, na frente rebelde falta o mais básico: armas, munições, alimentos, médicos e medicamentos, máscaras antigases, etc.
Nesta situação dramática, a falta da posse de qualquer tipo de armamento pesado (artilharia antiaérea, aviões, mísseis e sistemas de defesa antimísseis) pela imensa maioria das milícias rebeldes é o caso mais crítico, pois são absolutamente essenciais não só para se defender, mas também para pensar seriamente em uma vitória militar sobre o exército da ditadura.
Como em qualquer guerra, e mais ainda nestas condições, o problema do armamento é vital para ganhar ou perder a guerra, ou o que dá no mesmo, para a vitória ou a derrota da revolução síria.
 
Ante esta questão, no contexto de nosso programa para o conjunto da revolução, a LIT-QI defende a necessidade de desenvolver uma política de ampla solidariedade internacional com a causa do povo sírio. Isto significa, concretamente, uma campanha de apoio, incondicional e em todos os sentidos, para a vitória militar rebelde.
 
Assim, sustentamos que uma tarefa imperiosa é impulsionar a mais ampla mobilização para exigir dos governos de nossos países e de todos os governos do mundo, inclusive os dos países imperialistas, o envio imediato de modernas armas pesadas, medicamentos e todo tipo de ajuda material para as milícias rebeldes do ELS e aos Comitês de Coordenação Local, sem condições de nenhuma natureza.
 
Nossa exigência de armas não inclui as brigadas unidas à al-Qaeda ou ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante, cuja visão sectária e confessional-religiosa do conflito levou-as a romper a frente militar contra a ditadura e, em várias zonas, começaram a atacar milícias curdas e do ELS, atuando como “quinta coluna” do regime.
 
Esta política de exigência esquentou ainda mais as duras polêmicas que a revolução síria levanta entre os diversos setores da esquerda mundial.
 
Evidentemente, o amplo arco de organizações de corte stalinista, especialmente o castro-chavismo, é completamente contrário à exigência de armas para os rebeldes. Esta posição é parte de sua política contrarrevolucionária nesses processos, coerente com o apoio incondicional que estas correntes outorgam à ditadura, apresentando al-Assad como um suposto “líder anti-imperialista e antissionista” que estaria sendo vítima de uma “conspiração do imperialismo”. Consequentes com esta caracterização, localizam-se no campo militar de al-Assad contra o povo sírio. 
 
No entanto, o curioso é que existe uma série de organizações centristas e até algumas que se reclamam trotskistas, como a Fração Trotskista (FT) encabeçada pelo PTS argentino, que diz estar a favor da “derrubada revolucionária” de al-Assad mas, ao mesmo tempo, opõem-se à exigência de armas para que os rebeldes tenham condições de derrotá-lo na guerra civil em curso.
 
Apesar de sua afirmação de que essa exigência não é um “problema de princípios para os revolucionários” [1], a FT-PTS diz claramente que “não estamos de acordo com a exigência feita pela LIT-PSTU (…) para que ‘os governos do mundo enviem armas e remédios para os rebeldes sírios’” [2].
 
Como fica claro, o resultado concreto desta política é o mesmo que o da posição castro-chavista: não se deve enviar armas para os rebeldes que combatem Assad.
 
O problema é que a FT chega a esta posição reivindicando o legado teórico e a tradição do trotskismo. Isto, além de ser completamente falso, confunde ainda mais uma série de ativistas honestos e militantes revolucionários, e só contribui para enfraquecer e inibir a solidariedade incondicional que a revolução síria precisa com tanta urgência.
 
É por isso que se faz necessário continuar a polêmica com estas posições.
 
Qual é nossa trincheira na Síria?
 
Em primeiro lugar, a posição da FT sobre as armas para os rebeldes sírios tem relação com um problema prévio e mais profundo: sua caracterização política e sua localização militar na própria guerra civil.
 
Como já discutimos em outros artigos, ante o confronto militar na Síria – e como fizeram antes na Líbia –, esta corrente se posiciona em um desastroso “nem-nem” (nem Assad nem rebeldes), porque as milícias rebeldes não têm uma direção revolucionária e nem existe uma “hegemonia da classe operária” no processo.
 
Neste sentido, criticam-nos dizendo: Não temos acordo com a exigência feita pela LIT-PSTU quando afirma que a política hoje para a Síria é ‘total apoio aos rebeldes’ [3].
 
Apoiam sua posição contra um “total apoio aos rebeldes” no fato de que ainda não existe a classe trabalhadora como um sujeito político independente lutando pela derrubada revolucionária de Assad, que dê lugar a um Estado de transição ao socialismo rumo a uma Federação de Repúblicas Socialistas do Oriente Médio” [4].
 
Como a luta das massas está encabeçada por direções burguesas e o imperialismo atua, como sempre fez, com uma política para derrotar a revolução, todo o processo acaba sendo “cooptado” ou “subordinando-se” a essas direções contrarrevolucionárias segundo esta corrente.
 
