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terça-feira, abril 16, 2024

Brasil | Primeiro protesto contra o aumento da tarifa do transporte público em SP tem prisões ilegais e repressão policial

O primeiro ato contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo, neste ano de 2020, realizado nesta terça-feira (7), foi marcado por prisões arbitrárias, inclusive, de jornalistas que faziam a cobertura do protesto, e violência policial.

Por: CSP`Conlutas
O ato teve início em frente à Prefeitura de São Paulo, com percurso pelas ruas do centro, e com muito apoio popular tomou a Av. 9 de julho, com finalização na Av. Paulista.
A repressão policial começou quando manifestantes tentaram fazer o “catracaço”, não pagar a passagem como forma de protesto, no Metrô Trianon/Masp. “Ao invés de reconhecer nossas pautas como legítimas, os governantes mandaram as forças policias fechar a estação e defender as catracas. Toda essa violência para impedir nosso direito de ir e vir e defender o lucro dos empresários. Mesmo assim, não recuamos. Fechamos a Avenida Paulista e conseguimos entrar na estação e pressionar lá de dentro”, explicou o MPL (Movimento Passe Livre), que convocou o ato.
A polícia agiu com violência ao tentar impedir a entrada dos manifestantes na estação. “Mais uma vez, a polícia reprimiu com agressões, spray de pimenta e terror psicológico”, informou o MPL.
Na ação, pelo menos 26 pessoas foram presas para averiguação, mas foram soltas logo depois. As detenções foram consideradas arbitrárias pelo movimento.
O movimento repudiou a ação e não se intimidou, nesta quinta-feira (9), realizarão um novo ato, com concentração na Praça da Sé, a partir das 17h.
A CSP-Conlutas participou do protesto e apoia essa luta. O integrante da Secretaria Executiva Estadual da CSP-Conlutas, Altino Prazeres, destacou a importância da iniciativa. “O valor da passagem faz com que muita gente não consiga usar o transporte público, sobretudo, moradores da periferia. O prefeito Covas e o governador Dória são os responsáveis por esse aumento abusivo”, disse.
Aumento, não!
A manifestação convocada pelo MPL  é contra o aumento da tarifa de R$ 4,30 para R$ 4,40. Esse reajuste foi acordado entre o governo do estado e municipal. O reajuste da passagem de ônibus, trens e Metrô é considerado abusivo pelo movimento. “Mesmo com a crise e o desemprego, os playboys Doria e Covas anunciaram mais um aumento (…). Eles dizem que foi abaixo da inflação, mas se os aumentos seguissem sempre a inflação, hoje a tarifa teria que ser reduzida, não subir ainda mais”, justifica o movimento, em nota divulgada no Facebook.
O MPL aponta ainda o corte centenas de linhas, corte na integração do vale-transporte, redução da frota de ônibus, mais bloqueios e limitações no bilhete único, negação do passe pra cursinhos populares.
 
 

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