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sexta-feira, abril 19, 2024

Campanha pela procura de Carolina Garzón Ardila

Exigimos: Reorientar a investigação

No dia 28 de janeiro de 2013 chegamos ao nono mês de desaparecimento da nossa companheira Carolina. A essa altura da campanha organizada pela sua família, pelo Movimiento al Socialismo (MAS) do Equador, pela Liga internacional dos Trabalhadores (LIT-QI) e pelo nosso partido, o PST, ainda não conseguiram esclarecer as causas e autores de seu desaparecimento ou encontrá-la sã e salva, como desejam aqueles que estão comprometidos com a campanha.

Incompreensíveis irregularidades na investigação

Segundo relatos de seus familiares e advogados que trabalham no caso, a Promotoria equatoriana centrou a investigação na busca pelo Rio Machángara, localizado perto do sítio onde vivia Carolina. A promotora sustenta que ela caiu no rio e foi arrastada pelas águas. Este argumento se apóia nos reportes climáticos de abundantes chuvas por esses dias e nas declarações, a nosso juízo sem nenhuma solidez, de duas testemunhas que dizem terem avistado-a perto do rio.

Uma sacola que foi confirmada pertencer à Carolina é a única evidência física encontrada até hoje. Segundo declarações do cabo investigador, que acompanhava o morador da região que disse ter visto Carolina se dirigir até o rio, a prova foi encontrada sobre uma pedra perto do rio. Desafortunadamente, não se respeitou a hierarquia e, por alguma razão que desconhecemos, o estudo de criminalística realizado não se dirigiu a estabelecer se a prova esteve exposta a intempérie durante oito dias antes de ser encontrada. Isso teria permitido esclarecer se a evidência foi plantada para desviar a busca e a investigação para o rio. De maneira estranha a promotoria indeferiu o testemunho do grupo de resgate e familiares que no sábado anterior ao encontro da sacola estiveram fazendo um rastreamento pelo mesmo lugar sem encontrar nenhuma prova da jovem.
 
Desaparecimento de Carolina, um caso emblemático

A campanha desenvolvida no Equador e na Colômbia converteu o desaparecimento de Carolina em um caso emblemático que contou com um desdobramento de destaque nos jornais. Em Quito a Associação de Familiares de Desaparecidos do Equador (ASFADEC), que tem um caráter binacional, vem promovendo atividades que permitiram tornar visível o desaparecimento de pessoas no Equador como um estigma social que o Estado equatoriano ignora ou dispensa um mero tratamento formal. Exemplo disso são os escassos recursos humanos e técnicos com os que conta a promotora encarregada do caso de Carolina. As respostas ante as insistentes solicitações orais e escritas da família em ambos os países se limitam a reafirmações formais das providências realizadas, mas não se assume o compromisso real para que a investigação avance. Não desconhecemos a boa vontade do Embaixador do Equador na Colômbia e a campanha do governo equatoriano “Ajude-nos a encontrá-la”, mas a realidade é que o que já foi realizado até o momento não surtiu efeito.

É necessária uma mudança radical da investigação

Diante da falta de resultados, as irregularidades e as contradições na investigação, propomos uma campanha de comunicados ao Promotor Geral do Equador com cópia à Presidência deste país, à embaixada do respectivo país onde se emitiu o comunicado, à Presidência da Colômbia e à Promotoria Geral da Colômbia. Também serão solicitadas reuniões com o embaixador em cada um dos países onde existam seções da Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT).

Todas estas ações são destinadas a pressionar o Promotor Geral do Equador, Galo Chiriboga, para que se redirecione radicalmente a investigação designando um promotor exclusivo para o caso de Carolina; se reative a colaboração entre Colômbia e Equador acordada em reunião de ambos promotores, e se designe um grupo de investigadores das mais altas qualidades aos que se integrem agentes da Colômbia e de outros países amigos do Equador.

Como parte desta campanha, se mantêm os plantões das quintas-feiras na frente da Embaixada equatoriana e da Chancelaria; por agora chamamos a continuar fazendo aportes econômicos para o pai de Carolina, Walter Garzón, que se encontra em Quito desde o desaparecimento de sua filha. Atualmente tramita um visto de trabalho entre as autoridades equatorianas com o fim de buscar emprego que lhe permita permanecer no país. Enquanto não consegue a permissão, Walter só conta com a solidariedade de seus companheiros do PST e da LIT, seus familiares, amigos e organizações de trabalhadores. Recordamos a todos o número da conta em que podem realizar o apoio financeiro. Conta Poupança Nº 457400068302 do Banco Davivienda em Bogotá.
 
Tradução: Cynthia Rezende

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