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quinta-feira, março 28, 2024

Protestos no Haiti exigem renúncia do presidente por corrupção e pelo custo de vida

O povo haitiano entrou em uma longa jornada de lutas, desde que em julho deste ano, milhares de manifestantes tomaram a capital para protestar contra o aumento nos combustíveis.

Por: Catalina Ibarra

Em 17 de outubro, manifestantes voltaram a tomar as ruas após um relatório do Senado do país revelar casos escandalosos de apropriação indébita de fundos por ex-funcionários do governo relacionados com a Petrocaribe.

Esta manifestação, que aconteceu no contexto da comemoração nacional da morte do herói da independência Jean-Jacques Dessalines, acabou sendo reprimida por forças policiais do país que tiraram a vida de pelo menos dois manifestantes.

Segundo informações dos meios de comunicação, os manifestantes ergueram barricadas em pontos diferentes, e a polícia reprimiu com gás lacrimogêneo. Em resposta a isso, os manifestantes entraram em confronto com pedras.

Em outro incidente, a polícia atirou diretamente nos manifestantes para abrir caminho para a carreata presidencial.

Manifestação para derrubar presidente

O descontentamento com os casos de corrupção se soma ao mal-estar generalizado da população, devido aos altos custos de vida e à crescente miséria no país.

Após as manifestações em outubro, várias organizações fizeram outro chamado para protestar no dia 18 de novembro, com a consigna de derrubar o presidente Jovenel Moïse.

O recente escândalo de corrupção do projeto Petrocaribe deve-se ao fato de o país ter um acordo com a Venezuela que vende petróleo a preços mais baixos para os países do Caribe. De acordo com o relatório, mais de 3 bilhões de dólares foram gastos pelos governos de 2008 a 2016, e não há nitidez sobre os investimentos feitos.

O Haiti é o país mais pobre da América, onde 2 em cada 3 haitianos vivem com menos de US $ 1 por dia; ocupando a classificação 163 de 188 países no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU.

Com uma população próxima de 10 milhões de habitantes, pelo menos 2,5 milhões vivem em extrema pobreza; onde o desemprego excede 50% da população.

Tradução: Lena Souza

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