sex mar 29, 2024
sexta-feira, março 29, 2024

14 de novembro: Vamos construir a greve geral europeia contra a Europa do capital

No dia 14 de novembro ocorrerá uma greve geral na Espanha, Portugal e Grécia. Unir as lutas dos trabalhadores em escala europeia! Construir também na Itália a greve geral!
Declaração do Comitê Central do PdAC
 
As massas populares de toda Europa estão sofrendo ataques pesadíssimos em suas condições de vida e de trabalho. Direitos conquistados em anos de lutas são desmantelados. Demissões, miséria, salários de fome são o quotidiano para milhões de trabalhadores de todos os países europeus. Os governos burgueses, a partir daqueles dos países com a dívida pública mais alta (os chamados PIIGS – Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha), têm lançado em campo planos de austeridade que preveem o desmantelamento do Estado de bem estar social, a redução dos salários, a demissão nos serviços públicos, o aumento dos impostos pagos pelos trabalhadores. Os governos nacionais aplicam as medidas que lhes são requeridas pela chamada Troika, isto é Banco Central Europeu, Comissão europeia e Fundo Monetário Internacional: estes organismos supranacionais, enquanto continuam a dar bilhões aos bancos e indústrias, jogam os custos da crise nas costas dos operários, dos trabalhadores assalariados, dos jovens estudantes e dos imigrantes.

O que está ocorrendo na Itália com a revisão de despesas e o pacote do governo Monti (chamado cinicamente "lei de estabilidade") é semelhante ao que está ocorrendo na Grécia, Espanha e Portugal. O governo, depois de haver fornecido bilhões ao capital financeiro e industrial, hoje apresenta uma alta conta aos trabalhadores: novos e pesadíssimos cortes na saúde, na escola pública (enquanto se dá mais de 220 milhões às escolas privadas em obsequio ao Vaticano), na administração pública.

Também na Espanha, Portugal e Grécia os governos estão baixando pacotes semelhantes: mas nestes países os trabalhadores há meses estão organizando uma dura resistência, com greves gerais, manifestações de massa e até ataques ao Parlamento. É hora de, também na Itália, os trabalhadores, os estudantes e os jovens sairem às ruas em uma grande jornada de greve geral, que bloqueie o país até dobrar o governo.

O dia 14 de novembro representa uma ocasião importantíssima para lançar esta luta na Itália, na unidade de classe com os proletariados espanhol, português e grego. Na Grécia, Espanha e em Portugal os sindicatos – sejam aqueles de colaboração sejam aqueles de luta e de base – proclamaram uma greve geral. Construamos a greve geral do dia 14 de novembro também na Itália! Transformemos a jornada do dia 14 em uma primeira grande greve geral europeia!

Demonstremos aos banqueiros e capitalistas que têm o destino da Europa  nas mãos que o proletariado, se for a campo unido, é uma força imbatível.

O Partito de Alternativa Comunista faz um apelo a todos os ativistas sindicais e a todas as organizações do movimento operário a construir desde já uma campanha pela greve geral do dia 14 de novembro também na Itália.

Estão previstas já várias greves de categorias no mês de novembro, entre as quais a dos metalúrgicos da FIOM e dos transportes no dia 16 de novembro e uma greve da educação no 26 de novembro. A CGIL [Principal central sindical] por hora se limitou a anunciar algumas manifestações no dia 14 de novembro, sem contudo proclamar a greve geral.

Fazemos um chamado às direções sindicais da FIOM e dos sindicatos da educação para unificar as lutas de todos os trabalhadores, saindo da lógica derrotada das greves por categorias e convergir para o 14 de novembro. Pedimos, em primeiro lugar aos sindicatos de base, a proclamar unidos a greve geral na jornada de luta europeia do dia 14 de novembro. Fazemos um apelo aos delegados e aos ativistas em todos os lugares a organizar em todos os sindicatos uma campanha para proclamação da greve geral do dia 14 de novembro. Enfim, pedimos às associações e aos coletivos dos estudantes, que nestas semanas estão saindo às ruas, a proclamar naquela mesma data uma nova greve estudantil.

No dia 18 de outubro na Grécia dezenas de milhares de trabalhadores saíram às praças em uma grande greve geral e pela enésima vez tentaram ocupar o Parlamento (um manifestante morreu de infarto por causa dos ataques da polícia). Os nossos companheiros de Corriente Roja, que na Espanha estiveram na primeira fila nas mobilizações dos mineiros, operários e estudantes, estão avançando em todo o movimento espanhol – que não dá sinais de recuar, com manifestações quase que quotidianas – uma proposta de luta unitária sobre uma plataforma de classe. O mesmo fazem os nossos companheiros do MAS em Portugal onde há poucas semanas se assistiu a maior mobilização de massas desde os tempos da revolução dos cravos, em 1974.

Na Itália, sobretudo pelo peso dos aparatos burocráticos, a mobilização demora a decolar, não obstante as condições do proletariado italiano serem semelhantes àquelas do proletariado grego, espanhol e português (demissões em massa, desmantelamento dos serviços públicos, ataque aos salários). Também por isto, é importante que a jornada do dia 14 de novembro se torne, pela pressão dos trabalhadores e contra os interesses das burocracias sindicais (que temem a explosão das lutas), uma jornada de greve geral. O Partito de Alternativa Comunista defenderá, juntamente com as outras seções da LIT – Quarta Internacional na Europa, que o 14 de novembro torne-se o início de uma mobilização de massas e por tempo indeterminado também na Itália. Defenderemos a unificação das lutas e seu crescimento sobre a base de uma plataforma de classe.

 Tradução: Rodrigo Ricupero

Confira nossos outros conteúdos

Artigos mais populares