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quinta-feira, março 28, 2024

G20 enfrentará protestos em Buenos Aires

Os líderes do G20 – grupo que reúne os 19 países mais ricos do mundo mais a União Europeia se reunirá em Buenos Aires nos dias 30 de novembro e 1 de dezembro de 2018.

Por: Fábio Bosco

Esse grupo reúne 90% da economia mundial, 80% do comércio exterior e 66% da população de todo o mundo.

Ele foi formado em 2008 quando realizou seu primeiro encontro em Washington. Esta será a 13ª edição do evento.

As reuniões do G20 tratam de temas relativos à economia internacional e à garantia da ordem capitalista mundial contra as lutas e os interesses da classe trabalhadora.

Para esta edição são esperados o presidente americano Donald Trump, a chanceler alemã Angela Merkel, a primeira-ministra britânica Thereza May, o francês Emmanuel Macron além de outros chefes de estado odiados como o brasileiro Michel Temer, o indiano Narendra Modi além do próprio presidente argentino Maurício Macri.

Buenos Aires sob ocupação

Para garantir a segurança dos ilustres convidados, o presidente Macri, em coordenação com os serviços de segurança de todo o mundo, em particular o estadunidense, ocupou a capital argentina com 30 mil soldados. O aeroparque, segundo principal aeroporto da capital, e toda a área ao seu redor permanecerá bloqueada. Além disso uma força militar e de inteligência estadunidense com 400 integrantes permanecerá na outra margem do Rio da Prata em território uruguaio para coordenar ações de “segurança” (leia-se de repressão) com as forças em território argentino.

A central sindical uruguaia PIT-CNT protestou contra a presença da força militar americana não apenas porque a reunião do G20 acontecerá em outro país mas, principalmente, porque entende que seu país não deve, de forma nenhuma, auxiliar qualquer possível ação repressiva do outro lado do Rio da Prata.

Movimento sindical e popular argentino fará protestos

Há alguns meses foi formado o “Confluencia G20” reunindo sindicatos, partidos de esquerda e organizações do movimento popular. Seu objetivo é organizar os protestos contra o G20 e sua reunião.

No dia 29 serão realizadas várias atividades e debates com temas relativos às lutas sociais. No dia 30 será realizada uma grande passeata no centro de Buenos Aires. A agenda de atividades terminará no dia primeiro de dezembro.

Internacionalismo proletário

Além de organizações argentinas, há organizações de outros países que participarão dos protestos. Entre elas está a combativa central sindical e popular brasileira CSP-Conlutas e a Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas.

A presença de organizações de outros países é fundamental para construir um elo de ligação entre as lutas de todo o continente e de todo o mundo que se dirigem contra os governos e regimes liderados pelos participantes do G20.

A caravana dos imigrantes formada em Honduras, El Salvador e Guatemala e que está atravessando o México em direção à Tijuana na fronteira com os Estados Unidos é um exemplo de lutas operárias e populares que unem setores de diferentes países e atraem a solidariedade de todo o mundo.

Outro exemplo é a campanha pela imediata libertação do ativista internacionalista argentino Daniel Ruiz e demais presos políticos mantidos em cárcere pelo governo Macri e, pelo fim da criminalização das lutas sociais e da perseguição a ativistas como Sebastian Romero.

A reconstrução do internacionalismo proletário é uma tarefa colocada para os lutadores e ativistas combativos em todo o mundo.

Infelizmente as duas principais centrais sindicais internacionais, o Congresso Sindical Internacional (CSI ou ITUC em inglês) e a Federação Sindical Mundial (FSM ou WTUF em inglês), estão ausentes desse esforço de reconstrução do internacionalismo proletário.

LIT-QI presente

A Liga Internacional dos Trabalhadores (Quarta Internacional) e suas seções participarão dos protestos em Buenos Aires. Ao contrário da maioria das organizações políticas a LIT-QI acredita que estes protestos são mais um momento importante para a classe trabalhadora internacional expressar seu descontentamento com a ordem mundial capitalista e seus governantes e, construir laços em direção à reconstrução de um combativo movimento sindical e popular de vocação internacionalista.

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