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sexta-feira, março 29, 2024

E necessario eleger uma nova direcao sindical para a luta

O governo Uribe se fortaleceu com o apoio de um importante setor da populacao a sua politica de “seguranca democratica”, expresso na massiva mobilizacao de 4 de fevereiro, com apoio incondicional do governo imperialista dos EUA e os golpes a cupula das FARC. Esse fortalecimento em nome do ataque ao “terrorismo” se voltara contra os trabalhadores, ao ser utilizado para avancar em todas as medidas economicas e politicas, aprovadas por um Congresso ilegitimo, vinculado aos paramilitares.

 

Nos, docentes, nao ficamos a margem deste ataque. Hoje, estamos completamente divididos: professores do antigo estatuto e de antes de 1980 com alguns direitos; os que ingressaram depois de 1980 sem direito de aposentadoria nem consideracao de tempo de servico para demissoes; professores desde 1990 e ate 2003 com uma aposentadoria e consideracao de tempo de servico ano apos ano; professores de 2003 em diante com um novo estatuto docente elaborado para impedir as progressoes e a estabilidade trabalhista e que seja cumprido o ultimo acordo do Conselho de Estado, a partir de 31 de julho de 2010, os que de nos nao conseguirem se aposentar ficarao sob o regime Geral de Pensoes da Lei 100, pois o regime especial sera extinto. Ai sim estaremos unificados, mas em um servico medico privatizado.

 

A direcao que for eleita no proximo dia 30 de maio tera que enfrentar uma crise de grandes proporcoes e o desafio de aglutinar um magisterio novo, apresentar propostas que deem resposta a suas necessidades e lutar para uni-los aos que permanecerem no antigo regime, que tem a experiencia das conquistas alcancadas pela forca da organizacao e da luta coletiva. A politica de aliancas aplicada pela direcao sindical majoritaria durante as duas ultimas decadas esta mostrando suas consequencias. Desde 1989, permitiu a divisao do sindicato com a lei 91, conservando alguns direitos para os antigos a custa de que para os novos sejam aplicadas as medidas neoliberais que nos discursos dizem combater.

 

Precisamos reconstruir nossas organizacoes sindicais

 

A direcao majoritaria das organizacoes sindicais, hoje agrupada politicamente no PDA, abandonou a perspectiva da luta de classe e a substituiu pela confianca no parlamento e nas instituicoes do regime. Abracaram a politica neoliberal, colaborando com os inimigos de classe, abandonando seus filiados e os iludindo com avanco do governo nas urnas. Alem disso, houve um profundo processo de burocratizacao das organizacoes, tirando sua forca combativa e reduzindo as bases a meros seguidores de seus dirigentes. Os espacos de debate foram reduzidos. As paralisacoes sao convocadas pela televisao ou pelo radio. Nas negociacoes, as bases nao sao consultadas sobre sua opiniao ou necessidades.

 

E urgente mudar a estrutura, a politica e o funcionamento dos sindicatos. Estes tem sidos utilizados como trampolins para as ambicoes politicas e ate empresariais de alguns dirigentes, mudando a razao de ser das organizacoes dos trabalhadores, que e a de defender seus direitos e conquistas e lutar pela melhoria de suas condicoes materiais.

 

Os sindicatos perderam a independencia

 

Os sindicatos devem ser independentes do Estado, dos governos, dos partidos da burguesia, dos patroes e da Igreja. O ultimo congresso da CUT significou um enorme retrocesso para os trabalhadores ao filiar-se a Central Sindical Internacional (CSI), dirigida pelo Partido Democrata dos Estados Unidos e que apoiou a invasao do Iraque. Em Bogota, os governos do PDA, com o apoio da direcao sindical, aplicaram a “Revolucao Educacional” de Uribe, com a superlotacao das salas de aula, a demissao de professores temporarios, o assedio moral, impedindo, inclusive, que houvesse protestos contra o governo local. A ADE se transformou em apendice da SED.

 

A historia nos mostrou o caminho

 

A corrente Unidade Docente – PST manteve uma postura profundamente critica diante da atuacao da direcao sindical. Participou de todas as lutas que esta convocou, mesmo nao concordando com seus objetivos nem com sua atitude antidemocratica. Apesar de nossas modestas forcas, acompanhamos os professores em cada uma de suas lutas, desde as realizadas nas instituicoes educativas por problemas parciais ate as mais dificeis e solitarias, como as dos professores temporarios pelo seu direito a estabilidade e sua efetivacao, passando por lutas vitoriosas, como a conquista do Estatuto Docente 2277 no ano de 1979, ou a efetivacao de cerca de 7 mil docentes temporarios no ano de 1993.

 

Nesses processos, constatamos a vigencia e a efetividade de confiar na propria capacidade de mobilizacao e luta, para enfrentar os governos nas ruas e alcancar os objetivos propostos. Devemos fortalecer as organizacoes de massas, para desenvolver a luta direta contra os patroes e o regime, sem pacto nem confianca no parlamento. Hoje, o magisterio tem que se preparar para uma luta para recuperar suas conquistas, elaborando uma pauta de reivindicacoes nacional que englobe todas as suas necessidades. Precisamos de uma nova direcao que se comprometa com essa estrategia. E preciso unificar em uma so luta as diferentes geracoes de professores.

 

Colocar em pratica o Internacionalismo de classe e a luta antiimperialista

 

Os capitalistas atuam por meio das multinacionais e de organismos como o FMI, o BM, a ONU, a OEA. A exploracao economica e a opressao politica ocorrem no mundo inteiro. Por isso, a luta da classe operaria deve ser unificada e coordenada internacionalmente. Aderimos as organizacoes Conlutas do Brasil, COB da Bolivia, TCC do Uruguai e BO do Haiti, para realizar o Encontro Sindical e Popular dos Trabalhadores da America Latina e do Caribe, e impulsionamos sua preparacao e realizacao nos dias 6,7 e 8 de julho de 2008 em Minas Gerais, Brasil. Esta e uma alternativa que esta sendo forjada contra a decomposicao das centrais operarias no continente. E a melhor prova de organizacao internacional e democratica dos trabalhadores dispostos a enfrentar a burguesia e o imperialismo.


Politica sim, mas classista

 

Temos que assumir uma posicao classista em relacao aos problemas economicos e politicos nacionais e internacionais. A “neutralidade” e o “apoliticismo” nao existem. Sao os mecanismos e a ideologia com que a burguesia e a burocracia poem o movimento operario e sindical a servico de seus interesses. Precisamos construir organizacoes sindicais e politicas dos trabalhadores com total independencia dos burgueses e de seus agentes.

 

Por liberdades democraticas

 

E necessario deter os massacres paramilitares com uma paralisacao nacional imediata ante cada assassinato. Com este governo e sua politica de “Seguranca Democratica”, a impunidade foi legitimada. Precisamos construir um tribunal de vitimas que castigue verdadeiramente os culpados. Os socialistas nos diferenciamos de maneira taxativa da politica e metodo equivocados da guerrilha, que sao antagonicos ao metodo da mobilizacao organizada e democratica da classe operaria.

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