No caso da Líbia, por exemplo, sentenciaram que, a partir do momento em que os ataques aéreos da OTAN começaram, todos os combatentes líbios tinham sido “cooptados” e se transformado em “tropa terrestre” [5] do imperialismo.
 
Agora dizem o mesmo na Síria: “Como vimos na Líbia, e inclusive no Egito, a luta das massas acaba sendo utilizada conscientemente pelas direções burguesas e pequeno-burguesas rebeldes e pelo imperialismo para evitar a derrubada revolucionária do regime e das instituições fundamentais do Estado burguês. Na Síria a história se repete” [6].
 
A partir desta análise do processo, quando dizemos que a LIT-QI “apoia incondicionalmente a luta armada do povo sírio, independentemente de sua direção política” [7], acusam-nos de “abandono de qualquer perspectiva revolucionária” [8].
 
Primeiro, desembaracemo-nos de uma falsa polêmica.
 
Nós concordamos que no conflito sírio ainda não existe “a classe trabalhadora como sujeito político independente” que esteja lutando por um programa socialista revolucionário rumo à “Federação de Repúblicas Socialistas do Oriente Médio”.
 
Pelo contrário, todos nós sabemos que a imensa maioria das milícias rebeldes é comandada por direções burguesas, como o Conselho Nacional Sírio (CNS) ou a cúpula do ELS que, ademais, são profundamente pró-imperialistas. Também é inegável que a classe operária, como sujeito social, não só não é a dirigente da revolução, mas que atua na resistência contra a ditadura em forma diluída.
 
Ante isto, é elementar a questão de que os revolucionários devem lutar com todas as forças para impulsionar a hegemonia operária e para dotar o processo sírio de uma direção política socialista revolucionária.
 
Então, esta nunca foi a discussão. 
 
A discussão é: ante a inexistência atual da “classe trabalhadora como sujeito político independente” e de uma direção que lute pela “Federação de Repúblicas Socialistas do Oriente Médio”, e enquanto isso não ocorrer, qual deve ser a posição militar dos revolucionários no confronto armado entre os rebeldes (que têm o CNS e a cúpula do ELS como direção) e a ditadura de Assad? Damos “total apoio” à causa da revolução síria e lutamos ombro a ombro com os rebeldes, apesar dessas direções burguesas e pró-imperialistas; sim ou não?
 
Nossa posição é clara: estamos na trincheira rebelde (com todas suas contradições) contra Assad, e combatemos as direções burguesas e o imperialismo a partir dessa localização militar.
 
A FT tem uma posição e uma política opostas. Como a realidade não se ajusta às suas condições (não existe uma direção revolucionária nem uma hegemonia operária), não apoia nem se localiza militarmente no lado rebelde. Isto é, não combate a ditadura síria na forma concreta em que essa luta ocorre na realidade.
 
Portanto, a rejeição a prestar “apoio total” à vitória militar rebelde em meio a um confronto armado tem como consequência, concreta e inevitável, o favorecimento da vitória militar de Assad.
 
Por isso o marxismo sempre ensinou que nunca pode ser confundido, como faz a FT, o caráter objetivo dos processos com sua direção. Da mesma forma que não devemos confundir a justeza de uma greve operária com sua direção burocrática, não devemos confundir a justa causa pela qual luta o povo sírio com suas direções traidoras.
 
Campos militares e independência de classe
 
A FT ataca-nos dizendo que na Síria atuamos com uma “lógica de dois campos e só dois, localizando-nos no progressista” [9]. Esta suposta “lógica semicampista” [10] seria equivocada, pois leva a uma “adaptação” às direções burguesas, quando a tarefa é “fortalecer um ‘terceiro campo’ operário” [11].
 
Para entender esta discussão é necessário separar e compreender dois conceitos que a FT confunde. Referimo-nos aos conceitos de campo militar e independência de classe.
 
Os revolucionários nunca apoiam politicamente a burguesia nem o imperialismo; jamais apoiamos a qualquer governo capitalista, nem sequer aquelas medidas que se mostram “progressistas”. Para o marxismo, a burguesia é contrarrevolucionária em seu conjunto. Isto significa que não existem “campos burgueses progressistas”, como os mencheviques, Stalin e Mao defendiam. Por isso, perante cada confronto concreto da luta de classes, sempre mantemos nosso programa revolucionário e completa independência política em relação à burguesia e ao imperialismo.
 
No entanto, em certos momentos, a luta de classes chega a seu máximo grau e se expressa através do choque físico, da guerra, podendo tratar-se de guerras interimperialistas, colonialistas, de libertação nacional ou guerras civis.
 
Nestes casos extremos são formados campos militares, que têm relação, exclusivamente, com os lados que se enfrentam fisicamente em um determinado conflito armado. A existência destes campos militares e sua composição específica, na imensa maioria dos casos, é independente da vontade dos revolucionários.
 
Ocorrem, então, situações contraditórias. Por exemplo, é muito comum que em determinados confrontos armados, sobretudo naqueles onde se combate contra uma ditadura ou contra o imperialismo, a burguesia se divida e setores da classe exploradora participem da luta armada junto à classe operária e ao povo em geral, chegando inclusive a dirigir politicamente esse campo militar.
 
