sex mar 29, 2024
sexta-feira, março 29, 2024

Todos com os trabalhadores gregos!

No dia 5 de maio a classe trabalhadora e o povo grego voltaram a paralisar completamente o país, na quarta greve geral desde que se desencadeou a crise da dívida. Marchas imponentes percorreram Atenas e todas as cidades gregas.

 100.000 manifestantes cercaram o parlamento. Os choques com a polícia foram generalizados. A classe operária e o povo grego saíram em massa às ruas para rejeitar o brutal plano de choque imposto pela União Européia e o FMI.
 
O conflito grego é a primeira grande prova de força entre o capital financeiro e a classe trabalhadora europeia. Na Grécia está se jogando o futuro imediato da Europa. A Grécia mostra com a maior crueza qual é o futuro que nos querem impor e, ao mesmo tempo, qual deve ser a resposta da classe trabalhadora.
 
O plano de choque da UE-FMI, aplicado pelo governo “socialista” do PASOK, é brutal: redução de 25% do salário dos empregados públicos, por meio da eliminação dos dois pagamentos extras e cortes do salário mensal; redução das pensões em 20%; aumento da idade de aposentadoria; grandes cortes nos serviços públicos; graves retrocessos nos direitos trabalhistas, abolindo convênios e liberalizando demissões; fortíssima alta dos impostos (o IVA – sobe de 19 para 23%-, a gasolina e o álcool ou fumo, enquanto rebaixam impostos aos empresários) e privatizações de tudo o que está por privatizar.
 
Os trabalhadores gregos definiram muito bem o objetivo do plano: “querem nos converter em pobres”. Querem impor um retrocesso social de décadas. É um plano para sangrar selvagemente os trabalhadores e o povo grego com o único objetivo de que os banqueiros alemães e franceses e outros abutres financeiros continuam lucrando com o grande negócio da dívida pública grega. Para isso, arrebataram da Grécia sua soberania nacional e a converteram em um protetorado econômico.
 
O grande temor dos capitalistas é serem derrotados pela mobilização operária e popular. Se eles são derrotados na Grécia se abriria uma nova situação em toda Europa. Seus planos ficariam gravemente questionados, a crise se estenderia como a pólvora, o euro e a UE entrariam em parafuso e a classe trabalhadora européia teria diante de si o exemplo grego de como se luta e como se pode fazer retroceder o inimigo.
 
A Grécia mostra que, chegado a este extremo, somente poderá fazer frente à catástrofe se declarar o não reconhecimento da dívida, romper com o euro e com a UE e adotar medidas drásticas e urgentes para reorganizar a economia a serviço da grande maioria: expropriando o sistema financeiro, nacionalizando as empresas estratégicas, repartindo o trabalho, estabelecendo o monopólio do comércio exterior e buscando a solidariedade de classe dos trabalhadores europeus, na luta comum por uma Europa dos trabalhadores e dos povos.
 
No calor da crise grega, o FMI apressa o Governo Zapatero para que este acelere a aplicação do plano de ajuste e envie “uma mensagem contundente de responsabilidade aos mercados”.
 
Todos temos que responder ao chamado dos trabalhadores gregos: “Povos da Europa, levantem-se”. A luta da Grécia é a nossa, a de todos. Apoiar a Grécia e unir forças contra o plano de ajuste de Zapatero, bancos e patronal, é a grande tarefa do presente.
 

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