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sexta-feira, março 29, 2024

Por uma saída operária e popular

As eleições em Tucumán trouxeram à tona o roubo de votos e como funciona esta democracia, que só é “democrática” quando não estão questionados os seus negócios e os lucros dos empresários. Se não, reprimem. Também deixam em evidência a cumplicidade de todos os candidatos da situação e seus opositores, que se assustam com a mobilização popular e agora chamam a confiar na justiça que avaliza a fraude.

Por: Cristian Napia e Luciana Danquis

Perante as suspeitas de que o ocorrido em Tucumán se estenda a todo o país, candidatos da situação, da oposição, juízes, deputados e meios de comunicação cerraram fileiras e fizeram valer o pacto patronal que os une. Por isso, tentam fazer-nos crer que só serve votar em Scioli, Macri ou Massa, que são os únicos que poderiam ganhar ou ter um papel decisivo num possível segundo turno.

Todos eles governam o país e as suas províncias para os mesmos interesses, e assim continuarão a fazê-lo, ganhe quem ganhar no dia 25 de outubro.

Por isso, o útil é fortalecer com o nosso voto a única alternativa que propõe um país governado pelos trabalhadores.

Fortalecer a FIT é fortalecer a nossa luta contra o ajuste

A FIT vem crescendo e é uma referência cada vez mais importante entre os que querem dar a luta contra este modelo econômico em que a dívida externa e as multinacionais roubam as nossas riquezas e levam para o exterior o que produzimos. As bandeiras que a FIT levanta são a ruptura com o atual modelo econômico e o regime político para pôr em curso um programa de fundo para sair da crise: um programa operário e um governo dos trabalhadores.

Por isso, para derrotar o ajuste, o único voto útil é aquele que fortalece uma alternativa dos e para os trabalhadores.

Mais do que nunca necessitamos uma campanha unitária

As perspectivas dessas eleições são que a esquerda se consolide como uma referência importantíssima para todos aqueles companheiros que vêm se desiludindo com o governo Kirchner e o seu candidato Scioli, e que tampouco confiam no resto dos candidatos patronais, como Macri ou Massa. E o voto em Del Caño nas PASO (eleições primárias internas) expressa também uma vontade de renovação geracional na esquerda, da qual esperam que esteja à altura das tarefas que os trabalhadores têm diante da crise. É com o objetivo de chegar com esta proposta a todos os trabalhadores do país que assumimos a candidatura de Del Caño. Para que sejam cada vez mais os trabalhadores que façam seu o programa da FIT, que é o único que dá saída às suas necessidades. Para aproveitar a oportunidade e a responsabilidade diante da qual estamos, é mais urgente do que nunca que o conjunto das forças que compomos a FIT realizemos uma campanha unitária e saiamos todos juntos para dizer aos milhões de trabalhadores que hoje estão abertos a ouvir-nos que a crise não tem que ser paga pelos trabalhadores, que existe uma saída para que não a paguemos, que é a que o programa da FIT representa.

Por que os revolucionários participam das eleições e do parlamento?

O parlamento é uma grande tribuna de onde podem ser ouvidas, por milhões de trabalhadores, as nossas denúncias sobre todas as injustiças que o povo trabalhador sofre, as nossas reivindicações e as nossas propostas. No mesmo sentido, para aproveitar essa grande tribuna e esse momento de maior discussão política no conjunto da sociedade é que entendemos a participação nas eleições.

A Frente de Esquerda e dos Trabalhadores conseguiu, neste último período, chegar ao Congresso Nacional e à Legislatura de várias províncias, além de alguns Conselhos Deliberativos. Estão em extraordinárias condições para utilizar essas tribunas para agitar o programa operário e popular de saída da crise.

Por isso, é um despropósito que, tendo essas condições extraordinárias, não estejamos fazendo uma campanha unitária e que haja uma, a do PO, que se centra no voto a deputados, como se obter um deputado de esquerda fosse a saída para os trabalhadores, e a outra, do PTS, que se centra na construção de uma figura como Del Caño.

Para nós, o centro teria que ser apresentar o programa de saída da crise para os trabalhadores. No mesmo sentido, acreditamos que é bom apresentar projetos de Lei, como os que os deputados da FIT apresentaram, como uma forma de fazer uma proposta concreta.

No entanto, não devemos confundir-nos nem confundir os trabalhadores: não podemos depositar nem sequer a mais mínima confiança em que, por meio de projetos de lei, possamos obter conquistas, porque o parlamento é um terreno onde os políticos representantes das multinacionais têm a imensa maioria. As conquistas só podem ser conquistadas com luta. Por isso, porque o nosso terreno é a rua, toda a ação no parlamente tem de estar subordinada à mobilização, e não o contrário.

Artigo publicado em Avanzada Socialista n.° 96, 30 de setembro de 2015.

Leia este e outros artigos relacionados en: www.pstu.com.ar

Tradução: André Catarino

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