Por exemplo, durante a revolução russa de 1917, o campo militar contra o golpe de Kornilov foi dirigido política e militarmente pelo governo burguês de Kerensky. A luta armada contra a invasão japonesa à China, iniciada em 1937, foi comandada por Chiang Kai-shek, burguês e assassino de comunistas. Em 1982, o campo militar da Argentina contra o imperialismo inglês durante a guerra de Malvinas era dirigido política e militarmente pela sanguinária ditadura argentina.
 
Nestes casos, para ter uma posição e uma política revolucionárias, é necessário seguir Lenin que, reivindicando a premissa de von Clausewitz, dizia que toda “guerra é a continuação da política por outros meios” e, nesse sentido, ante qualquer confronto armado, a primeira coisa a se fazer é sempre “analisar a natureza da guerra” com base no estudo da “política que precede a guerra”.
 
A partir desta premissa, os revolucionários sempre devem se perguntar: existe um campo militar “progressista” do ponto de vista do avanço da revolução?
 
Pode ser que não exista nenhum campo militar “progressista” e que, portanto, os revolucionários devam adotar a política do derrotismo revolucionário, isto é, batalhar pela derrota de todos os lados em luta. Esta foi, por exemplo, a política de Lenin e Trotsky ante o confronto entre as potências imperialistas na Primeira Guerra Mundial.
 
Mas, se existir um campo militar “progressista”, os revolucionários, preservando sua total independência política e denunciando as direções burguesas, têm a obrigação de participar dele e de apoiar sua vitória militar de maneira incondicional. Dito de outra forma, nesses casos, os marxistas mantêm sempre sua independência política e seu programa revolucionário dentro do campo militar “progressista”.
 
Como se aplica estas lições do marxismo na Síria? Se a “guerra é a continuação da política por outros meios” e desde o começo das mobilizações na Síria estivemos ao lado do povo sírio e pela derrota de Assad, quando esse confronto deu um salto e derivou em luta armada localizamo-nos no campo militar junto ao povo sírio. Isto é assim porque na Síria existem dois e não três campos militares. O “terceiro campo operário independente” do qual fala a FT só pode ser fortalecido a partir do combate no campo militar rebelde.
 
Este sempre foi o critério de Lenin e de Trotsky. Quando a tentativa de golpe contrarrevolucionário de Kornilov ocorreu, nossos mestres, sem deixar de combater e denunciar o governo burguês, não duvidaram em participar do campo militar de Kerensky. “Apoiamos nosso fuzil no ombro de Kerensky, depois saldamos contas”, tal foi a política bolchevique.
 
Da mesma forma, nas Malvinas, o morenismo não teve dúvidas em posicionar-se no campo militar argentino para derrotar o imperialismo inglês, apesar de que essa guerra fosse conduzida pela ditadura militar. E a partir dessa localização denunciou implacavelmente os militares genocidas argentinos.
 
Esta foi a mesma posição de Trotsky, como veremos em seguida, durante a revolução e a guerra civil espanhola.
A tarefa essencial é ser “os melhores soldados” contra al-Assad
 
A revolução espanhola expressou-se como uma guerra civil (1936-1939) na qual se enfrentaram dois campos militares: o republicano e o fascista.
 
Ambos os campos militares eram dirigidos por setores burgueses e apoiados por diferentes imperialismos.
 
O lado fascista era comandado pelo general Franco, que tinha o apoio dos imperialismos nazista-fascistas da Alemanha e da Itália, e o lado republicano, no qual participava a classe operária e o povo pobre através de suas milícias e organizações, era comandado por um governo burguês de Frente Popular que, por sua vez, era apoiado pelos imperialismos “democráticos” da França e da Inglaterra, e também por Stalin.
 
Ante esse confronto de campos militares sob direções burguesas, existia um campo militar “progressista” para Trotsky? A resposta é um sim categórico: o campo militar republicano contra o fascista.
 
Por que era “progressista”, apesar da direção traidora republicana? Porque uma vitória de Franco significaria uma derrota histórica do proletariado e da revolução espanhola e uma vitória da contrarrevolução, como infelizmente se deu.
 
Definiu-o desta maneira: “Negar-se a apoiar os exércitos republicanos é algo que só podem deixar de fazer os covardes e os traidores agentes do fascismo. O dever elementar de todo revolucionário é lutar contra Franco, Mussolini e Hitler” [12].
 
Quando lhe perguntaram qual deveria ser a “atitude do partido revolucionário espanhol” ante a guerra civil, Trotsky deu um claro exemplo de como devem ser diferenciados claramente os conceitos de apoio político e campo militar:
 
Eu diria: “Nada de aliança política com a burguesia”, como primeira condição. A segunda: “Deveis ser os melhores soldados contra os fascistas”. A terceira: “Deveis dizer aos soldados, aos demais soldados e aos camponeses: ‘Devemos fazer de nosso país o país do povo. Quando tivermos ganhado às massas, expulsaremos a burguesia, tomaremos o poder e faremos a revolução social” [13].
 
