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terça-feira, abril 16, 2024

Brasil: alternativas capitalistas não são a solução

PT defende “mal menor e promete impossível volta ao passado

Especial: Qual a saída para a crise do Brasil?As propostas socialistas do PSTU.

Por: PSTU Brasil

O PT, perante o desastre anunciado do governo Bolsonaro, apela para os tempos passados de crescimento dizendo: “Com Lula era melhor.” Tenta, assim, recompor-se eleitoralmente, reafirmando o mesmo projeto dos seus 14 anos de governo. Não conta que seu projeto e seus governos terminaram em fracasso e desmoralização, sendo responsáveis, em boa medida, pela eleição de Bolsonaro.

A queda de Dilma ocorreu depois de sua popularidade ter ido abaixo do volume morto. Foi o resultado da aplicação de um duríssimo ajuste fiscal contra os trabalhadores em prol dos banqueiros. Isso, junto com o envolvimento de inúmeros dirigentes partidários em denúncias de corrupção, levou milhões de trabalhadores a se sentirem decepcionados e traídos pelo PT.

Esse é o resultado do fracasso de um projeto político, de uma estratégia de governo, de um programa, de uma política de alianças, de um modelo de partido.

A estratégia que norteou a política do PT foi chegar ao governo em aliança com partidos burgueses progressistas para governar o capitalismo com suposta “distribuição de renda”. O vice de Lula foi José Alencar, o maior empresário têxtil do país; o de Dilma, foi Temer; e as alianças foram com partidos burgueses como PDT, PSB, PMDB, PTB e até o PP.

Mesmo em tempos de crescimento econômico, o combate à desigualdade não avançou. Sendo a 8ª economia do mundo, está na 175º posição em igualdade. Como mostra o estudo do economista francês Thomas Piketty, entre 2001 e 2015, os 10% dos brasileiros mais ricos aumentaram sua fatia da riqueza nacional de 54% para 55%, enquanto os 50% mais pobres aumentaram de 11% para 12% sua parte. Isso às custas dos “remediados”, os 40% que estão no meio do caminho e viram sua participação na renda diminuir de 34% para 32%.

O crescimento econômico do período foi abocanhado, em sua maior parte, pelos mais ricos. Esses 10% mais ricos ficaram com 61% do que o país cresceu. A metade do povo mais pobre, com só 18%. Ou seja, ao contrário do que o PT diz, seu governo não combateu a desigualdade e o crescimento serviu, sobretudo, aos mais ricos, que ficaram ainda mais ricos.

Quando chegam as crises, a burguesia procura aumentar a exploração e destrói as políticas compensatórias de distribuição de renda anteriores. No governo de um Estado capitalista, o PT não pode fugir da lógica de um gerente de negócios do capital. O gerente obedece às ordens dos patrões.

O envolvimento do PT nos grandes esquemas de corrupção obedece à mesma lógica. A corrupção é um instrumento a serviço da acumulação capitalista burguesa baseada na pilhagem do Estado.

O crescimento econômico baseado em exportação de produtos primários maquiou também o processo de desindustrialização, atraso tecnológico e decadência. Enquanto pagou trilhões da falsa dívida, o PT sequer universalizou o saneamento.

É preciso lembrar, além disso, que foi sob os governos do PT que explodiu o genocídio da população negra e o encarceramento em massa. Foi também sob o PT que foram editadas leis e portarias repressivas, como a Garantia de Lei Ordem (GLO), investindo nas Forças Armadas para repressão interna e para ocupar o Haiti em defesa das multinacionais e do sistema capitalista e imperialista.

Hoje, em plena crise, um governo do PT não seria o governo Lula da bonança. O PT estaria fazendo o mesmo que seus governadores, jogando a crise nas costas dos trabalhadores para salvar o capitalismo.

PSOL TEM PROJETO SEMELHANTE AO DO PT

O PSOL, que nasceu de deputados que romperam com o PT quando Lula fez uma reforma na Previdência, tem hoje um projeto bastante semelhante ao do PT.

O projeto do PSOL também é um projeto nos limites do capitalismo, com reformas cosméticas na democracia dos ricos. O programa da candidatura de Guilherme Boulos nas eleições passadas sequer defendia a suspensão do pagamento da dívida pública. Conforme apontou a Auditoria Cidadã da Dívida: “O candidato Guilherme Boulos (PSOL/PCB), em seu programa oficial, sobre a dívida pública, fala na ‘Realização de auditoria’, porém essa auditoria serviria ‘para evitar novos contratos lesivos ao povo brasileiro junto a instituições financeiras’. Ou seja, a auditoria proposta por Boulos seria voltada apenas para a prevenção de problemas futuros, deixando de enfrentar as inúmeras provas de irregularidades e até fraudes na formação da chamada dívida pública.

Junto com o PT, o PSOL está empenhado na conformação de uma “aliança progressista” ou uma frente de colaboração de classes, com partidos e figuras da burguesia, para, de novo, defender a gestão do sistema capitalista e tentar algumas reformas pelos mecanismos da democracia dos ricos e sua institucionalidade. Segue, então, os rumos do PT, embora tenha uma crítica ou desavença aqui ou ali.

Leia mais em:

https://www.pstu.org.br/qual-a-saida-para-a-crise-do-brasil/

 

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