Em 21 de outubro de 2015, o Partido dos Trabalhadores celebra 10 anos de construção de uma organização socialista, uma organização para a classe trabalhadora.
Por: PT – Costa Rica
Há dez anos, sete jovens da Universidade da Costa Rica (UCR) fundaram o Movimento ao Socialismo (MAS). Apesar de ser fundado por uns poucos estudantes universitários, o MAS se propôs a tarefa de construir uma organização que fosse uma referência política da classe trabalhadora.
Assim iniciou o processo de crescimento como corrente estudantil, participando de diferentes lutas nacionais e pela educação, e construindo-se posteriormente em diversos setores de trabalhadores, para fundar o atual Partido dos Trabalhadores.
Desde sua fundação, esta organização cresceu junto com a Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI), que tem desempenhado um papel fundamental todos esses anos, contribuindo com a experiência acumulada de milhares de ativistas revolucionários no mundo.
Uma nova geração que luta contra o TLC
A restauração capitalista no Leste europeu no final dos anos oitenta, pelas mãos da burocracia stalinista, impactou o movimento de massas em todo o mundo. Muitas organizações de esquerda desapareceram, milhares de ativistas ficaram confusos e se desmoralizaram, abandonando o projeto de construir partidos que lutassem pelo socialismo.
A Costa Rica não foi exceção e o movimento social ficou sem referenciais claros de uma esquerda revolucionária.
No entanto, a resistência social à ALCA e aos TLC’s (Tratados de Livre Comércio), o movimento contra a guerra imperialista no Oriente Médio e as lutas que se originaram depois da crise econômica de 2008 permitem que toda uma nova geração de ativistas jovens inicie seu caminho na luta social.
É assim que o movimento social na Costa Rica se nutre desta nova geração de lutadores, da qual surgem muitos dos militantes que fundaram o MAS. Com esta nova geração, o partido chega a dirigir a Federação de Estudantes da Universidade da Costa Rica (FEUCR) de 2004 a 2010 e novamente em 2012, posicionando a FEUCR contra os planos imperialistas e contra as políticas do governo que atacam os setores mais explorados e oprimidos.
Os primeiros passos no sindicalismo
Após poucos anos de sua fundação, nosso partido tinha militantes integrados às principais organizações sindicais do país. Assim chegamos a fazer parte de importantes lutas do Magistério, como a greve de 2014, quando nossos militantes junto a outros ativistas se opuseram às manobras conciliadoras da direção da APSE (Associação dos Professores do Ensino Médio, em sua sigla em espanhol) e estiveram sempre ao lado da democracia de base.
Da mesma forma, impulsionamos as principais lutas pela democracia sindical dentro da Associação Nacional de Empregados Públicos e Privados (ANEP). Nela, desde 2011 e novamente em 2013, participamos eleitoralmente dentro da Tendência Resgate, principal referência da luta contra a burocracia sindical de Albino Vargas.
A luta dentro da ANEP tem sido uma grande batalha na qual muitos militantes do partido foram ameaçados e inclusive tentaram silenciá-los com processos judiciais, como a companheira Laura Morúa. Ela é a principal dirigente da luta contra a burocracia dentro deste sindicato e recentemente foi absolvida pelos tribunais.
Fundação do Partido dos Trabalhadores e eleições de 2014
No Primeiro de Maio de 2012, uma assembleia com mais de 350 ativistas celebraram a fundação legal e o lançamento nacional do Partido dos Trabalhadores (PT). Assim, nossa organização se converte em um partido político legalmente inscrito no Tribunal Superior Eleitoral e participa das eleições nacionais de 2014.
Nessas eleições, o PT inscreve candidaturas à presidência e vice-presidências da República, bem como candidatos a deputados nas sete províncias do país.
Com esta participação eleitoral, o PT passa a ser conhecido por mais de 20% da população, ganhando espaço na discussão política nacional e se posicionando como uma referência da esquerda revolucionária. No processo, muitos ativistas de diversas experiências anteriores unem-se a nosso partido e colaboram de diferentes formas com a organização dos trabalhadores, obtendo mais de 13 mil votos em nível nacional para seus candidatos a deputados e mais de 5 mil para seus candidatos à presidência e vice-presidências.
Tanto na campanha eleitoral como no trabalho cotidiano, nosso programa se caracterizou por defender a independência política da classe trabalhadora, por fomentar a organização dos trabalhadores e por acompanhar as lutas e mobilizações que defendem os direitos do povo trabalhador.
Um partido que luta pela unidade de toda a classe trabalhadora e pela defesa de seus direitos
O Partido dos Trabalhadores luta todos os dias para construir a unidade da classe trabalhadora para se defender dos ataques a suas condições de vida. E faz isso a partir de cada um dos setores onde estão seus militantes.
As lutas que nosso partido tem acompanhado refletem a diversidade da classe trabalhadora, mas, sobretudo, refletem que todos os trabalhadores temos a mesma luta e os mesmos inimigos: o governo e os setores empresariais.
Os camponeses sem terra de Medio Queso em Los Chiles, no norte da Costa Rica, os trabalhadores das plantações de abacaxi, os trabalhadores da Ticofrut perseguidos por denunciar a empresa, os trabalhadores da construção do City Mall que acompanhamos em suas greves, os funcionários públicos que enfrentam os cortes em suas conquistas trabalhistas, os estudantes universitários que lutam por melhores orçamentos para a educação, os imigrantes superexplorados por sua situação, as mulheres trabalhadoras exploradas por triplas jornadas e os setores mais oprimidos como o LGBTTI. Todos eles encontraram em nosso partido uma organização que luta ombro a ombro por seus direitos.
Mas o projeto do PT vai além, está determinado a crescer e organizar todos os setores da classe trabalhadora para que sejam os próprios trabalhadores que tenham o peso político para definir o rumo de suas vidas.
Esse é o Partido dos Trabalhadores, um partido que combate o capitalismo, que defende que os trabalhadores são os que produzem toda a riqueza do mundo e, portanto, são eles que devem decidir como distribuí-la. Um partido que considera que os trabalhadores são iguais na Costa Rica ou no resto do mundo, um partido que quer construir a unidade dos trabalhadores para lutar.
Por isso, no dia 21 de outubro, celebramos com orgulho dez anos da construção de uma organização para a classe trabalhadora, uma organização socialista. Celebramos dez anos de levantar as bandeiras da unidade internacional da classe trabalhadora, da luta contra os planos imperialistas, da organização dos trabalhadores e oprimidos. Dez anos levantando as bandeiras do socialismo.
Tradução: Suely Corvacho
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