qui mar 28, 2024
quinta-feira, março 28, 2024

Costa Rica | Contra a pobreza e o desemprego, por um 8M de luta

O Dia Internacional da Mulher Trabalhadora teve sua origem na II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em 1910. Por proposta de Clara Zetkin, concordou-se em comemorar essa data em repúdio às condições de opressão em que as mulheres trabalhadoras estavam no mundo e a favor do sufrágio sem restrições.

Por: PT-Costa Rica
O dia 8 de março não é uma data comum, é um dia de luta mundial da classe trabalhadora que busca a libertação da opressão e exploração para todas as mulheres trabalhadoras. Como todos os anos, o Dia Internacional das Mulheres Trabalhadoras deve servir para impulsionar as lutas em todo o mundo e discutir a realidade das trabalhadoras à luz dos principais problemas que afetam a classe trabalhadora.
O desemprego aprofunda desigualdades
Uma das principais preocupações da população e das mulheres em particular é o acesso ao emprego. As últimas pesquisas revelam que, em 2019, o desemprego teve uma porcentagem maior entre as mulheres, com 15,3%, enquanto no caso dos homens, foi de 9,9%.
Apesar disso, o governo continua tentando descarregar a culpa na população. A ministra do Trabalho, Geannina Dinarte, disse que há um setor da população que abandonou seus estudos nas últimas décadas e não possui os perfis exigidos pelas empresas.
Na mesma linha, o presidente Alvarado, sendo ministro do Trabalho no governo anterior, disse na época que “há trabalho, mas falta treinamento”.
Suas versões contradizem a realidade. Não apenas existe uma política de definição da educação, mas as mulheres representam 60% das graduações nas cursos universitários, mas, mesmo assim, continuam sendo as mais afetadas pelo desemprego.
Violência econômica: uma engrenagem fundamental para a violência sexista
Em 8 de março do ano anterior, o Governo anunciou o estabelecimento de uma frente constituída pelos Ministérios do Trabalho, Habitação, Desenvolvimento Humano, INAMU e INA para a atenção das mulheres em situação de pobreza. O Presidente Alvarado disse que “o governo intensificará a integração de mais mulheres no mercado de trabalho com opções de assistência e treinamento técnico e bilíngue, para reduzir as disparidades salariais entre homens e mulheres, impactar no crescimento econômico e sua qualidade de vida e de suas famílias”.
Mas, desde então, a diferença de gênero no desemprego aumentou de 52,4% para 77% e o orçamento da educação diminuiu, afetando também os serviços da rede de atenção, que cobrem apenas 6% da população objetivo
Pouco serviu às trabalhadoras ter um governo que afirma defender seus direitos ou para ter Patricia Mora, da Frente Ampla, à frente do INAMU. Não há possibilidades de melhoria para as mulheres enquanto o governo continuar pressionando a agenda do Fundo Monetário Internacional ou cortando programas de assistência social que afetam especialmente elas e suas famílias, condenando-as à pobreza e mantendo a dependência econômica de seus companheiros. Por isso, dizemos que não apenas enfrentamos a violência de seus companheiros, mas também de um Estado que, com sua política de cortes e desigualdades, as violenta diariamente.
Enfrentar as políticas de desigualdade com organização e luta
Em 8 de março, é essencial que a classe trabalhadora assuma as demandas das mulheres como parte de seu plano de luta. Para enfrentar a situação crítica de desemprego e precariedade no emprego, é urgente a organização. É por isso que é essencial exigir a redução da jornada de trabalho sem redução dos salários, para que mais pessoas possam ter um emprego decente.
Além disso, é urgente exigir a cessação do pagamento da dívida pública, para que o dinheiro destinado todos os anos para o pagamento da dívida seja investido em educação, saúde e em um plano de obras públicas que gere emprego decente para as mulheres. .
Junto com isso, é essencial ter uma política especial para nos libertar das tarefas domésticas e de cuidados que hoje limitam as possibilidades de as mulheres trabalhar fora. Por isso, é necessário o investimento estatal em creches, restaurantes e lavanderias 100% públicas, para que as tarefas de cuidados e trabalho doméstico, tradicionalmente recarregadas nos ombros das mulheres, sejam socializadas.
Tradução: Lena Souza

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