Todas as mulheres sofremos assédio sexual permanente, na rua, no trabalho e nos locais de estudo. Este assédio foi assimilado como natural por uma sociedade que é profundamente machista. Mas nos últimos anos, as denúncias feitas pelas mulheres começaram a tomar vulto, mostrando que o assédio sexual é mais uma expressão da violência machista, que gera medo, culpa e insegurança, e impotência para quem o sofre.
Por Rebecca Chaves
Nos primeiros meses de 2019, denúncias públicas e legais foram feitas contra figuras como o ex-presidente Oscar Arias por casos de abuso, dezessete mulheres também denunciaram o escritor Warren Ulloa por agressões sexuais, e a última denúncia que tomou vulto foi contra o Catedrático Mainor Enrique Salas Solís, professor da Faculdade de Direito da UCR, que já havia sido sancionado em 2015, com oito dias de suspensão.
Mulheres em todas as partes do mundo começaram a levantar suas vozes. Na Costa Rica, diante do último acontecimento, vários coletivos e representantes das federações estudantis das Universidades Públicas (UCR- UNA e o TEC), emitiram uma declaração de “estado de emergência” em casos de assédio sexual sofridos nas salas de aulas. Em artigo publicado no Semanário Universidad (portal de notícias, com independência editorial, financiado pela Universidade da Costa Rica, ndt) estes coletivos “destacaram que o problema de assédio sexual responde às relações de poder que os assediadores têm como autoridades, professores, catedráticos, e que esses casos de assédio não se limitam apenas às estudantes, mas as professoras e o pessoal administrativo”.
O assédio sexual é um mecanismo de opressão terrivelmente perverso, mas as denúncias que vieram à tona no último período mostraram que a melhor maneira de combatê-lo é através da unidade dos diferentes setores para lutar, tornando públicas as denúncias e se apoiando nas organizações políticas, estudantis e sindicais.
Necessitamos da mais ampla unidade, para que a luta contra o assédio sexual continue avançando para todos os locais de estudo e trabalho.
Tradução: Rosângela Botelho