O Movimento de Solidariedade Internacional (ISM) insta a comunidade internacional a tomar ações urgentes e imediatas contra o recente fechamento do bairro Tel Rumeida e da Rua Shuhada, no centro de Hebron, declarada “Zona militar fechada” pelas forças de ocupação israelenses.
Por: Imad A.A. Temeiza*
No dia 1o de novembro, as forças de ocupação instruíram todos os residentes palestinos a “se registrarem”. A partir de 3 de novembro, todos os não residentes, incluindo os trabalhadores de Direitos Humanos, médicos, professores e outros, foram proibidos de entrar.
Esta declaração chega num mês de crescentes protestos pelas vidas de mais de 70 palestinos da Faixa de Gaza e Cisjordânia, um terço deles em Hebron. Muitos dos assassinatos extrajudiciais em Hebron acontecem em áreas que agora estão evacuadas de estrangeiros que estavam monitorando e reportando aquilo que testemunhavam.
Desde o dia 3 de novembro, todos os monitores de direitos humanos internacionais em Tel Rumeida foram despejados da área sob ameaça de prisão e posterior deportação. Embora a ordem seja válida apenas por um dia, e seja renovada diariamente, as forças de ocupação informaram aos moradores e aos trabalhadores de direitos humanos despejados que a mesma estará em vigência por um longo período.
No dia 7 de novembro, as forças israelenses atacaram vários lares palestinos, capturando famílias dentro de suas casas, enquanto os colonos circulavam livremente pelas ruas cantando “Morte aos árabes!”.
“Soldados e colonos estão tornando a vida dos palestinos insuportável para forçá-los a deixarem seus lares voluntariamente. Isso é um crime segundo a lei internacional. Estão mirando nos ativistas para calar a verdade e para que esta não chegue a todo o mundo“, explica Abed Salaymeh, residente de Tel Rumeida. Outros observadores internacionais de direitos humanos foram atacados diretamente mediante prisões, despejos e violência. Essas condições facilitam os assassinatos extrajudiciais na região, bem como a continuidade da ocupação de lares palestinos por colonos israelenses.
O ISM chama:
– Pelo fim imediato da ordem de “Zona Militar Fechada” em Tel Rumeida e Rua Shuhada.
– Pelo fim das ameaças e do assédio aos residentes e ativistas estrangeiros de direitos humanos.
– Pela retirada das restrições de movimentação no centro de Hebron.
– Pela retirada dos colonos israelenses ilegais de Hebron.
Chamamos a sociedade civil em todo o mundo para que apoie essas reivindicações e faça todo o possível para pressionar o governo de Israel a parar com os severos abusos de direitos humanos contra o povo palestino, bem como para que se some ao Movimento por Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS).
Para mais informações, veja:
B’Tselem Press Release, Nov. 6, 2015: “New restrictions on movement in Hebron and area disrupt lives and constitute prohibited collective punishment”.
B’Tselem, Oct. 20: “Footage from Hebron: Israeli military enables 5-day settler attack”.
International Solidarity Movement, Nov. 7: “Palestinians held hostage in their own homes by Israeli forces in al-Khalil (Hebron)”.
International Solidarity Movement, Nov. 4: “International human rights defenders arrested and evicted while “Hebron is becoming ghettoized”.
International Solidarity Movement, Oct. 30: “Palestinian residents of Hebron required to register in preparation for severe new restrictions”.
8 de novembro de 2015 – Movimento de Solidariedade Internacional, equipe Al-Khalil – Hebron, Palestina Ocupada
*Vice-presidente de Relações Internacionais e Secretário do Sindicato de Trabalhadores dos Correios da Palestina (PPSWU). Membro da Junta Diretiva do Centro de Direitos dos Trabalhadores da Palestina (DWRC).
Tradução: Raquel Polla