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sexta-feira, março 29, 2024

Estado Espanhol | A classe trabalhadora continua caindo: 292 mortes por acidente de trabalho na primeira metade do ano

Mais um ano e chegam a nós os dados assustadores e que são invisibilizados da letalidade no trabalho no conjunto do país. Se no ano passado fechamos o ano com a dolorosa cifra oficial de 652 pessoas falecidas enquanto trabalhavam, em 2019 vamos pelo mesmo caminho segundo os dados fornecidos recentemente pelo Ministério do Trabalho. Além disso, os acidentes de trabalho aumentam.

Por: CoBas

Os acidentes mortais já chegam a 45% do total acumulado no ano passado nas mesmas datas.  Cifras muito ruins no meio do ano, apesar da redução dos índices à medida que o número de trabalhadores e trabalhadoras cresceu.

O setor da construção civil sofreu um aumento significativo destes acidentes mortais. Os primeiros seis meses deixaram 52 mortes, nove a mais que no ano passado ou 20,9%. O índice também sobe, de 0,7 registrado no primeiro semestre de 2019 a 0,8 neste.

Mais acidentes de trabalho que em 2018.

Apesar da estatística mostrar que os sinistros mortais diminuíram no mesmo período do ano, o número total de acidentes com morte aumentou sim neste primeiro semestre. O Ministério do Trabalho registrou um total de 310.130 até junho, 3,7%  a mais em comparação ao mesmo período do ano passado.

Mais acidentes mortais no coletivo autônomo.

Os dados sobre fatalidade começam a incluir informação do coletivo autônomo. Segundo o Ministério do Trabalho, entre janeiro e maio de 2019, morreram 29 autônomos em acidentes de trabalho, frente aos 20 em 2018 e 13 em 2017. Nos primeiros cinco meses deste ano produziram-se 12.850 acidentes de trabalho, frente aos 4.793 registrados no mesmo período de 2018.

Causas e soluções dos acidentes de trabalho.

Com estes dados urge não somente revogar as sucessivas reformas trabalhistas que precarizaram brutalmente o trabalho e os direitos trabalhistas, como estabelecer novas normas que protejam realmente a vida, a saúde e a dignidade da classe trabalhadora diante da voracidade do capitalismo canibal e seus representantes políticos cada vez mais coloridos e variados.

As causas: o excesso de esforços, a diminuição do número de funcionários, o excesso de jornada e a falta de um descanso semanal adequado, o amianto, a exploração das camareiras de hotel, as faxineiras e trabalhadoras domésticas, os entregadores sem direitos, a pressão das mutuas[1] e o negócio da prevenção, a falta de Inspetores e Inspetoras do Trabalho, o abuso na contratação temporária e a precariedade salarial, e um largo etcétera de questões que atualmente não parece que sejam o centro do debate político.

A partir de co.bas repetimos mais uma vez que não há trabalho digno sem segurança e saúde, para o qual a organização operária, a reivindicação e a luta constante em cada centro de trabalho são a única solução.

[1] Empresas que fazem a gestão da seguridade social

Tradução: Lilian Enck

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