sáb abr 20, 2024
sábado, abril 20, 2024

Bush diz que torturas a prisioneiros “salvaram vidas”

Em livro de memórias recém-lançado, o ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, admite que autorizou o uso de uma técnica de tortura conhecida como “submarino”, em que o prisioneiro é submetido a simulações de afogamento. “Utilizando essas técnicas eu salvei vidas”, defende-se Bush. A Anistia Internacional quer que o governo norte-americano processe o ex-presidente.

Intitulado “Decision Points”, o livro justifica a tortura argumentando que os interrogatórios ajudaram a impedir atentados contra o aeroporto de Heathrow e o distrito Canary Wharf , na Inglaterra. Bush também cita supostas avaliações de especialistas segundo as quais as “técnicas” autorizadas por ele não causavam danos duradouros à saúde.

A organização Human Rights Watch, no entanto, contesta as alegações. Para a entidade de defesa dos direitos humanos, o submarino provoca forte dor física, terror de morte iminente, danos mentais prolongados, além de expor a vítima ao risco de morte por afogamento. Especialistas britânicos também contestam a afirmação de que os interrogatórios evitaram atentados contra o aeroporto de Heathrow e o distrito Canary Wharf. Segundo eles, as informações obtidas sob tortura não são confiáveis.

Além de justificar o uso de torturas, Bush também defende no livro a invasão do Iraque e confessa ter cogitado invadir o Irã e a Síria. Em comunicado divulgado na semana passada, a Anistia Internacional argumenta que, “sob a lei internacional, a admissão do ex-presidente de ter autorizado atos que equivalem à tortura é suficiente para desencadear as obrigações dos EUA de investigar suas admissões e, se comprovadas, de processá-lo”.

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