sáb abr 20, 2024
sábado, abril 20, 2024

O avanço eleitoral da direita e crise do kirchnerismo

O governo nacional sofreu um forte castigo. Perdeu em Buenos Aires e até em Santa Cruz [NR, província de onde é originário Néstor Kirchner]. É o resultado de uma administração que, em que pese ter se beneficiado com um alto crescimento por 5 anos seguidos, não resolveu nenhum dos graves problemas do país e de seus trabalhadores.

 

Porém produziu-se um forte avanço da direita, que capitalizou essa ruptura. Muitos trabalhadores equivocadamente terminaram votando no PRO de [Mauricio] Macri e [no jornalista dissidente Francisco] De Narváez, no Acordo Cívico de [Elisa] Carrió, nos radicais e [no vice-presidente] Cobos, ou no [peronista Carlos] Reutemann [na província de Santa Fé], pensando que assim castigavam o governo por não dar resposta ao desemprego, à inflação e aos baixos salários, ao desmoronamento da saúde e da educação públicas e a todos os problemas que nos afetam.

 

Wall Street festejou e a Bolsa [de Buenos Aires] ganhou um salto na segunda-feira (ver Clarín, 30/6/09). A Sociedade Rural sente-se “vencedora”, e diz que 60% da população a apóia.

 

Castigue-o, castigue-se

Todas essas forças da direita, as entidades [empresariais] do campo e as grandes câmaras patronais (a UIA, a Câmara de Comércio e da Construção, AEA das multinacionais), querem impor um forte ataque aos trabalhadores e ao país. Mas esconderam isto nas eleições chamando simplesmente a votar contra o governo.

 

Sua verdadeira política é vista com toda clareza agora, depois do triunfo eleitoral da direita: a patronal encorajada reclama medidas que vão claramente contra os trabalhadores: adiamento das paritárias sem data prevista, total liberdade para despedir, suspender e baixar salários, imediato aumento das tarifas dos serviços públicos, redução de impostos às grandes empresas, etc. E os preços já começaram a aumentar. Neste sentido é muito significativo o giro opositor da [empresa petroleira espanhola] Repsol, que denunciou o governo em Wall Street depois de ter sido o principal apoio do K.

 

A prepotência é tal que a UIA, frente à epidemia de gripe A e o crescente absenteísmo trabalhista, quer impor que os trabalhadores tenham que ser atendidos diretamente pelos médicos das empresas e que estes decidam se estão ou não em condições de trabalhar.

 

Como fica o quadro político

Antes das eleições a maioria das principais forças patronais retirou o apoio ao governo. Este ficou sustentado pelo aparelho do Partido Justicialista e pelo apoio da CGT de [Hugo] Moyano, que lhe garantiam o controle da maioria dos trabalhadores. O peso de Moyano viu-se ainda mais incrementado quando conseguiu convocar um ato de massas em apoio a Kirchner.

A derrota do kirchnerismo e o avanço da direita acentuam ainda mais este processo de ruptura e crise.  A patronal passa à oposição. E agora se agrega a crise dentro do PJ com Kirchner.

 

O peronismo após as eleições

 

Kirchner apressou-se em renunciar à presidência do PJ, para suprimir as faturas, mas tentando deixar Daniel Scioli [governador de Buenos Aires] a cargo de negociar uma nova partilha do poder. Mas vários governadores impuseram condições, enquanto outros setores diretamente recusaram a proposta. No peronismo abre-se uma disputa pelo poder que ainda não tem um dono claro. E não há nenhuma garantia de que consiga se unificar.

Esta disputa se expressa também no interior da CGT, com o questionamento à liderança de Moyano, que por sua vez se distancia do governo.

 

Os presidenciáveis da direita

 

Cobos, Macri, Reutemann, etc. localizam-se como possíveis presidenciáveis. É um pequeno avanço na tentativa de construírem essas alternativas para substituir o kirchnerismo no poder. Mas isso não significa que algum deles tenha se consolidado como alternativa política da maioria ou como forte segmento da patronal.

