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sexta-feira, março 29, 2024

Repressão e massacres incentivados pela política de Trump contra os trabalhadores imigrantes

Causou consternação no mundo inteiro o massacre de El Paso, Texas, nos primeiros dias de agosto, as mortes e o terror se repetiram em Odessa, Texas neste 1 de setembro. Entretanto, os atos de terror que se deram em 7 de agosto contra a comunidade imigrante latina não tiveram tanta difusão mediática. Desta vez aconteceram em 7 plantas processadoras de alimentos para animais em Bay Springs, Carthage, Canton, Pelahatchie, Sebastopol e Morton no Mississippi.

Nos operativos participaram 600 agentes da  Imigração e Controle Alfandegário dos EUA (ICE), com helicópteros e vários ônibus para transportar os detidos, também esteve presente o fiscal geral desse estado Mike Hurst, supervisando o desenvolvimento do operativo em Morton. Foi dito que capturaram 680 imigrantes, em sua maioria latinos, convertendo-se no maior operativo implementado pelo ICE até agora em um só Estado.

Por: Corriente Obrera (EEUU), La Voz de los Trabajadores (EEUU), Corriente Socialista de los Trabajadores (México)

Estes atos repressivos que aconteceram na companhia Koch Foods Inc., em Morton, Mississipi, mostram dados de particular importância. Quem são os donos? Os irmãos multimilionários Charles e David Koch – com uma fortuna estimada cada um deles em 60 bilhões de dólares. Segundo a revista Forbes, estão em oitavo lugar entre os mais ricos do país.

Família muito influente na política de Washington porque Koch Industries é a segunda maior empresa privada do país e tem interesses muito diversos que vão desde o petróleo até as toalhas de papel.

Estes senhores tem o “mérito” de ser os que ajudaram Trump a chegar a ser presidente, contribuindo com enormes quantidades de dinheiro. Financiam organizações que negam a existência da mudança climática, também respaldam economicamente os que atacam os sindicatos de trabalhadores.

Sobre estes personagens o professor da American University, Charles Lewis assinalou que os irmãos Koch são a empresa política mais ativa e poderosa, que investem milhões para que os políticos em Washington apoiem as propostas conservadoras e medidas para a desregulamentação da economia, como também as políticas de ódio contra os imigrantes.

Isto é, os trabalhadores imigrantes capturados estavam trabalhando para estes senhores, milionários corporativos que odeiam os imigrantes e a classe trabalhadora.  Sua imensa fortuna se gerou com os suculentos lucros, produto da superexploração diária desses próprios operários e depois “pagam” com ataques, prisões e deportações.

Estes fatos de perseguição e discriminação mostram o pano de fundo: a confrontação entre a classe trabalhadora e os patrões, entre pobres e ricos, entre explorados e exploradores.

E esse pano de fundo nos deve servir para compreender que a crise que afeta os trabalhadores imigrantes, não é um problema que se dá só pela falta de um sistema migratório amplo e humanitário, e sim que o centro de tudo isto está na natureza do sistema capitalista e da voracidade crescente das corporações para obter mais lucros de forma mais rápida.

E essa cobiça insaciável não aponta somente contra os trabalhadores imigrantes, e sim contra todos os trabalhadores, inclusive os de raça branca e raça negra nascidos no país. Mas que, no momento para enganá-los, dividir e facilitar a exploração, procura dar uma visão de ser só contra os imigrantes latinos a quem criminalizam cada vez mais. O objetivo é que os outros setores da população não saiam em sua defesa.

Para esta campanha de ódio procura disseminar entre as massas uma falsa ideologia, que pouco a pouco vem ganhando espaço: ser imigrante sem documentos e querer trabalhar é considerado um crime não somente pelo governo como também pelo cidadão comum.

Esta abordagem não existia antes e foi proposta primeiro por Jimmy Carter e aprovado depois por Ronald Reagan, o que nos leva a ver cada vez com mais clareza: os diferentes governos democratas e republicanos discriminaram e criminalizaram o operário imigrante.

Mas não os lucros milionários que eles produziram. Ninguém discrimina as fortunas que as empresas obtiveram pela exploração dos trabalhadores imigrantes. Ninguém explica quem são os que se beneficiam com o “delito” dos trabalhadores sem documentos.

A isto se somam os crescentes massacres cometidos por racistas, supremacistas brancos, nazistas e fanáticos religiosos, que são amparados pela retórica oficial e tem fortes vínculos com o poder econômico e político. Contam com o apoio de um setor dos milionários do país e também de altos comandos das instituições armadas, corporações policiais, o Pentágono e o Congresso.

Para combater este cínico emaranhado de discriminação, opressão e exploração é que continuamos chamando a sair em defesa dos imigrantes e a UNIR os trabalhadores de todas as raças, origens e religiões para rechaçar as políticas brutalmente repressivas do governo Trump.

Basta de ataques contra os imigrantes em todo o país! O ataque contra um, é um ataque contra todos! Direitos plenos para todos os imigrantes, DACA, TPS, e incluir a reunificação familiar! Nem um ser humano é ilegal!

Tradução: Lilian Enck

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