sex mar 29, 2024
sexta-feira, março 29, 2024

Argentina: Macri quer nos matar de fome

A fome cresce e se estende por todo o país. Os restaurantes comunitários aumentam e as organizações sociais não dão conta de atender os trabalhadores desempregados, milhares de pobres e indigentes, crianças como as de Tucumán, que imploram aos funcionários para poder comer e mães desesperadas.

Por PSTU-Argentina

Aqueles que têm algum dinheiro no bolso não conseguem comprar os alimentos por causa da inflação. Estamos padecendo de uma crise econômica e alimentar da qual nós os trabalhadores não temos culpa. Enquanto os usurários, abutres e bancos amigos de Macri embolsam os pagamentos dos lucros do endividamento colossal. Esses recursos poderiam ser aplicados para atenuar a fome e a pobreza de milhões de argentinos. O governo garante essa sangria e beneficia esses capitalistas e multinacionais produtores e exportadores de milhares de toneladas de alimentos, e não garante que nosso povo tenha leite nem alimentos de qualidade em suas casa. A oposição kirchnerista e do PJ “relatam” a crise mas apontam para “Macri ganhar em outubro” ao invés de enfrentar os culpados da mesma. O capitalismo está podre e nos leva à barbárie. Precisamos lutar por um programa socialista que nos tire deste desastre.

O INDEC (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos) oficializou em fevereiro um índice de inflação de 3,8% (em março espera-se mais de 4%) além de maiores aumentos de pobreza e da cesta básica. Os números são aterradores: 13 milhões de pessoas vivem na pobreza. Ou seja 32% da população é pobre numa Argentina exportadora de carne e trigo. Além disso, há 3 milhões de indigentes.

O brutal ataque à classe operária expressa-se nas mais de 200 mil demissões, suspensões e fechamentos de empresas. Salários abaixo da cesta básica e 20% a menos de poder aquisitivo no último ano. Os setores populares perderam seu direito a serviços básicos como gás e eletricidade por não poder pagar as contas. Com o kirchnerismo e o PJ não é melhor. As províncias governadas pelo Partido Justicialista e o kirchnerismo estão na mesma situação.

A imagem de um garoto que, com lágrimas nos olhos dizia, que “morremos de fome e vocês não fazem nada”, na Província de Tucumán, governada por Manzur, ex Ministro da Saúde de Cristina Kirchner é um exemplo disto. Nesta província, o índice de pobreza aumentou 2,4%. Em Formosa, governada há anos pelo kirchnerista Insfrán, cerca de 100 mil crianças vivem na pobreza e a situação dos povos originários é desesperadora. O ajuste afunda na miséria os docentes e trabalhadores estatais em Santa Cruz, da governadora Alicia Kirchner. Todos eles estão fazendo ajustes, assim como Macri.

O pagamento da Dívida e a especulação capitalista são os culpados.

A fome não é um “castigo divino”. É o resultado de uma política de acordo com o FMI para que seja a maioria do povo trabalhador quem pague as consequências do roubo e da especulação. São os exportadores de grãos, carnes e azeites do país, multinacionais, e os sócios e amigos deste Governo, os credores dos mais de U$S 150 bilhões novos da dívida que Macri alegremente contraiu com os abutres do FMI e especuladores nacionais e internacionais. São eles os que decidam os pagamentos da dívida externa, o preço dos alimentos e quantos dólares vendem ao Banco Central quando o preço está suficientemente alto.

Precisamos de medidas urgentes enquanto o Governo nos pede para “aguentar”, os dirigentes sindicais e a “oposição” nos dizem que temos que “nos unirmos todos contra Macri” para ganhar as eleições em outubro. Por seu lado, Juan Grabois dirigente de CTEP, junto com os donos de “Marolio” e “Maxiconsumo” apresentaram um projeto de “Ley de Góndolas”, limitando a 30% a exibição nos supermercados das primeiras marcas dando espaço para as Pymes e cooperativas para baixar os preços. De maneira alguma acreditamos que este mecanismo, em combinação com as patronais controlará os preços, num sistema de mercado capitalista dominado pelas grandes multinacionais. A rapina dos monopólios não pode ser controlada sem medidas de fundo. Se o monopólio monopoliza, não distribui e aplica preços especulativos internacionais, deve ser expropriado e colocado sob controle dos trabalhadores.

A fome não pode esperar! Precisamos de medidas urgentes para aliviar esta catástrofe social: de imediato devemos nos mobilizar exigindo da CGT, das CTAs, dos movimentos sociais para que se coloquem à frente para reclamar ao Governo e aos grandes supermercados, distribuidores e exportadores de alimentos que provenham gratuitamente à população que está necessitada, leite,carne, arroz, macarrão, azeite, e demais alimentos para aliviar a fome já e, um aumento geral de emergência de salários e aposentadorias, de acordo com a cesta básica. O capitalismo imperialista decadente nos arrasta para a miséria, a fome e a barbárie.

Para acabar com este desastre temos que lutar por um Governo dos trabalhadores para impor este programa.

UM PLANO OPERÁRIO DE EMERGÊNCIA JÁ

– Ruptura com o FMI; suspensão do pagamento da fraudulenta dívida externa. E com esse dinheiro gerar trabalho para todos: continuidade de todas as obras públicas, incluindo os planos de moradia, estradas, de infraestrutura hídrica, etc e as que estavam em mãos dos empresários investigados por corrupção, sob controle dos trabalhadores.

– Basta de demissões: divisão das horas de trabalho entre todos os trabalhadores. Se há menos trabalho, trabalhemos menos horas todos, sem redução de salários. Abertura dos livros contábeis das empresas, seus depósitos bancários e “investimentos” no exterior. Repatriação da fuga de capitais.

– Aumento salarial de acordo com o custo da Cesta Básica. Garantir o 82% móvel para as aposentadorias. Restabelecer, como mínimo, a porcentagem das contribuições patronais.

– Eliminação do IVA e impostos ao consumo popular.

– Expropriação de toda empresa que especule e/ou monopolize ocultando alimentos.

– Nacionalização com controle dos trabalhadores dos monopólios agrícola-pecuários e de todos os recursos naturais (petróleo e minerais).

-Renacionalização do sistema portuário nacional, sistema de armazenamento, etc.

-Monopólio do comercio exterior e estatização do sistema bancário e financeiro.

– Restabelecimento das Juntas Nacionais de Grãos e carnes ou uma instituição similar para garantir alimentos para todos.

 

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