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sexta-feira, março 29, 2024

Repúdio ao pedido de levar Daniel Ruiz a julgamento

Com uma velocidade incrível, a promotora federal Mángano solicitou, em 12 de Novembro, o julgamento do companheiro Daniel Ruiz, em função de sua participação na massiva manifestação contra a reforma da previdência em 18 de Dezembro de 2017. Ele é acusado de intimidação pública e atentado e resistência à autoridade, agravado[1].

Por: Mario Villareal

É importante lembrar que as manifestações de 14 e 18 de dezembro de 2017, contra a reforma previdenciária, significou um antes e um depois para o governo de Macri. A partir desse momento a sua popularidade não parou de cair, piorada pela desvalorização, aumento das tarifas e ataques permanentes aos trabalhadores e setores populares.

Não é uma simples coincidência que o pedido de julgamento seja feito no momento em que se prepara a chegada do G-20, com a cidade sitiada por forças repressivas. Eles escolheram este momento para anunciar o pedido de julgamento de Daniel Ruiz, como uma forma de ameaça para os milhares de pessoas que vão se mobilizar contra Macri, o FMI e todos os exploradores que vêm planejar uma pilhagem maior contra os trabalhadores do mundo.

O pedido de levar a julgamento não está relacionado com os tempos processuais do nosso país. Levando em conta a data da mobilização, apenas 11 meses se passaram para levá-lo a julgamento e desde a prisão de Daniel apenas 2 meses.

Tanta urgência em levar o nosso companheiro a julgamento, apenas pode ser explicada neste contexto de ajuste brutal, porque pretendem que este julgamento seja um exemplo contra todos os lutadores que saem às ruas para se mobilizar e enfrentar o governo de Cambiemos e todos os seus cúmplices.

Em nosso país, os processos judiciais demoram vários anos, a maioria é arquivada por vencimento de prazos de prescrição ou suspensão. Assim, os corruptos, os traficantes de drogas e os verdadeiros criminosos ficam livres de culpa e responsabilidade.

Mas no caso de Daniel Ruiz, o juiz Torres e a promotora Mángano apressaram-se em levá-lo a julgamento, enquanto o mantém preso na penitenciária de Marcos Paz.

Não é necessário dizer que a detenção preventiva de Daniel é um castigo político, uma vez que mesmo com os falsos crimes de que é acusado ​​pelo juiz e pela promotora, deveria estar em liberdade.

Daniel é um delegado de base petroleiro sem antecedentes criminais. Nada impede que ele permaneça em liberdade, mas apesar disso, o juiz, a promotora e a Câmara Criminal Federal repetidamente lhe negam a liberdade. Eles exibem sua prisão como um troféu político.

O mesmo acontece com o mandado de prisão contra Sebastián Romero, trabalhador da General Motors, perseguido por lutar contra as demissões e suspensões em sua fábrica, também acusado dos mesmos crimes que Daniel por ter participado da mesma mobilização.

Temos que unir nossas forças para conseguir a liberdade de todos os presos políticos e o fim da perseguição de todos os lutadores.

Agradecemos a todas as organizações políticas e sociais que acompanham e lutam pela liberdade de nosso companheiro. E agora, com o pedido de julgamento, chamamos a redobrar os esforços para exigir sua imediata liberdade e absolvição. O julgamento e pedido de condenação contra Daniel será usado como um precedente contra qualquer outro lutador que vá às ruas para enfrentar o governo, o FMI e todos os cúmplices da implementação de planos de ajuste contra o povo trabalhador.

[1] Endurecer a pena.

Tradução: Lena Souza

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