qui mar 28, 2024
quinta-feira, março 28, 2024

Argentina: O que o #8M nos deixou

O 8M no mundo inteiro não foi uma data a mais. Centenas de milhares de mulheres fizemos as ruas verdadeiramente tremer. É que não aguentamos mais nossa situação: violência para nossas meninas, feminicídios, e impunidade para agressores e violadores, salários que nunca são iguais aos de nossos companheiros homens e uma longa lista que provoca, a cada dia, o aumento do número de mulheres que vamos à luta.

Por: Lucha Mujer – Argentina

Na Argentina, as cidades se encheram de uma enorme maré verde e lilás, que se concentrou principalmente na histórica Plaza de Mayo. Muitos companheiros de trabalho e estudo também nos acompanharam porque vão entendendo que eles também devem combater o machismo.

Entretanto, a Paralisação das Mulheres só teve alguma força no setor estatal e docentes, onde os sindicatos majoritários a convocaram. Em outros lugares, tivemos que nos conformar em sair correndo do trabalho ou com alguma permissão “especial”.

As operárias fabris, as precarizadas, as empregadas domésticas, que trabalham no dia a dia e se não trabalham, não comem, essas não puderam fazer parte da manifestação. Que diferente teria sido o panorama se as Centrais Sindicais como a CGT tivessem chamado à Greve Geral por nós todas! Muito longe disso, continuam negociando nossas vidas em troca do dinheiro das obras sociais ou de migalhas que de nada servem para os trabalhadores. Temos motivos de sobra para lutar pela Greve Geral.

Mas as principais dirigentes do Movimento de Mulheres, kirchneristas e do PJ, não exigiram da CGT e das CTAS onde tem peso. Pelo contrário, nos poucos lugares onde as mulheres pudemos parar, nossos próprios companheiros foram obrigados a realizar nossas tarefas e assim, as patronais e o Governo praticamente não sentiu o golpe. Inclusive houve empresas que deixaram as mulheres sair antes do tempo, já que seus companheiros as cobriam. Para eles, a única coisa que dói é o seu bolso, não a vida e os direitos das mulheres trabalhadoras.

Por isso, e apesar das multitudinárias mobilizações, pouco ou nada mudou. Temos que conseguir com que nossos companheiros de cada fábrica, cada escola ou universidade, cada escritório ou de cada casa se coloque ombro a ombro conosco, lutem pela nossa vida e nossos direitos. E ir à luta todos juntos contra o governo de Macri, o Governo do ajuste e da repressão, dos aumentos de tarifas e da fome, das demissões e flexibilização trabalhista. Juntos e nas ruas, parando tudo, é a única maneira de conquistar os direitos que precisamos.

Tradução: Lilian Enck

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