Grupos de whatsapp, redes sociais e outros espaços de informação explodiram nas últimas semanas com o áudio de um pastor evangélico dizendo que a ESI (Lei da Educação Sexual Integral aprovada em 2006) ensina meninos e meninas a se masturbarem, força a se transvestirem e ensina pornografia.
Por: PSTU Argentina
Por outro lado, veio à luz graças à coragem de formandas do Nacional de Buenos Aires, várias denúncias de violência machista naquela instituição.As contradições estão aí. As Igrejas se opõem à educação sexual, depois de argumentar em seu favor durante o debate parlamentar sobre a legalização do aborto, revelando toda a sua hipocrisia.
Recusam-se a aplicar nas instituições que dirigem e onde enviam seus filhos. Mas as crianças devem saber sim, sobre masturbação, porque é algo natural, e devem ser capazes de distinguir o que é abuso sexual, devem ter conhecimento para poder denunciar quando há pornografia infantil e prostituição, e isso é garantido por uma verdadeira educação sexual integral.
Os casos relatados pelos estudantes do Nacional são brutais, mas infelizmente muito comuns não só nas escolas, mas em quase todas as áreas. A quantos de nós aconteceu de “elogios” sendo menores de idade? Quantas vezes ficamos sabendo de professores, preceptores, gerentes, que atormentam as meninas e outras situações?O Governo Nacional é o principal responsável pela aplicação da ESI em todas as instituições de ensino e em todos os níveis, independentemente das ideologias.
A igreja não pode interferir e é por isso que deve ser separada do Estado, já.No entanto, desde 2006 temos essa lei, que, embora seja muito limitada, o governo kirchnerista e o governo de Cambiemos não a aplicam em todo o país como deveriam.
Enquanto exigimos que esse direito básico seja cumprido, devemos impulsionar a luta para expandir a ESI. A educação sexual para ser verdadeiramente integral, em princípio, deve ter um orçamento, garantir a capacitação de professores, oficinas, palestras e matérias formativas em todos os níveis. Além disso, deve haver regulamento contra a violência em todas as instituições.
Mas a educação não pode ser responsabilidade apenas dos professores. O Estado deve garantir campanhas nos bairros, nos clubes, nos sindicatos. Campanhas publicitárias nas ruas e todos os materiais necessários para chegar a todos os trabalhadores.
* Educação sexual científica e não sexista nas escolas, universidades, locais de trabalho e bairros.
* Contraceptivos gratuitos e apropriados para cada pessoa, com acompanhamento médico.
* Aborto legal, seguro e gratuito, no hospital público e nas obras sociais.
* Aumento imediato do orçamento para a educação, saúde e de combate à violência machista. * Reincorporação de todos os trabalhadores demitidos nessas áreas. Obras de infraestrutura e fornecimento de insumos em todas as instituições do Estado.
* Estatização, sob o controle dos trabalhadores, da indústria farmacêutica. Nada de negociatas com a nossa saúde.
* Nenhuma demissão de trabalhadoras grávidas. Ampliação da licença maternidade e paternidade. Licença remunerada para acompanhamento aos filhos doentes.
* Creches em locais de trabalho e estudo e em bairros operários. Um jardim maternal e um jardim de infância em cada escola primária. Espaços públicos para recreação cultural e esportiva.
* Chega de fechamentos de empresas e demissões. Trabalho genuíno para todas as mulheres. Prioridade para mães solteiras, chefes de família. Aposentadoria para as donas de casa.
* Não à precarização trabalhista. Direito das jovens a um emprego digno.
Tradução: Nea Vieira