qui mar 28, 2024
quinta-feira, março 28, 2024

Grande Greve Geral na Argentina em 25 de Junho

A greve geral que foi realizada na Argentina em 25 de Junho foi a mais contundente dos últimos 15 anos: praticamente não houve um sindicato que não tenha aderido, todos pressionados pela raiva contra o governo de Macri que não para de crescer, à medida que seus ataques contra os trabalhadores e o povo se aprofundam.

Por: PSTU Argentina

A escalada do dólar, que aumentou em 60% nos últimos meses, o veto da lei das tarifas, os brutais aumentos de preços, a continuidade das demissões fizeram a raiva operária crescer, a volta com o FMI foi um dos eixos detonantes de pressão.

A inflação e a carestia de vida fizeram cair, na prática, o acordo de 15% de aumento salarial assinado pelos sindicatos.

As mudanças no gabinete de Macri realizados nas semanas anteriores dão conta da necessidade que o próprio governo tem de redirecionar a crise.

A paralisação também contou com a simpatia de amplos setores da classe média, que a partir de diferentes lugares aprovaram a medida, desde o fechamento de algumas portas convocados por comerciantes, como o apoio do Movimento de Mulheres que se manifestou em 13 de Junho.

Um antes e depois.

O governo  teve que reconhecer a magnitude da paralisação, ainda que na Capital Federal não se registraram grandes mobilizações além alguns bloqueios  ou tentativas de bloqueios em algumas rodovias ou vias de entrada à Capital Federal. Em muitas cidades do interior houve mobilizações de grande importância convocadas a partir das centrais sindicais e sindicatos como em Rosario, Córdoba, Chubut ou em Rio Gallegos.

No mesmo dia da paralisação, o Ministro Dujovne, declarou que podem homologar acordos de 25% de aumento, o que implicaria uma mudança importante em relação ao limite de 15% de aumento salarial que estavam tentando impor.

A vontade de lutar da classe operária mais uma vez ficou demonstrada, assim como também ficou demonstrado que o limite são os dirigentes sindicais, que fizeram a paralisação para tentar descomprimir e sem nenhuma perspectiva. E isso é cada vez mais visível aos olhos de grande quantidade de trabalhadores.

Hoje o que está colocado na Argentina é a necessidade de um Plano de Luta Nacional para derrotar o ajuste de Macri e do FMI, e não há outra forma de fazê-lo se não derrubamos Macri como fizemos em 2001 com De La Rúa.

A oposição patronal, o kirchnerismo particularmente que é o que mais posa de combativo, e os dirigentes sindicais, nos dizem que temos que no preparar para tirar Macri nas eleições de 2019 e a maioria da esquerda, lamentavelmente, se move na mesma perspectiva.

Nós, do PSTU da Argentina, estamos convencidos de que não temos que esperar, porque a cada dia que passa com o governo de Macri é um dia a mais de famílias com fome, de trabalhadores demitidos, de hospitais esvaziados, de aumento da dívida externa.

Por isso temos que derrubar Macri agora. Os que dizem que querem derrotar o ajuste, as CTAs, Moyano, a Corriente Federal da CGT, as seções provinciais, se realmente querem fazê-lo, tem que organizar já uma grande Assembleia Nacional de Trabalhadores com delegados de base para organizar a raiva, construir uma pauta única de reivindicações que inclua desde os problemas salariais, até a luta contra a perseguição dos lutadores, como a de nosso companheiro Sebastián Romero, e a luta pelo aborto legal, seguro e gratuito; e impor ao conjunto das centrais um Plano de Luta Nacional para derrubar Macri e o FMI.

Tradução: Lilian Enck

Confira nossos outros conteúdos

Artigos mais populares