Na primeira semana de novembro, o tribunal que julga Saddam Hussein o condenou à forca pela matança de 148 habitantes xiítas de Dujail, ao norte de Bagdá, em 1982.
Saddam foi um ditador que reprimiu de modo sangrento o povo iraquiano, especialmente os xiítas e curdos. No entanto, esse julgamento é uma farsa completa, típica de uma “justiça colonial”.
Em primeiro lugar, porque seu verdadeiro objetivo não é “fazer justiça” a favor do povo iraquiano, mas cobrir com o manto da “legalidade jurídica” a invasão e ocupação do país por parte de tropas imperialistas, cuja desculpa principal foi justamente “liberar” o Iraque da “tirania de Saddam Husseim”.
Em segundo lugar, porque o tribunal que o julgou é parte de um governo títere, agente de uma ocupação colonial que já causou 655.000 mortos e utiliza de modo indis
Em terceiro lugar, com total hipocrisia, Saddam é condenado por um crime que foi cometido em momentos em que ele era aliado do imperialismo americano e travava uma guerra contra o Irã para debilitar a revolução nesse país[1].
Nesses anos, o imperialismo calou a boca aos
Não temos dúvida de que Saddam merece ser julgado e condenado por suas atrocidades. Mas nem o imperialismo
[1] Em 1979, uma grande revolução operária e popular derrubou o Sha Pahlevi, do Irã, um dos grandes aliados do imperialismo na região. Em setembro de 1980, utilizando como desculpa divergência de limites, Saddam, com a benção dos EUA, iniciou a guerra e invadiu o Irã. Em 1982 as tropas iraquianas já haviam sido expulsas da maior parte do território invadido, mas a guerra continuou até 1988, com um alto custo em número de vidas e uma enorme