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sexta-feira, março 29, 2024

Trabalhos em Callcenter e fábricas estão mais propensos a contágios

Desde que se detectou o primeiro caso de Coronavírus no país, o Ministério da Saúde vem falando para a população sobre a necessidade de evitar aglomerações como mecanismo de prevenir contágios, mas essa recomendação é impossível de acatar para centenas de milhares de trabalhadores que devem ir ao trabalho e compartilhar espaços fechados e reduzidos com centenas de companheiros e companheiras de trabalho.

Por: PT-Costa Rica
Um dos casos mais complicados é das pessoas que trabalham em call centers. Na maioria dos casos os trabalhadores permanecem por 8 ou mais horas em edifícios com ar condicionado e em salas fechadas com mais de 100 pessoas dentro, sem poder ir ao banheiro ou usar lavatórios de forma recorrente.
O mesmo acontece com dezenas de grandes fábricas, construções e grandes plantas, que mesmo com a crise do coronavírus seguem trabalhando a todo vapor.
Até o momento não existe nenhuma política por parte do Ministério do Trabalho para zelar pela segurança dos trabalhadores nas empresas privadas, considerando inclusive que em milhares de empresa não existem Comissões de Saúde Ocupacional nem planos concretos para evitar a propagação de doenças como o coronavírus.
A ausência de sindicatos nas empresas privadas impede a defesa dos trabalhadores
Enquanto a maioria das instituições estatais conta com sindicatos que se põe a serviço de garantir condições de trabalho adequadas, nas empresas privadas a aplicação ou não de medidas extraordinárias para enfrentar a pandemia fica a critério do patrão.
Na Itália, um dos países mais golpeados pela pandemia do COVID-19, milhares de trabalhadores começaram um movimento de greve nacional exigindo condições de salubridade e que os trabalhos parem para evitar mais contágios e mortes. O movimento abrange dezenas de fábricas como a Whirlpool na província de Varese, Pasotti e várias outras grandes fábricas em Brescia, Piaggio de Pontedera, a Gkn de Florencia, a Hitachi de Pistoia.
Na Costa Rica, mesmo com a urgência de tomar medidas extraordinárias em todos os centros de trabalho, praticamente não existem organizações operárias que se coloquem à frente para estabelecer movimentos em defesa da saúde e da vida nos centros de trabalho, mesmos com os riscos que vivem pela situação atual do país.
Segundo o Diretório de Empresas e Estabelecimentos do ano de 2018 publicado pelo INEC (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos) em 2019, no país existem 2.238 empresas com mais de 30 trabalhadores e umas 1.115 empresas com mais de 100, número de pessoas que supera a concorrência da maioria de bares que já foram fechados pelo Ministério da Saúde para evitar contágios.
As empresas que mais concentram pessoas trabalhadoras são as do agro, da construção, serviços e manufaturas.
Tradução: Marina Cintra

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