“O mais revolucionário que uma pessoa pode fazer é falar sempre em voz alta o que realmente está acontecendo”.
Rosa Luxemburgo.
Por: PST Colômbia
Devemos fazer com que nos escutem, nós mulheres conquistamos direitos através da luta, mas ainda são insuficientes, devemos levantar a voz e seguir na luta por nossas reivindicações.
O que está acontecendo? Atualmente, no mercado de trabalho, as mulheres representam uma porcentagem de participação mais baixa que a dos homens, persiste a enorme diferença salarial; o desemprego e a precarização do trabalho atingem com mais força as mulheres, em especial as mais jovens.
A dupla jornada devido ao cuidado familiar e as tarefas domésticas, o machismo crescente na sociedade – as espantosas cifras de atrocidades contras nós, feminicídios, estupros, o aumento nos índices de violência contra as mulheres e meninas – supõe para as mulheres uma dupla condição de opressão e exploração contra a qual devemos lutar.
Os direitos que conquistamos foram através da luta e da mobilização, uma luta que é por todas as mulheres que dia a dia, desde suas casas, do trabalho, lutam pela sobrevivência em meio a nefastas reformas do governo que demagogicamente nos inclui, como no PND, mas que não têm metas nem verbas destinadas para colocá-las em prática. As falsas ideologias que equiparam o gênero com mulher ou as doutrinas impostas pela família, as políticas nefastas do empreendedorismo ou do empoderamento fomentadas pela OIT, as Nações Unidas e outras instituições do imperialismo, que degradam e empobrecem nossas condições materiais.
Por todas essas políticas nefastas fazemos um chamado às mulheres trabalhadoras, àquelas que participam do congresso da mulher trabalhadora e da CUT, a que levantem suas vozes por aquelas que estão em condições mais vulneráveis, pelas que não tem garantias, que não tem acesso à educação, que não recebem salários ou as que estão na informalidade.
Nós, as mulheres trabalhadoras, queremos levantar nossas vozes e propor um programa que garanta nossos direitos trabalhistas, que as nossas reivindicações contra a exploração e a opressão sejam parte integral das políticas e lutas no interior da CUT, que promovam a inclusão da mulher no setor sindical promovendo mulheres dirigentes. Não pode ser que vejamos como avanço, somente o mínimo, isso é a mostra de que não existem políticas para as mulheres nos sindicatos.
Que em um sindicato majoritariamente feminino como o magistério, por exemplo, a representação sindical seja somente de 4 mulheres entre 15 dirigentes, situação que apresentam como uma “novidade na história do Fecode1”. Necessitamos garantias, um programa2 para a mulher trabalhadora baseado nos seguintes princípios:
- A ruptura com a política de conciliação de classes e a adoção de um enfoque de independência de classe para lutar pelos direitos das mulheres trabalhadoras.
- Adotar uma campanha contra o machismo no interior dos sindicatos, das organizações operárias e populares e das organizações estudantis que se materialize em garantias democráticas para que as mulheres trabalhadoras se sindicalizarem, se organizem e possam chegar a cargos de direção.
- Adotar uma política que garanta amplamente as liberdades democráticas para as mulheres.
Contra o PND!
Pela sindicalização feminina!
Por um programa de classe para a mulher trabalhadora!
Contra o machismo!
Promoção de dirigentes mulheres!
Contra a criminalização dos protestos sociais!
Contra a terceirização e os contratos precários e pelo congelamento da cesta básica familiar!
Primeiro de maio dia dos e das trabalhadoras!
- http://ail.ens.org.co/noticias/4-mujeres-entre-los-15-elegidos-para-el-nuevo-comite-ejecutivo-de-fecode/
- Léase completo en: https://bit.ly/2GGtCiJ
Tradução: Luana Bonfante