 

A alternativa Reutemann

Um exemplo disso é Reutemann, que abre com força a partir de seu triunfo em Santa Fé. Reutemann é o candidato preferido da UIA. E, além disto, ante a mobilização do campo em 2008, rompeu com o governo e é visto positivamente pelos fazendeiros e pelas multinacionais do agro.

No entanto a derrota do kirchnerismo significa também um duríssimo golpe e uma forte crise para o peronismo. Mas Reutemann não controla o aparelho peronista e para se impor teria que chegar a um acordo com os caudilhos de Buenos Aires e das demais províncias.

Por outro lado, nem dentro nem fora do peronismo, nem no Congresso aparece uma corrente política mais forte que o kirchnerismo. Além disso, correm com uma grande desvantagem: não controlam a CGT nem a CTA e, portanto não têm um freio direto sobre os trabalhadores.

 

A situação do Acordo Cívico.

A aliança ARI-UCR-PS conseguiu 30% dos votos a nível nacional e será a segunda força no Congresso, com 76 deputados e muitos senadores. No entanto, tem três caciques com fortes diferenças – Carrió, Cobos e Binner [prefeito de Rosário]- que disputam sua condução. E cada um deles tem seus próprios problemas. Carrió fez uma má eleição na Capital, Binner perdeu em Santa Fé, e Cobos tem a resistência do radicalismo.

O PRO

 

Ganhou em Buenos Aires (o principal distrito do país) e na Capital, mas também tem sérios problemas. Para começar tem suas forças concentradas em só dois distritos. E no Congresso é a terceira força, bem longe da Coalizão Cívica. [A vice-chefe do governo da cidade, Gabriela] Michetti ganhou na Capital, mas com uma queda de 15% em relação à eleição anterior.

De Narváez é o grande vencedor com seu triunfo na província de Buenos Aires, mas não é visto com confiança pelo conjunto da patronal. E está atado por seus compromissos a Macri, ou à possibilidade de entrar na briga pelo controle do PJ.

 

A patronal pressiona o governo

Antes das eleições, os setores patronais que rompiam com o governo apostavam na possibilidade de que a oposição ganhasse uma clara maioria no Congresso. E por essa via buscavam não só travar os projetos oficiais – como se deu com a derrota da resolução 125 [das retenções às exportações] em 2008- senão que buscavam também impor a liquidação das retenções às exportações, o aumento das tarifas dos serviços públicos, eliminarem as travas às demissões, etc. Isto é, ir modificando substancialmente o modelo econômico.

Mas, ainda que tenha avançado, a direita não conseguiu uma maioria própria no Congresso e nenhum dos “presidenciáveis” aparece como alternativa categórica. Por isso a patronal e a direita se orientam para contribuir com a governabilidade de Cristina Kirchner. De Narvaez declarou isto explicitamente, mas exigindo que sejam aplicadas contra os trabalhadores e o país, as medidas reacionárias que propõem. Desse modo apostam no desgaste cada vez maior do governo, enquanto terminam de construir uma alternativa patronal para 2011.

Isso está atravancado porque diferentes setores patronais propõem coisas totalmente contrapostas. O melhor exemplo é a exigência de desvalorização da UIA contra a oposição da Repsol e de outras empresas e setores.

 

A crise do kirchnerismo

A ruptura popular expressa nos votos, junto com a postura da patronal, em especial da Repsol, deixa o kirchnerismo terrivelmente debilitado para continuar com seu “modelo”. Por ser um agente das grandes multinacionais, o mais provável é que capitule rapidamente às exigências empresárias e termine por se destruir.

A política de Moyano e do [dirigente da CTA Hugo] Yasky, dos seus apoios sindicais, que têm feito todo o possível para frear a luta operária e popular e permitir que se imponham os planos patronais vai no mesmo sentido.

