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sexta-feira, março 29, 2024

Campanha "Os Trabalhadores Iranianos não estão Sozinhos"!

O novo movimento sindical iraniano encontra-se em uma encruzilhada. Em 8 de março, mais de 35.000 professores da província de Teerã protestaram contra os baixos salários diante do Parlamento. Cerca de 50 deles foram agora presos, incluindo vários de seus dirigentes. No total, mais de 100.000 professores saíram às ruas durante os últimos dias. Apresentam demandas muito básicas: um salário suficiente para viver e melhores condições de trabalho. Mas em uma reunião com funcionários oficiais, depois de sua quarta manifestação, receberam como resposta que não haveria negociações e que suas “pressões não teriam nenhum efeito nas decisões oficiais”.

Os professores são apenas o último setor dos trabalhadores que realizam ações para defender seus direitos. Desde março de 2005, os ativistas do sindicato da Companhia Vahed de Transporte de Teerã e Subúrbios estão lutando pelo reconhecimento legal do sindicato, melhorias salariais e nas condições de trabalho. A resposta do governo iraniano foi muito dura: a sede sindical foi atacada, seu comitê diretor foi espancado e Manssur Ossalou, principal dirigente, ficou bastante ferido, com cortes no rosto e na língua. Desde então, os trabalhadores e motoristas da Vahed realizaram várias greves e foram detidos em várias ocasiões. Ossalou permaneceu na conhecida prisão Evin, em Teerã, desde dezembro de 2005 até agosto de 2006. A maior parte do tempo, esteve em confinamento solitário e foi maltratado de várias formas. Para ser liberado, devia pagar uma fiança de 83.000 libras esterlinas (equivalente a 125 anos de seu salário) e seu “julgamento” se iniciou no último 24 de fevereiro.

Durante os últimos três anos ocorreram muitas greves. Em muitas ocasiões, os trabalhadores se uniram a outros setores da sociedade, especialmente estudantes. Nas áreas do Curdistão iraniano, a população de cidades inteiras se enfrentou com o governo e apoiou os trabalhadores e ativistas sindicais. Essas lutas, e a discussão de como desenvolvê-las, originaram agora a formação do Conselho de Coordenação de Ativistas e Organizações Sindicais. Seu objetivo é criar um amplo bloco de unidade de ação dos trabalhadores.

Além disso, mulheres, jovens, desempregados, estudantes e a maioria das nacionalidades oprimidas realizaram suas próprias lutas contra a discriminação e as injustiças que o governo pratica contra elas. O objetivo da campanha “Os trabalhadores iranianos não estão sozinhos” é alcançar as seguintes reivindicações:

 

* Atendimento de todas as demandas dos trabalhadores, incluindo o direito de greve, o direito de construir suas próprias organizações independentes, e os direitos de assembléia e livre expressão;

 

* Fim de todos os ataques físicos, detenções, assassinatos e torturas contra os operários e empregados nas fábricas e zonas operárias;

 

* Liberdade incondicional a todos os presos políticos e anulação das penas contra Manssur Ossalou e todas as mulheres, professores e estudantes detidos durante as recentes manifestações.

 

Chamamos todos os sindicatos e ativistas sindicais do mundo a apoiar as lutas dos professores e motoristas de ônibus de Teerã e a campanha “Os trabalhadores iranianos não estão sozinhos!”. O 1º de Maio será um dia de ação em defesa de todos os trabalhadores iranianos e de todos aqueles que apóiam o movimento sindical.

O novo movimento sindical iraniano encontra-se em uma encruzilhada: com seu apoio, o ajudaremos a avançar para recuperar suas conquistas. Para maiores detalhes da campanha, veja o site da IWSN.

 

Liberdade aos ativistas sindicais presos no Irã!

 

Viva o bloco unificado dos trabalhadores iranianos!

 

Viva a solidariedade internacional!

 

Rede de Solidariedade dos Trabalhadores Iranianos

Comitê de Ação dos Trabalhadores do Irã

 

19 de março de 2007

 

Enviar adesões para iranwsm@fastmail.fm

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