Tomando estes critérios de Trotsky para a guerra civil espanhola, é fundamental perguntar-nos: existe um campo militar “progressista” na Síria, no qual os revolucionários têm o “dever elementar” de combater como “os melhores soldados”?
 
Nós sustentamos que sim, é o campo militar rebelde que combate a ditadura de Assad.
 
Os ensinamentos de Trotsky, em nossa opinião, aplicam-se perfeitamente à guerra civil na Síria. Por isso, para a LIT-QI, quem se considera revolucionário deve, em primeiro lugar, ser “os melhores soldados” contra Assad.
 
Só a partir desta localização no enfrentamento armado, como fez Trotsky na Espanha, poderemos apresentar “aos demais soldados” nosso programa socialista revolucionário e disputar a direção política desse campo militar contra as direções burguesas e servis do imperialismo, construindo a indispensável direção operária e revolucionária que o povo sírio precisa para ganhar a guerra e poder avançar não só até a derrubada da ditadura, mas até a tomada do poder e a construção do socialismo na Síria e na região.
 
A FT, que não diferencia os campos políticos dos campos militares e que confunde o processo objetivo com suas direções, está fazendo o oposto do que dizia Trotsky para a revolução espanhola.
 
Quem aplicar a lógica desta corrente, e compará-la com a de Trotsky, não poderá evitar esta pergunta: mas os “exércitos republicanos” não eram, por acaso, dirigidos por um governo burguês (a Frente Popular)?
 
Eis que a FT tem um problema grave ao sustentar suas posições para a Síria e para a Líbia na tradição trotskista.
 
Perguntamos-lhes: Trotsky atuou com uma “lógica semicampista” quando se localizou militarmente no lado republicano, sim ou não? Ao “apoiar os exércitos republicanos”, Trotsky capitulou completamente a seus dirigentes burgueses, pequeno-burgueses e stalinistas e transformou-se no “melhor soldado” da burguesia (“tropa terrestre da Frente Popular espanhola”), sim ou não?
 
Se for coerente com sua lógica, a FT deveria responder que sim. Ou então dizer que a direção republicana na Espanha era uma direção revolucionária.
 
Dir-nos-ão: a Espanha é diferente da Síria! Pois existiam “fortes organizações da classe trabalhadora” [14]. Isso é verdade. Existem muitas diferenças entre a revolução espanhola e a atual revolução síria. Mas existem duas coincidências fundamentais: as duas revoluções expressaram-se como guerras civis e nenhuma foi dirigida por um partido revolucionário nem a classe operária atuou como um “sujeito político independente”.
 
A partir deste profundo erro teórico, toda sua política é estéril, não somente frente ao problema militar, mas também em relação à própria construção de uma direção revolucionária.
 
Ao “nem-nem” da FT, o velho Trotsky responderia com os mesmo termos usados para polemizar com vários setores ultraesquerdistas que, frente à guerra civil espanhola, viam um mero confronto “entre campos burgueses” [15] e levantavam a política do “derrotismo revolucionário”:
 
Imagine um revolucionário no meio dos dois campos da guerra civil com sua bandeira: ‘Nem vitória nem derrota’. Esta palavra de ordem é válida para Poncio Pilatos, não para um revolucionário […] Participamos da luta contra Franco como os melhores soldados, e ao mesmo tempo, no interesse da vitória sobre o fascismo, agitamos a revolução social e preparamos a derrubada do governo derrotista de Negrín. Só uma atitude semelhante pode aproximar-nos das massas [16].
Uma calúnia na discussão
 
A discussão com a FT sobre este assunto começa necessariamente pelo esclarecimento de uma calúnia.
 
Ao dizer que o problema das armas “não é simplesmente militar” [17], mas uma “questão de (…) lutar por uma política de independência de classe (…) em relação aos setores mais abertamente pró-imperialistas, como o Conselho Nacional de Transição sírio, mas também da direção do Exército Sírio Livre”[18], afirmam que a LIT-QI não defende essa posição, pois sua “política para a Síria apaga toda e qualquer delimitação de classe, ao limitar-se a se adaptar acriticamente ao setor opositor hegemonizado pela burguesia” [19].
 
Esta acusação é completamente falsa. Sempre denunciamos o papel inconsequente e traidor dessas direções, exatamente por seu caráter burguês de classe. Isto pode ser comprovado por qualquer uma de nossas declarações.
 
Mas, para mostrar uma vez mais o método calunioso, oposto ao trotskismo, que a FT desenvolve, duas citações são suficientes como exemplos. A primeira, em relação ao CNS e ao ELS:
 
É de vida ou morte que, ao calor da luta contra o regime de Assad, seja o povo, seja a classe trabalhadora síria que se auto-organize e se autodetermine na hora de definir os destinos de sua luta. Dirigentes como os atuais, tanto do CNS como do ELS, podem estar momentaneamente no mesmo campo militar que o povo pobre, contra Assad, mas por seu caráter de classe acabarão, mais cedo ou mais tarde, traindo as reais aspirações populares, não só econômicas, mas também no terreno das liberdades democráticas. A única saída para uma vitória estratégica é construir uma direção revolucionária e internacionalista que tome as rédeas do processo [20].
 