No entanto, a classe operária e o povo, apesar do resultado eleitoral, não estão derrotados. E nos últimos meses têm mostrado categoricamente, com lutas como as dos operários da General Motors, Ford e Massuh ou a triunfante batalha salarial bancária, que estão dispostos a brigar contra os ataques patronais no marco da crise.

Ainda que não seja o mais provável, não pode se descartar que a combinação de crise, divisões burguesas e resistência operária e popular, empurrem o kirchnerismo a resistir contra sua liquidação política, recusando as imposições da patronal, adotando novas medidas que vão no sentido contrário, como a renacionalização das aposentadorias. E que para isso, se apóie cada vez mais nas direções sindicais viciadas da CGT e da CTA.

 

O desafio da construção de uma alternativa

Como já se demonstrou claramente, nem o populismo kirchnerista nem as propostas da direita são soluções para as necessidades dos trabalhadores e do povo. Fica o desafio de aproveitar as próximas lutas de resistência operária e popular e a crescente ruptura política que isso produzirá, para avançar na construção de uma frente única operária que unifique as mobilizações com base em um plano econômico rumo a um governo dos trabalhadores, e na construção de uma alternativa política de esquerda, socialista e revolucionária.

 

POR QUE A DIREITA CRESCEU?

 

Estas eleições são reflexo da situação aberta com a crise econômica e o locaute agrário. O fortalecimento da direita começou com a ofensiva da Mesa de Enlace do campo contra a falida Resolução 125 em abril de 2008. Essa ofensiva foi encabeçada pelas grandes multinacionais que dominam o campo argentino e as exportações agropecuárias, que estão nucleadas na Sociedade Rural e na Carbap (Confederação de Associações Rurais de Buenos Aires e La Pampa).

 

Seu objetivo era conseguir total liberdade para saquear a principal riqueza do país, as terras e seus produtos, os grãos, o leite e a carne, direcionando toda a produção para a exportação. O que significa menos produção de alimentos para o país e aumento dos preços para os trabalhadores e o povo, como vemos hoje.

 

Os pequenos produtores rurais nucleados na Federação Agrária Argentina (FAA) foram a força de choque dessa ofensiva. Apesar de que no campo “os grandes engolem os pequenos”, foram atrás dos interesses dos grandes produtores de soja. Cumpriram um papel decisivo os dirigentes como Buzzi e De Ángeli, responsáveis por mobilizar os pequenos produtores a serviço das multinacionais e contra os interesses do país e dos trabalhadores. Foram os encarregados de convencer setores dos trabalhadores e a classe média das cidades para que apoiassem o “campo”.

 

E assim conseguiram fazer poderosas mobilizações em todo o país, especialmente em Rosario e Buenos Aires. Nas grandes cidades e, sobretudo, no interior, houve uma ruptura em massa com o governo, capitalizada pela direita.

 

O governo “se rendeu”

 

O governo kirchnerista se negou a enfrentar a fundo os produtores de soja, mobilizando os trabalhadores por comida boa e barata para todos. A razão é simples: os Kirchner se beneficiaram do modelo de produção de soja. Nunca questionaram que as multinacionais controlassem as exportações. Só queriam a maior arrecadação de impostos para sustentar sua política de pagar a dívida externa e subsidiar as grandes empresas industriais e de serviços com os impostos do campo.


Por isso, os Kirchner se negaram a levar adiante uma grande mobilização operária e popular pela expropriação das grandes multinacionais, pela nacionalização do campo e do comércio exterior, e para colocar esses recursos a serviço das necessidades do país, dos trabalhadores e dos setores populares. Começando por salário, trabalho, moradia, saúde e educação para todos.

 

Diante da luta do campo, tiveram mais medo dos trabalhadores. Entre a mobilização e a resolução parlamentar do conflito, escolheram a última. Concederam e perderam. E nestas eleições colheram o resultado.

