qui mar 28, 2024
quinta-feira, março 28, 2024

O IV Congresso de CoBas reafirma seu compromisso com as trabalhadoras

Em 26 e 27 de janeiro, aconteceu o IV Congresso nacional de Cobas, no qual a presença e a voz das delegadas se mostraram com força. Entre as muitas resoluções aprovadas, três têm importância especial para nós.

Por Laura R.

Foi aprovado por unanimidade legalizar a greve geral de 24 horas pelos direitos das mulheres no próximo 8 de março, Dia internacional das mulheres trabalhadoras.

Com esta resolução, começa a contagem regressiva para que, como no ano passado, comecemos a construir com tempo e a partir das bases, assembleias em todos os locais de trabalho. Para que sejam as trabalhadoras e os trabalhadores, quem decidam de forma democrática e de acordo com suas possibilidades, como se somar a este dia de luta nacional e internacional e para a qual sobram motivos.

Como sindicato da classe e combativo, não concebemos que os homens se façam de bobos nesse dia. Pelo contrario, se no próximo 8M queremos paralisar o país pelos direitos das mulheres, precisamos deles do nosso lado e lutando ombro a ombro conosco à frente.

Como trabalhadoras, esta não é uma luta abstrata contra o patriarcado e sim contra as políticas e medidas que os sucessivos governos do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) levaram a cabo e por demandas e reivindicações bem concretas como: a revogação das reformas trabalhistas, a exigência de aposentadorias dignas e iguais para todas, por uma Lei urgente e obrigatória de igualdade salarial ou pelo investimento social necessário para que as tarefas domésticas e de cuidados sejam assumidas pelo Estado.

A partir da Secretaria da Mulher de Madri foram expostos também no Congresso, os motivos e razões da resolução “Tem que sindicalizar a escravidão? Não, tem que ser abolida!” aprovada na Assembleia de Cobas Madri.

As companheiras explicaram que esta resolução parte da consideração prioritária dos direitos das mulheres que exercem a prostituição. Sua perspectiva abolicionista não tem nada a ver com o abolicionismo hipócrita do PSOE e do governo de Sanchez, que pretende unicamente esconder a prostituição debaixo do tapete para que não seja vista. As companheiras lançaram no Congresso a pergunta sobre se é possível sindicalizar uma atividade na qual numerosos estudos demonstram que as mulheres que a exercem, tem alto risco de sofrer uma violação e uma alta probabilidade de sofrer abortos forçados ou lacerações vaginais, assim como uma maior probabilidade de cair em um consumo abusivo de álcool e drogas. Padecem de depressão e ansiedade em 70% dos casos e inclusive transtornos dissociativos e stress pós-traumático, que afeta 68% do coletivo.

O debate sobre  regularizar a prostituição ou caminhar para sua abolição, há tempos é motivo de polêmica dentro do movimento feminista. Uma polêmica que continuou reproduzindo-se em algumas das assembleias preparatórias do próximo 8 de março.

Após a exposição das companheiras, há acordo em que como sindicato precisamos ter uma postura clara, sem ambiguidades nem meias medidas. Mas para isso, é preciso que as afiliadas conheçam, estudem e debatam a fundo, com critério de classe, as diferentes posições a favor e contra. É por isso que o Congresso resolveu encarregar à Coordenação nacional entrante, a realização de um Seminário sobre o tema.

Por último, a resolução: “25N- Contra as violências de gênero” acentuou que Cobas como sindicato da classe, não pode ignorar e permanecer impassível ante um grande número de condutas machistas soterradas no âmbito do trabalho, que não vem à tona em sua maioria não são denunciadas pela situação de enorme precariedade no emprego que muitas mulheres sofremos diariamente, e são também uma forma de violência machista.

O Congresso reafirmou, portanto a necessidade de conscientizar o conjunto dos filiados/as sobre este tema, promovendo a formação entre os delegados e delegadas, que lhes permita identificar e combater estas violências machistas nos centros e locais de trabalho, sem ignorar nem minimizar sua importância.

Extraído de cobassevilla.com

Tradução: Lilian Enck

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