qui mar 28, 2024
quinta-feira, março 28, 2024

Estado Espanhol| Não cansaremos de dizer: o machismo também é uma pandemia, que tem que combater!

Depuração já do sistema judicial!
A partir da Corriente Roja nos somamos as manifestações de repúdio e rechaço diante da sentença no caso do Pozoblanco, que condena aos estupradores de “La Manada”, a penas entre 2 anos e 10 meses, e 4 anos e meio de prisão, por abuso sexual e por um delito contra a intimidade.

Uma vez mais, agredir sexualmente em grupo uma mulher que está semiconsciente dentro de um carro, gravar e difundir pelas redes sociais a agressão e depois empurra-la para fora do carro é considerado por sua senhoria abuso sexual e não estupro, porque não enxergam nisso “violência e intimidação”.
Uma vez mais, a justiça se coloca do lado dos agressores e não de suas vítimas, enquanto as instituições se colocam “de fora”: a conselheira da Igualdade de Andalucía tem se limitado a mostrar por Twitter seu apoio a vítima, deixando claro também que ela” respeita todas as decisões judiciais”.
E é que, mesmo que graças a luta e a mobilização das mulheres temos conseguido nestes anos alguns pequenos triunfos judiciais, está evidente que esta sentença é a “norma” e não a exceção.
A norma com a qual atuou o Tribunal Superior de Justiça de Castilla e Leon, que na calada da noite e de maneira traidora, em plena crise do coronavirus, modificou em 20 de março a qualificação dos fatos protagonizados em novembro de 2017 pelos três ex-jogadores da Arandina, que haviam sido condenados a 38 anos de prisão como ajudantes de três delitos de estupro de uma menor de 16 anos. Este tribunal não só considerou que não houve intimidação, mas também que a vítima de 15 anos consentiu todas as relações sexuais, e assim absolveu a um deles e rebaixou as condenações dos outros dois em 4 e 3 anos de prisão.
É a mesma regra pela qual em maio, um ano depois de que Verónica acabasse com sua vida, o julgamento do Caso Iveco foi encerrado “por não haver encontrado ninguém culpado” e a empresa segue sem ser punida em que pese não tomar nenhuma medida diante do assédio sexual coletivo que dita trabalhadora sofreu durante semanas e da qual tinha conhecimento.
O fato de que as absurdas e infundadas acusações e demandas judiciais da direita pelas manifestações do 8M, nas quais não vale a pena nem entrar, tenham encontrado eco é igualmente outra demonstração da natureza machista, franquista e retrograda de uma parte do judiciário e das instituições do Estado, que é preciso depurar.
Por isso, mais do que nunca, não podemos baixar a guarda nem permitir que quem ativa ou passivamente são cumplices desta violência, nos tomem as ruas.
Nós não acatamos sentenças injustas, nem vamos nos conformar! Valorizamos e esperamos a mudança de leis prometida para que “só sim seja sim”. Mas sabemos que por muito que mudem as leis, nada mudará enquanto continuem sem enfrentar e depurar uma justiça e um regime herdeiros do franquismo, com os quais é preciso romper.
Exigimos deste governo a destituição de todos aqueles juízes ou juízas que ditem sentenças machistas.  Que sejam eles; estupradores, feminicidas e abusadores quem tenham medo, e não nós! Vivas e livres nos queremos!
Tradução: América Riveros

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