 

Outros responsáveis


Luis Barrionuevo dentro da CGT e o setor encabeçado por Víctor De Gennaro na CTA – acompanhados por Pino Solanas e outros políticos que se dizem de esquerda – cometeram o crime político de apoiar a Mesa de Enlace das patronais agrárias e sua política a favor das multinacionais.


E os secretários-gerais da CGT e da CTA, Moyano e Yasky, que estavam do lado do governo, também foram responsáveis. Sendo os líderes das duas centrais sindicais, negaram-se a propor uma política própria dos trabalhadores que incluísse a reivindicação da nacionalização do campo e do comércio exterior e um plano a serviço das necessidades dos trabalhadores e do povo. Mantiveram, em todo momento, seu apoio ao governo kirchnerista.

 

Guardadas as proporções, o mesmo crime foi cometido por setores de esquerda como o MST (Movimento Socialista dos Trabalhadores) e a CCC (Corrente Classista e Combativa), que ainda hoje continuam abraçando De Ángeli.

 

Assim, deixaram que a reacionária Mesa de Enlace e os partidos e políticos da direita que apoiaram o campo aparecessem diante dos trabalhadores e do povo como a única alternativa para “castigar” o governo.

 

E o campo ganhou

Nestas eleições, tanto o governo como Moyano foram castigados pela sua claudicação, que provocou uma grande confusão na classe trabalhadora. E as entidades do campo se sentem vencedoras, dizendo que 60% dos votos foram para políticos que apoiaram o campo. Eles serão os encarregados de levar ao Congresso seu programa de fim das retenções e respeito absoluto a seus lucros provenientes da renda agrária. É assim que pagarão o apoio das entidades rurais, e do próprio De Ángeli, que propôs “arrear a peãozada” para fazê-la votar em quem os patrões do campo queriam.

A Eleição de Pino Solanas

 

Pino Solanas fez uma grande eleição. Uniu um conglomerado no qual converge à ala da CTA liderada por Víctor De Gennaro (onde tem um papel destacado o economista e deputado Claudio Lozano) com deputados encabeçados por Eduardo Macaluse, provenientes de uma ruptura do ARI (o partido de Elisa Carrió).

 

Obteve 24% dos votos na Capital Federal, ganhando em um importante segmento da classe média que, em 2007, apoiou o prefeito da cidade, Mauricio Macri (por exemplo, ganhou no elegante bairro da Recoleta), capitalizando parte da ruptura com o governo, e também uma grande parte do voto da esquerda, que ficou reduzida à sua mínima expressão na cidade (ver nota). A esquerda pagou assim sua negativa em apresentar uma frente unitária. A centro-esquerda também teve uma expressão na província de Buenos Aires com a candidatura do prefeito de Morón, Martín Sabatella, que obteve 5 % dos votos.

 

Muitos trabalhadores viram em Pino e Sabatella uma alternativa à esquerda do governo, por seu programa que inclui medidas corretas como a re-nacionalização dos recursos naturais e das empresas de serviços. O apoio de um setor da CTA contribuiu para isso.

 

No entanto, sua postura de defesa de um capitalismo “humanitário”, próxima da de Chávez e Evo Morales, a quem apóiam explicitamente, define a centro-esquerda de Solanas e Sabatella como uma força similar ao que foram, em sua época, a Frepaso e a Frente Grande. Sua postura diante das reivindicações do campo foi ambígua, e até de apoio no caso da Federação Agrária. Não representam uma verdadeira saída para os trabalhadores e o povo.

 

Mas o forte apoio recebido, sobretudo por Pino, os transforma em uma referência para as lutas antiimperialistas e pela independência nacional. Apesar de nossas diferenças, compartilhamos com Solanas iniciativas como a campanha pela nacionalização do petróleo e do gás, pela re-estatização das estradas de ferro etc.

 

E continuaremos convocando-o para lutarmos juntos, aproveitando agora o forte apoio recebido, para construir uma poderosa unidade de ação pela segunda e definitiva independência e pelo programa e medidas que vão nesse sentido. O próximo bicentenário da liberdade é uma grande oportunidade para avançar nesse sentido.

