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sexta-feira, abril 19, 2024

Uruguai | as eleições e a situação dos trabalhadores

A situação mundial e regional é altamente explosiva. A crise política e econômica do fracassado governo de Macri que levou à fome e à miséria milhares e milhares na Argentina enfrenta protestos, acampamentos e uma rebelião em Chubut contra o governador Arcioni com mobilizações de professores e trabalhadores há mais de nove semanas.

Bolsonaro enfrenta uma dura greve dos trabalhadores do correio, que se soma aos protestos pelos recentes incêndios na Amazônia que os latifundiários levam adiante amparados pelo governo. Protestos que transcenderam as fronteiras com mobilizações em todo o mundo com a juventude à frente. O panorama regional é extremamente convulsionado, social e economicamente. Neste contexto, se desenvolve a situação no Uruguai.

As eleições e a situação no Uruguai

As eleições não despertaram grande expectativa entre os trabalhadores além de dar seu voto a esse ou àquele candidato. É que enquanto o circo eleitoral se desenvolve, a crise argentina fez com que o dólar ultrapassasse os 37 pesos, o que faz com que nosso salário renda cada vez menos.

O desemprego é superior a 9% há dois meses consecutivos, isto é, mais de 170.000 uruguaios que buscam trabalham não o encontram, aos quais devemos acrescentar cerca de 40.000 trabalhadores que estão no seguro-desemprego.

Esta situação é vivida de forma mais urgente pelas mulheres trabalhadoras, que além do mais, sofremos a violência machista cotidiana que entre agosto e setembro levou a vida de três mulheres enquanto este parlamento, agora em recesso, continua sem dar um orçamento à lei contra a violência de gênero.

Os trabalhadores terceirizados estão lutando contra a precarização, os cooperativistas na FUCVAM também estão nas ruas exigindo que se diminua em 2% os empréstimos hipotecários e agora reclamam a renúncia da ministra Eneida De León, quem depois de um ano de negociação infrutífera declara com muita desfaçatez que não pode cumprir a reivindicação. Os operários de Zenda enfrentam as demissões, e são dezenas de conflitos sem solução.

O governo e toda a direita que apoiou “por baixo dos panos” este plano econômico são os responsáveis por esta situação, portanto que expectativas poderiam ter os trabalhadores e setores populares desta campanha eleitoral? Francamente, muito pouca ou nenhuma.

A direita repressora e anti-operária não é uma saída

A direita tradicional encarnada em Lacalle filho e Talvi, não são uma opção para os trabalhadores. Ambos candidatos vêm aumentando as privatizações, cortando salários, beneficiando as grandes patronais, aprofundando a repressão e limitando o direito de greve.

É o que historicamente fizeram blancos e colorados durante mais de 150 anos no governo. Na mesma linha privatizadora e anti-operária estão Mieres, Novick e Manini Ríos. Todos eles devem ser repudiados pelos trabalhadores, não devemos dar-lhes nenhum apoio.

E a Frente Ampla?

Sabemos que muitos honestos companheiros pensam que votando na FA poderão evitar “retrocessos”. Respeitamos sua opinião, mas não a compartilhamos. A FA demonstrou ao longo destes 15 anos que governa para as grandes patronais. Entregou o país às multinacionais como UPM, manteve a impunidade da maioria dos assassinos da ditadura, pagou pontualmente a dívida externa, reprimiu e infiltrou manifestações. E a lista poderia continuar.

Por isso tudo teve o apoio da direita. Por isso sustentamos que a FA não é uma alternativa para os trabalhadores.

Vote na lista 1917 e organize-se para as batalhas que virão

Chamamos a partir de IST a votar pela lista 1917, lema Partido dos Trabalhadores. Porque cada voto pela lista 1917 é um voto para fortalecer a luta dos trabalhadores, enquanto que os votos obtidos por Martínez, Lacalle, Talvi, Mieres, Novick ou Manini, serão utilizados para legitimar os ataques que realizarão contra nós após as eleições.

Porém mais além do que você decidir votar, lhe dizemos que o fundamental é que nos organizemos juntos para lutar pelos nossos direitos e pelo socialismo com democracia operária que rompa nossa submissão ao imperialismo.

Porque as verdadeiras mudanças virão de nossa luta e não do voto nesta democracia dos patrões. Ganhe quem ganhar virão duros ataques: à nossa aposentadoria, ao nosso salário, à educação, ao nosso direito de protestar. Para esta luta que vem é que lhe chamamos a vir para o IST e a LITQI.

Tradução: Lilian Enck

 

 

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