Sobre o CNT líbio, sustentávamos: “O CNT pretende desmontar a revolução através da canalização dos anseios por mudanças, fazendo promessas de eleições e de uma assembleia constituinte controlada por cima. As milícias populares não podem depositar confiança no CNT sequer um minuto. Isso equivaleria ao fim da revolução (…)”  [21]. E assim poderíamos citar dezenas.
 
Perguntamos: onde está a “adaptação acrítica ao setor opositor hegemonizado pela burguesia”? Onde está a “falta de independência de classe” e de uma “estratégia revolucionária”? Onde está o “abandono” pela LIT-QI da tarefa de construir uma direção revolucionária? Só nas afirmações mentirosas da FT.
 
A partir do momento em que a LIT-QI se diferencia e denuncia o papel das direções traidoras do campo militar rebelde, tanto na Líbia quanto na Síria, ao mesmo tempo em que lutamos pela construção de uma direção revolucionária, a única crítica da FT que se mantém é que “exigimos armas para os rebeldes”. Esta é a verdadeira discussão.
 
E isto não deve estranhar a ninguém. É uma derivação lógica de sua posição contrária a serem “os melhores soldados” contra a ditadura, uma postura que, como vimos no caso da Espanha, Trotsky atribuía só aos “covardes” e “traidores”.
 
Não exigir armas para os rebeldes sírios é facilitar a derrota da revolução
 
A FT justifica esta posição dizendo: “Não se trata de pedir armas para direções burguesas (…)” [22].
 
Neste sentido, no caso da Líbia afirmam que “não bastava o armamento de ‘milícias’, pois o problema de sua composição social, o caráter da organização e de sua direção são decisivos”. Fazem questão disto dizendo que “A questão política decisiva se concentrava (…) na falta de um polo independente com influência de massas que pudesse pesar na rebelião” [23].
 
Perguntamos-lhes: enquanto não existir um partido revolucionário e um “polo proletário revolucionário” não respondemos ao problema concreto do armamento? Deixamos que essa revolução seja aplastada e afogada em sangue? O povo sírio deve renunciar a um direito democrático tão básico como o de pedir armas para se defender só porque ainda não conseguiu construir essa direção revolucionária?
 
Apelando novamente às lições históricas da revolução espanhola, a FT deveria responder: não foi unânime em toda a esquerda, no Estado espanhol e no mundo, a exigência de armas e apoio material à República quando os trabalhadores e o povo se enfrentavam com as tropas de Franco? Não se exigiam essas armas, especialmente à Inglaterra e à França? Inglaterra e França não eram países imperialistas? O não envio desse armamento não passou para a história como uma demonstração da negação ao apoio à República, o que ajudou no triunfo de Franco?
 
Outro argumento é que a exigência de armas para os rebeldes seria “no mínimo utópica e semeadora de ilusões no imperialismo”, pois o conjunto das potências “não tem essa política” e impulsionam “uma saída negociada” [24]
 
Pois bem, desde quando os revolucionários deixam de fazer uma justa exigência a algum governo capitalista porque tal medida “não é a política” desse governo?
 
Exatamente por isso, a exigência de armas aos países imperialistas tem a utilidade política de desmascarar essas potências como inimigas da revolução, precisamente para combater as ilusões dos que confiam nos discursos “democráticos” do imperialismo.
 
Mas suponhamos que, por uma combinação de contradições, a política do imperialismo fosse a de armar os rebeldes; chamaríamos os combatentes sírios a recusarem essas armas mesmo que estejam sendo massacrados? Chamaríamos a classe operária dos Estados Unidos, da França ou da Inglaterra a sabotar os possíveis carregamentos de armas para os rebeldes sírios?
 
Toda política tem consequências concretas. Neste caso, não exigir ou ser contrário a aceitar armas para os rebeldes sírios equivale, nos fatos, permitir que o povo sírio continue sendo massacrado pelo tirano al-Assad.
Uma política contrária à de Trotsky na Guerra Civil Espanhola
 
A FT, na sua angústia, cita Trotsky, quando este disse que na Espanha: “Não eram armas nem ‘gênios’ militares que faziam falta em Madrid ou Barcelona, mas um partido revolucionário” [25].
 
É verdade que na Espanha faltava um partido revolucionário, mas isso não impediu que Trotsky, ao tentar construí-lo, tivesse uma política clara para conseguir as armas necessárias para os revolucionários espanhóis.
 