 

A Frente e o Espaço da Esquerda

 

Em um contexto de direitização geral da votação, a Frente de Esquerda (conformada pelo PTS – Partido dos Trabalhadores Socialistas -, Novo MAS e Esquerda Socialista, que o FOS apoiou eleitoralmente), teve uma importante votação em alguns dos principais distritos operários do país.

 

Na província de Buenos Aires, obteve 106.764 votos, ficando em quinto lugar. Em Córdoba, foram quase 40 mil. E em nível nacional, passou de 180 mil. Em todos os casos, foi quase o dobro dos votos que a mesma frente, também apoiada pelo nosso partido, tinha conseguido.

 

Os maiores partidos da esquerda, PO e MST, tiveram resultados inferiores, mesmo sendo organizações muito maiores, com figuras muito mais conhecidas, e com mais recursos, algo evidente pelo tremendo gasto com propaganda impressa, televisiva e de todo tipo.

 

A razão do crescimento

 

A Frente fez uma campanha em torno da agitação de uma saída operária à crise e o programa correspondente. Acreditamos que um setor do ativismo operário e juvenil escolheu a frente pelo caráter unitário em torno desse programa. E, ao mesmo tempo, castigou os que romperam a unidade.

 

O PO se negou a compor a Frente (onde poderia ocupar um papel principal) e ficou muito atrás, especialmente região metropolitana de Buenos Aires. No caso do MST a queda foi muito grande. Tanto na Capital (onde Vilma Ripoll é uma figura reconhecida) como em Buenos Aires sofreu um profundo retrocesso.

 

Neste caso, pagou o preço não só pelo seu sectarismo, mas pelo rechaço causado, em amplos setores do ativismo operário, popular e juvenil, pelo seu vergonhoso apoio à Sociedade Rural e a figuras como De Ángeli, que se destacaram pelo seu apoio à direita e a suas posições reacionárias, como quando propôs “arrear a peãozada, fazê-los subir na caminhonete e dizer-lhes em quem devem votar”.

 

Unidade insuficiente

 

Estamos contentes com a votação da Frente. No entanto, isso não pode ocultar o fato de que, de conjunto, os partidos de esquerda não foram capazes de responder à altura ao desafio que estas eleições e a atual crise nos apresentavam. Era necessária a unidade de todos os partidos de esquerda.

 

Esta é uma polêmica com o MST e o PO, mas também com os companheiros do PTS e do MAS. Nós propusemos construir uma frente eleitoral que unificasse todos os partidos de esquerda em uma única frente. Uma unidade como fizemos no ato unitário de 1º de Maio, com um correto e detalhado programa para propor uma saída operária para a crise.

 

A realidade demonstrou que, se esta frente tivesse se concretizado, teria sido um grande acerto. Meio milhão de votos, considerando somente os resultados. E que poderiam ser mais. E, sobretudo, teríamos apresentado uma alternativa para enfrentar o crescimento da centro-esquerda, como referência para setores amplos do movimento operário e popular. É uma reflexão que devemos fazer pensando no futuro.

 

 

Resumo dos resultados das forças de esquerda

 

                                               FI                                MST                                              PO                        

DISTRITO      2007   2009      %         2007   2009     %          2007   2009    %          

Capital                                  6404      5669  (0,31)    50606 13045 (0,72)    15546   12460 (0,69)

Bs. Aires.            13210   106764 (1,47) 65466                  39778 (0,55)   52327 77223 (1,07)

Córdoba                              36975  (2,24)                  13099  (0,79)                16588  (1,00)

Santa Fe                                 8570  (0,52)                    9895   0,54                    16801   (1,01)    

Total Nacional            175207                              116235                               216013

Total da esquerda: 507.455

Nota: em 2007, as três forças somaram cerca de 330.000 nacionalmente.

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