qui mar 28, 2024
quinta-feira, março 28, 2024

Crise mundial e o orçamento da Frente Ampla

A crise mundial começa a afetar cada vez mais a nossa região. Com frequên­cia escutamos no rádio e na televisão notícias sobre a desaceleração, a recessão, a crise que começa a se aprofundar em nosso continente. Os políticos de todos os partidos capitalistas, tanto da direita tradicional como das diferentes “esquerdas”, aparecem para pedir “cautela” e ajustar o já apertado cinto dos trabalhadores e setores populares.

Por: IST – Uruguai

Vemos isso no duríssimo ajuste que o governo do PT no Brasil, com Dilma à cabeça, quer aplicar, tirando direitos dos trabalhadores, com demissões em massa, enfrentando as manifestações com a polícia para garantir o ajuste. O mesmo acontece na Argentina: Cristina Kirchner aprofunda os ataques à classe operária e a repressão, como ocorreu recentemente em Tucumán contra os protestos contra a fraude eleitoral de um regime apodrecido a serviço dos patrões.

O mesmo acontece no Chile com o governo de Bachelet, que reprime e prende estudantes que lutam por uma educação pública e gratuita, ou os protestos reprimidos por Rafael Correa no Equador. A situação da Venezuela se polariza cada vez mais, pois é o povo trabalhador que está pagando pela crise com uma inflação galopante que corrói os salários.

Todos os governos, apesar de um ou outro discurso radical, terminam beneficiando com sua política econômica os poderosos de sempre, sem se importarem com as necessidades populares. Assim, os governos nacionais elaboram seus planos econômicos a serviço dessa estratégia: serem os melhores agentes dos patrões nacionais e internacionais, e os mais submissos ao imperialismo ianque e/ou europeu.

Um orçamento para pagar a dívida e a serviço das multinacionais

Nosso país e o governo da Frente Ampla não são a exceção, e vendo o complexo cenário econômico da região que também começa a instalar-se no Uruguai, o governo já começou a “fazer os deveres” para manter esse plano econômico a serviço de pagar a dívida e de manter os lucros das empresas e multinacionais.

Este orçamento de miséria significa que os problemas na educação pública continuarão se aprofundando, com mais estudantes por sala de aula, com falta de edifícios e de professores. Significa continuar tendo um sistema de saúde arruinado e cada vez mais privatizado. Significa que o custo de vida, do aluguel, da comida, da roupa, continuará devorando o salário. Significa que somos nós, trabalhadores, que vamos pagar pela crise.

Não podemos nos limitar a pedir um “orçamento complementar” para a educação e esperar anos para ver se dão o dinheiro.

O governo está totalmente inflexível em investir 6% do PIB na educação, em dar um salário mínimo de 30.000 pesos (equivalente a pouco mais de mil dólares) para os trabalhadores, de cumprir com as demandas populares em saúde, salário e moradia, porque defende este modelo econômico. Se os trabalhadores conseguem um aumento muito acima do que o governo pretende – como exigiam as professoras em sua luta, por exemplo–, seria uma derrota para o governo, porque mostraria que lutando é possível romper com esse plano econômico e seu teto salarial.

Então a tarefa é derrotar esse plano econômico: que se cobre impostos dos capitalistas, dos latifundiários e das multinacionais. Chega de isenção de impostos para os ricos! É necessário exigir o não pagamento da dívida e que se destine todo esse dinheiro para os salários, a moradia, a educação e a saúde pública, como exigem as associações e os sindicatos.

Vamos seguir o exemplo das professoras!

Exijamos da PIT-CNT um plano de luta aprovado em assembleias massivas!

Abaixo o plano econômico do governo!

Que os capitalistas paguem pela crise!

6% agora para ANEP-UDELAR!

Impostos progressivos para o capital e os latifundiários!

Não ao pagamento da dívida externa!

Tradução: Nea Vieira

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