Neste sentido, há um texto extremamente esclarecedor de Trotsky com o título sugestivo de “Aprenda a pensar. Um conselho amigável a certos ultraesquerdistas”. Neste artigo de 1938 Trotsky afirma claramente sua posição geral em aceitar ou não as armas do imperialismo:
 
Suponha que amanhã uma rebelião exploda na colônia francesa da Argélia sob a bandeira da independência nacional e o governo italiano, motivado por seus próprios interesses imperialistas, prepara-se para enviar armas aos rebeldes. Qual deve ser a atitude dos trabalhadores italianos, neste caso? Intencionalmente tomei como exemplo uma rebelião contra a intervenção do imperialismo democrático e a intervenção a favor dos rebeldes por um imperialismo fascista. Devem os trabalhadores italianos evitar o envio de armas para os argelinos? Deixemos que os ultraesquerdistas ousem responder a esta pergunta afirmativamente. Qualquer revolucionário, juntamente com os trabalhadores italianos e os rebeldes argelinos, rejeitaria esta resposta afirmativa com indignação. Mesmo que, ao mesmo tempo, uma greve geral dos portuários eclodisse na Itália fascista, os grevistas deveriam abrir uma exceção em favor dos navios que levariam ajuda aos escravos coloniais rebelados, caso contrário, não seriam nada mais que sindicalistas vis, e não revolucionários proletários.
 
Ao mesmo tempo, os trabalhadores portuários da França, mesmo que não estejam em greve, serão obrigados a fazer todo esforço para bloquear o carregamento de munição destinada a ser utilizada contra os rebeldes. Somente tal política, por parte dos trabalhadores italianos e franceses, é a política do internacionalismo revolucionário.
 
Mas isso não significa que os trabalhadores italianos devam moderar sua luta, neste caso, contra o regime fascista? Nem um pouco. O fascismo oferece “ajuda” para os argelinos apenas para enfraquecer seu inimigo, a França, e estender sua mão predatória sobre suas colônias. Os trabalhadores revolucionários italianos não se esquecem disso em nenhum momento. Chamam os argelinos a não confiar em seu “aliado” traiçoeiro e, ao mesmo tempo, continuam sua própria luta implacável contra o fascismo, “o principal inimigo em seu próprio país”. Só desta forma se pode obter a confiança dos rebeldes, ajudar a rebelião e fortalecer sua própria posição revolucionária [26].
 
Trotsky agiu com os mesmos critérios durante a guerra civil espanhola.
 
Em primeiro lugar, sempre denunciou como uma traição favorável à vitória do fascismo na Espanha, o “Pacto de Não Intervenção”, promovido pelo governo da Frente Popular francesa, liderada pelo socialista Leon Blum e fortemente apoiado pela Inglaterra.
 
Esta “pérfida não intervenção” [27], nas palavras de Trotsky, entre outras medidas, baseou-se na promoção de um “embargo de armas” para ambos os lados do conflito [28]. Este embargo, como os trotskistas e toda a esquerda republicana denunciaram, foi uma gigantesca farsa que só favoreceu ao fascista Franco, que nunca deixou de receber armas e soldados dos imperialismos alemão e italiano.
 
Em um texto intitulado “Contra o ‘derrotismo’ na Espanha”, Trotsky insiste novamente sobre a questão dos revolucionários em relação às armas, no contexto da existência de um campo militar “progressista”:
 
Tomemos um exemplo: Dois barcos com armas e munições saem da França ou dos Estados Unidos, um para Franco e outro para Negrín. Que atitude deveriam tomar os trabalhadores? Sabotar o transporte dos dois ou só o de Franco? Não somos neutros. Deixaríamos passar o barco com munições para Negrín. Sem ilusões, sabemos que destas balas, nove em cada dez serão dirigidas contra os fascistas, mas ao menos uma contra nossos camaradas. Mas das munições destinadas a Franco, dez de dez serão dirigidas contra nossos camaradas. Não somos neutros. Não deixaríamos passar o barco com munições para Franco. Entenda-se bem, se fosse produzida na Espanha uma insurreição operária armada, tentaríamos fazer com que as armas e as munições chegassem até as massas de operários insurrectos. Mas enquanto não tiverem suficiente força para isto, escolheríamos o mal menor [29].
 
Em outro texto, polemizando com Craipeau, um camarada francês, Trotsky diz:
 
As reuniões de trabalhadores vibraram por meses com o grito: “Aviões para a Espanha”. Imaginem por um momento que Blum tivesse decidido enviar alguns. Imaginem que neste preciso momento estivesse em curso uma greve de estivadores ou marinheiros. Que teria feito Craipeau? Teria se oposto à palavra de ordem “Aviões para a Espanha”? Teria aconselhado os trabalhadores em greve a abrir uma exceção para este carregamento de aviões? Mas a União Soviética enviou realmente aviões (a um preço bastante alto e com a condição de apoiar o regime capitalista, isso eu sei muito bem). Os bolcheviques leninistas deveriam ter exortado os trabalhadores soviéticos a sabotar estes carregamentos? Sim ou não? [30].
 
É claro que, ante o confronto armado, Trotsky aceitaria os “aviões” do imperialista Blum, e é claro que não ficou sentado nem comentando que os “operários insurretos” ainda não “tinham força suficiente” para se posicionar pela vitória militar contra o fascismo nem para “deixar passar” armas para Negrín, o “mal menor” do ponto de vista militar.
 
