qui mar 28, 2024
quinta-feira, março 28, 2024

México: três meses de greve e o SITUAM resiste

Reproduzimos a nota do SITUAM (Sindicato Independente dos Trabalhadores da Universidade Autônoma Metropolitana) sobre sua heroica luta no México.

TRÊS MESES EM GREVE e o SITUAM RESISTE.

O REITOR GERAL DA UAM ABEL PEÑALOSA APONTA O SITUAM COMO SEU INIMIGO ANTE O ENRIJECIMENTO DAS AUTORIDADES UNIVERSITÁRIAS. O SITUAM REDOBRA AS AÇÕES PARA CONSEGUIR SOLUÇÃO ÁS SUAS JUSTAS DEMANDAS.

Há três meses do início do nosso movimento e depois de 20 reuniões de negociação, as autoridades da UAM mantém sua proposta de antes da explosão da greve: 3.35% direto ao salário e 3% de equiparação salarial aos trabalhadores administrativos e acadêmicos temporários; a respeito do contrato coletivo de trabalho (C.T.T) não resolveram as principais violações que são a saída do pessoal irregular e a recuperação da matéria de trabalho. Durante estes três meses de greve o sindicato evidenciou a desproporcionada distribuição do orçamento universitário. Demonstrou-se com diversos estudos como as autoridades universitárias utilizam o orçamento para se auto atribuírem salários, estímulos e compensações fora de toda proporção nas novas condições do país.

Por exemplo, o ex Reitor Geral Salvador Vega tem uma renda líquida de $210, 647 o atual Reitor Geral Abel Peñalosa, tem uma renda bruta de $214,000, mas estes não são os únicos. Há cerca de 50 funcionários que ganham mais $108, 656 que é a renda líquida do Presidente da República.

O SITUAM apresentou diversas formas de distribuição do orçamento que podem solucionar suas demandas e a única coisa que recebemos das autoridades é um     endurecimento completo. Durante 20 sessões de discussão desenvolveu-se uma simulação de negociação porque ante as diferentes propostas de solução do sindicato recebemos unicamente uma completa negativa  por parte das autoridades da universidade.

Nestes três meses de greve cabe destacar a atuação das autoridades de outras instituições de educação superior. Foram dadas saídas dignas aos diferentes movimentos. Por exemplo, na Universidad Autónoma de Capingo outorgou aos professores um bônus de $12000; aos trabalhadores da Universidad Autónoma Agraria Antonio Narro de Coahuila e o Colegio de Posgraduados foram outorgados um bônus entre $ 6,000 e $12,000 e o pagamento de 100% de salário reduzidos.

Em contraste, as autoridades da universidade se mostraram inflexíveis e não só fecharam qualquer saída ao conflito como agora lançam uma ofensiva para impor um golpe ao sindicato por não acatar sua política de contenção salarial e por haver mostrado o uso inequitativo do orçamento.

Com o uso dos recursos da Universidade e apoiando-se em um mandato do Congresso da Cidade do México que viola princípios básicos da Lei Federal do Trabalho e Convênios 87 e 98 da Organização Internacional do Trabalho  e com o apoio do sindicato branco SPAUAM (Sindicato de Pessoal Acadêmico da UAM) e de um setor de professores “distintos” organizaram uma consulta e uma marcha na quinta passada 25 de abril de Bellas Artes ao Zócalo exigindo a suspensão da greve.

Esta petição é completamente ilegal, porque a greve foi declarada legalmente existente e só os filiados do SITUAM podem decidir a suspensão da greve.

Nesta mobilização, as autoridades universitárias, pressionaram o pessoal de confiança para que participassem, utilizaram os setores de acadêmicos “distintos” e o  cúmulo: o Reitor Geral, o Secretário Geral, o Advogado Geral e os altos funcionários fizeram ato de presença. Nesta marcha o discurso do Reitor Geral Abel Peñalosa Castro declarou que o inimigo está no sindicato e que a greve foi prolongada artificialmente e que já não tem razão de ser.

O Reitor Geral tirou a máscara. As autoridades baseando-se na ilegalidade e no sindicato branco   localizaram o SITUAM como inimigo. Não se tratou de uma mobilização neutra. Foi uma marcha contra o sindicato e os direitos dos trabalhadores e da educação pública e gratuita.

Rechaçamos o discurso de ódio do Reitor Geral que busca afrontar toda a comunidade universitária; pelo contrario, chamamos à reflexão sobre os problemas de nossa universidade e juntos encontrar soluções.

Hoje, o sindicato confirma que nossa luta já não é somente por um salário digno e pelo respeito de nosso Acordo Coletivo de Trabalho. É pela defesa de nossa própria organização.

Ante esta situação, o SITUAM, decidiu redobrar seus esforços para fortalecer seu movimento. Faz um chamado aos universitários e povo em geral a somarem-se a esta luta pelo aumento salarial, por uma distribuição equitativa do orçamento e em defesa da universidade pública.

SITUAM
Pela Unidade na luta social

Tradução: Lilian Enck

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