Nem trégua nem esquecimento, nem perdão
Nós não podemos esquecer, a ditadura militar desde 1976 impôs um caminho econômico neoliberal e este governo aprofundou as linhas gerais desse plano em irrestrito benefício das grandes corporações e dos bancos estrangeiros.
Contra tudo isso, nosso povo continua no caminho da luta, com avanços e retrocessos, mas o estado atual da economia e a fome na classe trabalhadora e dos setores populares volta a nos colocar o impasse que ou eles ou nós. Macri e Bullrich perseguem para impor o plano, prendem, perseguem e intimidam lutadores sindicais e opositores.
Hoje a justiça e o parlamento são ferramentas a serviço do plano neoliberal. Mas não é o socialismo ou a esquerda que fecha empresas, comércios e afeta a economia regional. Quem faz isso são as medidas econômicas do FMI.
Como nos anos 70, nós, socialistas, continuamos defendendo que, para sair da crise, devemos romper com o imperialismo, impor um plano de obras públicas, estatizar as alavancas da economia.
Mas como antes, mais do que nunca, temos que acabar com a hipocrisia da patronal, que demite, suspende e fecha fábricas. Temos que pedir e conseguir a abertura dos livros contábeis e acabar com o segredo comercial e assim saber quem é quem nessa crise. Construir o poder operário e popular, unindo todas as reivindicações em uma lista única e comum para que os sindicatos, centrais sindicais e organizações possamos ir organizando uma greve geral.
Dessa maneira, com a luta e unidade na ação, podemos estar mais perto da libertação de todos os presos políticos de Macri. Temos muitos motivos para lutar e temos muitas razões para não esquecer ou perdoar.
Mais do que nunca, continuar lutando por todos os nossos mártires, pelos 30 mil e para que se acabe de uma vez por todas com este sistema de exploração e opressão.
Temos o direito de viver, a dignidade se solidificando com solidariedade e luta.
De minha parte, continuarei resistindo, de minha cela elevando minha voz pelo que é justo e contra tanta fome e miséria de nosso povo.
Companheiros detidos desaparecidos, Presente!
Daniel Ruiz (preso por lutar contra a reforma previdenciária)
Cela 5506, Penitenciária Marco Paz
Tradução: Lena Souza