Obviamente, isto nunca significou um apoio político ao governo republicano, a ponto tal que Trotsky se opôs a apoiar os créditos de guerra que Negrín solicitou às Cortes.
 
A FT cita um texto de Trotsky que diz:
 
Enquanto partido revolucionário, mobilizamos hoje em dia voluntários para Negrín? Isto significaria enviá-los às garras da G.P.U. Coletar dinheiro para o governo Negrín? Absurdo! Coletaremos dinheiro para nossos próprios camaradas na Espanha, e se enviarmos camaradas, será clandestinamente, para nosso próprio movimento. Nossa atitude frente a comitês como o Comitê Americano para a Democracia na Espanha, frente aos encontros, ações sindicais, etc.?
Defenderemos a ideia de que os sindicatos devem coletar dinheiro, não para o governo, mas para os sindicatos espanhóis, para as organizações operárias [31].
 
A leitura dessa citação fora de seu contexto poderia levar a pensar que Trotsky só estava a favor de mandar e receber ajuda material para certas milícias ou “sindicatos operários” independentes do governo de Negrín. Mas isso não é assim, como o próprio Trotsky explica no parágrafo seguinte, que a FT não cita:
 
Se alguém nos responder dizendo que os sindicatos espanhóis estão unidos ao governo, e que, portanto, seria inadmissível lhes mandar dinheiro, responderemos mencionando um único exemplo: durante a greve dos mineiros da Inglaterra em 1926, enviamos dinheiro aos sindicatos de mineiros, cujos dirigentes estavam estreitamente unidos ao governo britânico. Os comitês de greve podem ser reformistas, podem ser traidores, podem ter relações com os patrões. Mas não podemos deixar de levar em conta que enquanto os mineiros não forem capazes demudá-los, enviaremos dinheiro a eles, correndo o risco de que traiam os operários [32].
 
Disto, podemos concluir:
 
1)                 Trotsky defendia a vitória militar dos republicanos contra o fascismo. Isto significa que batalhou pela vitória do campo militar republicano de conjunto, apesar de ser dirigido por burgueses, pequenos burgueses e stalinistas traidores. Por isso esteve a favor de “deixar passar” o “barco com munições para Negrín”, vindo da “França ou dos Estados Unidos”, e declarou que “ajudaria Caballero com todos os meios materiais, contra o fascismo[33], sabendo que estes eram governos burgueses.
 
2)                 No entanto, “enquanto partido revolucionário”, isto é, referindo-se à campanha própria e específica dos trotskistas, não juntaria nem mandaria voluntários ou dinheiro para o governo de Negrín, mas para os sindicatos espanhóis. Isso é correto. Mas, em relação a esse critério, Trotsky é categórico quando esclarece que mandaria essa ajuda coletada pelo “partido revolucionário” mesmo se esses sindicatos fossem “reformistas”, tivessem “relações com os patrões” e estivessem “unidos ao governo”.
 
3)                 Isto mostra duas questões na polêmica com a FT. A primeira é que Trotsky, na hora de exigir ou aceitar armas, nunca teve o critério da FT de que “não se trata de pedir armas para uma direção burguesa”. A segunda é que o velho revolucionário não esperou sentado que aparecesse uma direção revolucionária, nem sequer um “polo proletário independente”, para mandar ajuda material, como a FT exige em relação à Síria.
 
Da mesma forma que Trotsky agiu, a LIT-QI exige e aceitaria armas e “aviões” da “França ou dos Estados Unidos”, ou de qualquer governo, para o campo rebelde em geral, mesmo que a maior parte destas armas parasse nas mãos das direções burguesas desse campo e, em nossa própria campanha, mandamos a ajuda que coletarmos àqueles setores mais progressistas e independentes da resistência síria.
 
Tudo isto mostra que as diferenças da FT com a LIT-QI são, na verdade, diferenças com Trotsky.
 
Estas são lições muito importantes para atuar nas revoluções atuais. Neste sentido, em nossa opinião, cabem aos ultraesquerdistas de hoje exatamente o mesmo julgamento feito por Trotsky aos fraseólogos “derrotistas” na guerra civil espanhola:
 
Aqueles ultraesquerdistas que não querem pensar como marxistas –é disso que se trata– serão surpreendidos pela guerra. Sua política em tempos de guerra será a fatal consumação de sua política em tempos de paz. O primeiro tiro da artilharia enviará os ultraesquerdistas à inexistência política ou os levará ao campo do social-patriotismo, exatamente como os anarquistas espanhóis, aqueles absolutos “negadores” do estado, que pelas mesmas razões converteram-se em ministros burgueses quando chegou a guerra. Para poder levar adiante uma política correta em tempos de guerra, devemos aprender a pensar corretamente em tempos de paz.[34]
 
Da mesma forma, todo o raciocínio ultraesquerdista da FT nas guerras civis da Síria e da Líbia localizou-os, ante “o primeiro tiro da artilharia”, objetivamente contra essas revoluções.

