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sexta-feira, março 29, 2024

Uruguai: cai a máscara da Frente Ampla

 Os trabalhadores, as lutas e as tarefas

 Apesar de que não era obrigado a comparecer, Tabaré Vázquez da Frente Ampla (FA) viajou ao Brasil, neste 1 de janeiro de 2019 para prestigiar a posse do governo de Jair Bolsonaro. No nosso país, a velha direita uruguaia dos Colorados, Brancos e até Novick, festejaram e felicitaram também o novo presidente do Brasil.

Por IST- Uruguai

O governo de ultradireita de Bolsonaro prepara e começa a aplicar um aprofundamento da repressão contra os trabalhadores, o corte de direitos às mulheres, aos negros, às minorias e a perseguição ideológica. Essa mistura de políticos patronais que vai desde o “progressismo da Frente Ampla” (a nova direita) junto aos velhos direitistas “vernáculos” de Brancos, Colorados e outros, concordaram em parabenizar e abraçar a quem executará um plano muito duro contra a maioria do povo brasileiro.

Nesse mesmo dia, enquanto Vásquez e vários integrantes do gabinete uruguaio participavam da posse da ultradireita no Brasil, no Uruguai, aumentavam as tarifas da energia (Ute), de água (Ose), de telefonia (Antel), a passagem e o combustível mais usado para cozinhar pelos trabalhadores, o botijão de gás, que subiu cerca de 8%.

Ainda que de maneira mais gradual que em outros países da região, o poder de compra dos nossos salários, vem caindo de forma contínua e isso se comprova cada vez que entramos em um supermercado. Tanta é a deterioração que os próprios dirigentes burocráticos da Plenária Intersindical de Trabalhadores – Convencão Nacional de Trabalhadores (PIT-CNT) disseram que nos conselhos de salários, houve em alguns setores “empate” e, em outros, perdas de salário real.

A esse encolhimento constante do nosso salário deve somar-se a onda de demissões em várias fábricas, o fechamento de empresas, a precarização laboral que se aprofunda com perda de direitos para os operários por meio das terceirizações e privatizações. Nós da Esquerda Socialista dos Trabalhadores (IST em espanhol), temos denunciado há vários anos o deterioração constante dos nossos salários e direitos aplicado pelas patronais do setor privado e o governo, impondo uma redução salarial contínua e milhares de demissões.

Partidos patronais, eleições e corrupção

 Ainda que de fato, a Frente Ampla, o Partido Branco, Colorado, Novick, Sartori, etc, tenham acordo em reduzir nosso salário, aumentar a idade para a aposentadoria, subir as tarifas, aumentar a repressão e deixar o caminho livre para que os patrões nos demitam, nesse ano de 2019 estarão no teatro das eleições. Vão brigar na frente das câmeras de televisão, dos jornais e das rádios. Farão campanha por whatsapp e inclusive vão se denunciar, entre eles, pela corrupção dentro dos próprios partidos, como pudemos ver com Sendic na FA, Sanabria nos Colorados, Alonso e Sartori no Partido Nacional.

Mas essas brigas são como em um palco: Só uma representação. Depois todos se juntam, se abraçam e governam para os patrões e grandes capitalistas. Os atuais dirigentes da FA e seu governo não são de esquerda, nem socialistas, mas sim administradores dos negócios burgueses, como foram os Brancos e os Colorados. É verdade, existem diferentes matizes entre eles, porque representam a diferentes setores patronais, mas no fundo estão todos de acordo em sustentar o capitalismo.

A tarefa dos trabalhadores

A tarefa primordial dos trabalhadores será nos organizar para lutar, para que deixem de baixar nossos salários, para não aceitar os cortes, nem as demissões, nem os abusos da patronal e do governo. Mas só a luta sindical não basta, precisamos dar uma batalha política de fundo, uma revolução social que acabe com este sistema capitalista de farra, corrupção, de machismo, de assassinatos de mulheres e impunidade. O socialismo que queremos não tem nada a ver com o chavismo e Maduro na Venezuela, nem a caricatura de esquerda de Lula no Brasil, nem com a FA. Esses e outros governos pintados de vermelho não foram socialistas, mas sociais capitalistas.

Nós da IST e da LIT-QI queremos construir o partido que lute para que os trabalhadores governem com seus próprios organismos, onde os representantes eleitos ganhem o mesmo que um professor. Este governo, que não terá lugar para patrões nem generais, deverá tomar medidas econômicas rumo ao socialismo com democracia operária.

Deverão ser expropriadas, sem indenização as grandes empresas que fechem, suspendam, demitam ou reduzam os salários dos trabalhadores, as mesmas deverão ser passadas ao estado e produzir sob o controle de seus trabalhadores. Deve-se também expropriar os latifúndios, os bancos, casas financeiras e acabar com o curro das zonas francas. Outra medida imediata será deixar de pagar fraudulenta dívida externa colocando este dinheiro a serviço da educação. da saúde e da moradia popular.

Junto a estas medidas, devemos acabar com a impunidade. Devemos julgar e condenar em primeiro lugar todos os criminosos, torturadores e violadores da ditadura e seus cúmplices. Um verdadeiro governo revolucionário e socialista aplicará também um plano de fundo para erradicar de uma vez por todas o machismo e castigar duramente a violência contra a mulher.

Para levar adiante estas medidas será necessária uma grande luta organizada e um partido revolucionário. O capitalismo e seus governos levam a humanidade à miséria, ao sofrimento, à morte e à barbárie com suas guerras. Os reformistas e curandeiros de “esquerda” que se vestem de vermelho, fracassaram mais uma vez. O socialismo revolucionário e internacionalista de Marx é uma necessidade.

E para conquistar-lo é imprescindível colocar de pé uma ferramenta, um partido e uma internacional que sirva de guia nas grandes batalhas para que os trabalhadores tomem o poder e instaurem o socialismo. Nós da IST te convidamos a construir esse partido revolucionário e socialista e a se unir à LIT-QI para reconstruir a IV Internacional.

Tradução: Vitor Jambo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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