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quinta-feira, março 28, 2024

As negociações russo-americanas sobre o futuro da Síria

Enquanto o regime sírio se prepara para atacar Idlib, o líder da Frente al-Nusra – Muhammad al-Joulani – disse que ele e sua facção defenderão Idlib.

Por: Victorios Shams

A Frente al-Nusra não existe mais em outras partes da Síria. Outras milícias islâmicas entregaram as armas e saíram. Sua afirmação parece dar o pretexto para o regime atacar a cidade já que a Frente al-Nusra é classificada como terrorista.

Em 22 de agosto o conselheiro de segurança nacional americano John Bolton se reuniu com o secretário do conselho de segurança russo Nikolai Patrushev em Genebra. Posteriormente Bolton afirmou que os russos querem retirar as tropas iranianas da Síria, mas não poderiam fazê-lo sozinhos. Além disso, afirmou que as forças sírias não utilizariam armas químicas nos ataques à Idlib, como se quaisquer outras armas fossem permitidas.

Por outro lado, os russos estão trabalhando duro para trazer os refugiados sírios dos países vizinhos e da Europa de volta para a Síria. Por isso estão acusando países europeus de não colaborar para retornar os refugiados. Certamente a França é um dos países que oficialmente rejeita o princípio de forçar os refugiados a retornar.

Por que a Rússia quer repatriar os refugiados?

Esta é uma questão importante. A Rússia quer mostrar que erradicou o terrorismo da Síria. O retorno dos refugiados reforçaria sua tese de que o problema de fato era o terrorismo. É isto que a Rússia quer mostrar para a comunidade internacional.

Da mesma forma, o regime sírio anunciou que vai retomar o Festival de Bosra. Ele ocorreu todos os anos desde 1978 até o início da revolução. É um festival internacional que reúne artistas de muitos países. Ele será realizado no mesmo antigo castelo romano que o regime bombardeou repetidamente ao longo da revolução. Ativistas sírios exigem que o regime seja coerente com sua proposta e convide artistas que apoiaram a revolução como Sameh Shoukir e outros.

* Victorios Shams é jornalista sírio. Ele escreve um relato semanal sobre a revolução síria para o programa Opinião Socialista – o mundo árabe sob a perspectiva das trabalhadoras e trabalhadores, produzido pelo PSTU (seção brasileira da LIT-QI)

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