 


[1]ISHIBASHI, Simone. Abaixo a intervenção imperialista na Síria. Disponível em: http://www.ler-qi.org/Abaixo-a-intervencao-imperialista-na-Siria.
[2]ISHIBASHI, Simone. A crise síria e a necessidade de uma política revolucionária. Disponível em: http://www.ler-qi.org/A-crise-Siria-e-a-necessidade-de-uma-politica-revolucionaria .
[3]Idem.
[4]Idem.
[5]CINATI, Claudia. La OTAN busca asegurarse el control de Libia. Disponível em: http://www.pts.org.ar/La-OTAN-busca-asegurarse-el-control-de-Libia (todas as traduções são nossas).
[6]ISHIBASHI, Simone. A crise síria e a necessidade de uma política revolucionária.
[7]Idem.
[8]Idem.
[9]MOLINA, Eduardo e ISHIBASHI, Simone. A un año y medio de la “primavera árabe”. Disponível em: http://www.ft-ci.org/A-un-ano-y-medio-de-la-primavera-arabe
[10]Idem.
[11]Idem.
[12]TROTSKY, Leon: Por la victoria de la Revolución española. Disponível em: http://www.ceipleontrotsky.org/Por-la-victoria-de-la-Revolucion-espanola (Sublinhados nossos).
[13]TROTSKY, Leon. Los revolucionarios en la guerra civil. Disponível em: http://www.ceip.org.ar/160307/index.php?option=com_content&task=view&id=990&Itemid=114 (Sublinhados nossos).
[14]ISHIBASHI, Simone. A crise síria e a necessidade de uma política revolucionária.
[15]A FT apresentou a luta na Líbia como um enfrentamento entre “campos burgueses” ou simplesmente entre “a ditadura em decomposição e um bloco rebelde manipulado pela cooptação imperialista”. Ver A un año y medio de la “primavera árabe”, já citado.
[16]TROTSKY, Leon. Contra el “derrotismo” en España. Disponível em: http://ceipleontrotsky.org/Contra-el-derrotismo-en-Espana (sublinhados nossos).
[17]ISHIBASHI, Simone. Abaixo a intervenção imperialista na Síria.
[18]Idem.
[19]Idem.
[20]LEÓN, Ronald. Comenzó la guerra civil en Siria. Disponível em: http://litci.org/inicio/newspaises/asia/siria/3016-comenzo-la-guerra-civil-en-siria.
[21]LEÓN, Ronald. ¿Dónde está la revolución y dónde la contrarrevolución en Libia? Disponível em: http://www.litci.org/artigos/747-libia/2958-idonde-esta-la-revolucion-y-donde-la-contrarrevolucion-en-libia.
[22]ISHIBASHI, Simone. A crise síria e a necessidade de uma política revolucionária.
[23]MOLINA, Eduardo e ISHIBASHI, Simone. A un año y medio de la “primavera árabe” (Sublinhados nossos).
[24]ISHIBASHI, Simone. A crise síria e a necessidade de uma política revolucionária.
[25]TROTSKY, Leon. Lección de España; última advertencia. Disponível em: http://www.ceipleontrotsky.org/Leccion-de-Espana-ultima-advertencia
[26]TROTSKY, Leon. Aprendan a pensar. Disponível em: http://ceipleontrotsky.org/Aprendan-a-pensar (Sublinhado nosso).
[27]Trotsky escreveu em uma polêmica com Craipeau, dirigente francês do Movimento pela Quarta Internacional: “Se Blum em vez de declarar a pérfida “não intervenção” – sempre sob as ordens do capital financeiro – houvesse apoiado Caballero e Negrín com sua democracia capitalista, Craipeau teria renunciado à sua oposição irredutível contra o governo de “Frente Popular”? Ou teria renunciado ao dever de distinguir entre os dois campos que se enfrentavam na Espanha e adaptar sua política a esta distinção?”. Em “Una vez más: la Unión Soviética y su defensa”, disponível em: http://www.marxists.org/espanol/trotsky/1940s/dm/36.htm.
[28]Em agosto de 1936, 27 estados europeus firmaram o “Acordo de Não Intervenção na Espanha” mediante o qual decidiram “abster-se rigorosamente de toda ingerência, direta ou indireta, nos assuntos internos desse país” e proibiram “a exportação… re-exportação e o trânsito à Espanha, possessões espanholas ouà zona espanhola de Marrocos, de toda classe de armas, munições e material de guerra”.
[29]TROTSKY, Leon. Contra el “derrotismo” en España. (Sublinhados nossos).
[30]TROTSKY, Leon. Una vez más: la Unión Soviética y su defensa. Disponível em: http://www.marxists.org/espanol/trotsky/1940s/dm/36.htm
[31]TROTSKY, Leon. Contra el “derrotismo” en España.
[32]Idem.
[33]TROTSKY, Leon. Los revolucionarios en la guerra civil. (Sublinhados nossos).
[34]TROTSKY, Leon. Aprendan a pensar. (Sublinhados nossos).

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