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sexta-feira, março 29, 2024

Brasil | Entrega do país, guerra social e barbárie

Um projeto predatório de capachos de Trump, especuladores e banqueiros internacionais

Especial: Qual a saída para a crise do Brasil?As propostas socialistas do PSTU.

Por: PSTU Brasil

A reforma da Previdência de Bolsonaro, Mourão e Paulo Guedes  vai acabar com a aposentadoria e reduzir o benefício do BPC aos idosos carentes de um salário mínimo para R$ 400. Como se não bastasse, recentemente Bolsonaro anunciou o fim de praticamente todas as normas de segurança no trabalho, num país que detém o quarto lugar no mundo em acidentes de trabalho.

A cada ano, são 135 mil dedos mutilados nas prensas das fábricas. Em sete anos, foram quase 17 mil trabalhadores mortos. As normas atuais não impediram esses verdadeiros assassinatos de pessoas que precisam levar o pão de cada dia para suas famílias, porque os patrões não garantem os equipamentos necessários. Bolsonaro diz que a regra agora é essa. Obviamente, ele sabe que isso aumentará ainda mais as mortes na construção civil, nas fábricas e nos frigoríficos.

A violência que as novas condições de exploração exigem encontra no discurso do capitão uma mentira como justificativa: “queremos gerar emprego.” O presidente é a cara de um capitalismo para o qual emprego é sinônimo de morte.

Hoje, são mais de 70 milhões entre desempregados e subempregados, o que em si já é uma violência. A escolha entre mutilação e morte no local de trabalho ou desemprego é a alternativa que será imposta. Isso é a superexploração.

Desemprego e miséria

Ao contrário do que o governo dizia, a reforma trabalhista não gerou emprego nenhum. Está gerando, sim, mais superexploração e trabalho sem direitos. Começou com Dilma tirando alguns direitos. Depois, deu um salto com Temer. Bolsonaro quer ir ainda mais longe.

Por trás da falsa simpatia de Mourão, tem a promessa feita por ele a empresários e banqueiros de acabar com o 13º, “uma jabuticaba”, como disse. A carteira verde e amarela de Paulo Guedes acaba com todos os direitos para dar aos patrões o poder de fazer o que bem entenderem para esfolar os trabalhadores. Vai permitir a demissão dos que têm direitos trabalhistas para substituí-los por outros com salários mais baixos e sem nenhum direito.

Enquanto enriquece o 1% de capitalistas e os corruptos, chama professores de privilegiados e imbecis, querendo dividir a classe trabalhadora. Enquanto isso, os salários no Brasil só descem. Hoje, o trabalhador brasileiro já ganha menos que o trabalhador chinês, sendo um dos que recebem os menores salários no mundo, embora o país esteja entre as dez maiores economias do planeta.

O projeto é a barbárie

Esse plano predatório também aprofunda a submissão e a entrega do país ao capital financeiro internacional. O festival de privatizações anunciado por Guedes é a pura rapinagem. Os capitalistas não querem investir em novas fábricas, por isso vão roubar as estatais.

Da mesma forma, o fim das reservas ambientais e da demarcação das terras indígenas são parte do mesmo plano predatório. Significa entregar terras gratuitamente aos empresários rurais e às mineradoras e liberar os jagunços para assassinar e expulsar as pessoas dos seus lugares.

Estamos diante de um plano predatório que pretende, em meio à crise mundial do capitalismo, fazer avançar mais a entrega do país, a superexploração dos trabalhadores, a destruição do meio ambiente, a destruição da educação e da saúde públicas.

Isso vai aprofundar a subordinação do Brasil às potências imperialistas. Vai aumentar a exploração, o empobrecimento e o roubo, especialmente dos trabalhadores e do povo pobre, mas também dos pequenos proprietários.

“O presidente é a cara de um capitalismo para o qual emprego é sinônimo de morte.”

Esse projeto só pode ser aplicado até o final com o aumento da violência contra as lutas dos trabalhadores e com o genocídio dos pobres e negros nas periferias. Um genocídio que cresceu sob FHC, deu um salto sob os governos do PT e de Temer e vai dar um novo salto agora com Bolsonaro. A defesa da ditadura militar não é gratuita. O governo quer dar licença para a polícia e exército matarem e promover o armamento legal para milicianos e traficantes.

Por sua vez, a promoção de ideias obscurantistas, a censura nas escolas, o machismo, o racismo, a LGBTfobia, a opressão de indígenas e imigrantes,  procuram dividir a classe trabalhadora para impor esse projeto. Por isso, quebram placas que homenageiam a ex-vereadora Marielle Franco, assassinada no ano passado.

Leia mais em:

Qual a saída para a crise do Brasil?

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