ter abr 16, 2024
terça-feira, abril 16, 2024

COVID-19 no Chile: o novo ingrediente ao “oásis” capitalista em decadência

A pandemia veio demonstrar a decadência do sistema capitalista, cujos governos se manifestam com negligência quando se trata da saúde e da vida dos trabalhadores, em particular daqueles que são menos produtivos para eles: os idosos. Deixaram novamente a nu que a saúde é um negócio para os empresários, pois o pouco investimento em ciência e tecnologia mostra suas conseqüências. No mundo existem cerca de 170 mil casos de contágio e já tem mais de 6 mil mortos.

Por: MIT – Chile
O novo coronavírus (COVID-19) entrou em um Chile revolucionado contra mais de 30 anos de saúde e aposentadorias miseráveis, contra mais de 30 anos de corrupção, um Chile revolucionado que inclusive obrigou os de cima a propor um plebiscito e Processo Constituinte que hoje está postergado pela pandemia. Nesse marco, a entrada do COVID-19 só evidencia novamente a crise do oásis capitalista.
A saúde pública no Chile, ao contrário do que o Ministro Mañalich diz, é uma das piores: as listas de espera em hospitais deixaram milhares de mortos, no final de 2019 ainda havia mais de 100 pacientes na lista de espera para atendimentos que vinham de 2017. A falta de medicamentos, de profissionais da saúde e insumos agravou a situação; a falta de leitos significou que muitos tiveram que ser hospitalizados em cadeiras ou no chão; pacientes em hospitais de San Bernardo tiveram que aguentar até 12 horas de espera por falta de pessoal; em 2019 quimioterapias foram suspensas em Valparaíso pela situação de crise; há falta de capacitação de pessoal. Nesse contexto, o aumento de 5,7% no orçamento para 2020 foi o menor dos últimos cinco anos.
Por isso não é difícil escutar canções ou ver cartazes com a frase “hoje ou morro em ‘baquedano’ (na primeira linha da Plaza Dignidad) ou em uma lista de espera”. A revolução chilena veio querendo acabar com toda essa miséria que os ricos nos impõem, e que hoje se evidencia no aumento dos preços das farmácias (já conhecidas pelo conluio de preços) e outros especuladores diante da pandemia: máscaras que podem custar cada uma 20 pesos pela CENABAST, são vendidas entre 400 até mil pesos cada uma (ou muito mais), nas caixas de 50 unidades. O governo se limita a fazer um chamado às cadeias, para tentar intervir, mas o “livre” mercado só dá liberdade aos donos das cadeias farmacêuticas. Por isso, é totalmente legítimo que as famílias, diante do roubo das grandes cadeias, saiam para recuperar suprimentos básicos para assegurar sua saúde e vida.
Nesse Chile entra o COVID-19, nosso país já lidera a lista dos países da América do Sul em propagação do vírus por habitante; em segundo lugar, mas muito abaixo, se localiza o Peru. Já estamos na Fase 4 e, como cereja do bolo, hoje advertem que é possível chegar a abril deste ano com mais de 40 mil casos de contágio no país.
Uma crise da saúde que acelera uma crise econômica
Assim, a entrada do COVID-19 (se não houver uma mudança drástica em relação à privatização da saúde) só poderá aprofundar a crise da saúde pública.
Mas, como sempre, o que mais gera alarme na burguesia, é a queda de suas ações, como esta pandemia impacta (devido à incerteza sobre se haverá consumo ou não) seus números de crescimento. Diante disto, tem que ser esclarecido que não é que estejam tendo perdas, e sim que seus lucros são menores. As perdas como sempre, iriam para os trabalhadores. Por isso, nós trabalhadores estamos interessados em como as cifras dos empresários são desenvolvidas, no sentido de nos prepararmos caso estas cifras gerem mais ataques aos nossos direitos.
Assim, foi impactante ver como caíram as bolsas de valores do mundo. Na China devido ao COVID-19 reduziu a produção, caindo 13.5%, uma cifra que não se via há uns 30 anos. O Chile é muito dependente da China, em particular pela exportação do cobre, dessa forma essa realidade chegou. Por outro lado, as bolsas chilenas, quantificadas no IPSA (Índice de Preços Seletivo de Ações), caíram 14,11% encabeçada pela queda da Latam (devido à evidente diminuição de vôos), a segunda maior queda da história após o plebiscito de 1988, quando despencaram 16,67%. Por outro lado, os fundos das AFPs tiveram uma queda de 7% afetando como sempre os trabalhadores, deixando-nos com piores aposentadorias.
Estas cifras e seu alarmismo por causa do lucro menos suculento (porque os grandes grupos sempre tem lucro), são o que os fortalece para obrigar os trabalhadores a “irem trabalhar” , ainda que estejamos colocando em risco nossa saúde, enquanto os altos executivos ou setores administrativos ficam em suas casas cumprindo as tarefas necessárias.
Esta situação levou os economistas a dizer que no Chile é certeza que virá uma recessão econômica. Antes de 18 de Outubro vínhamos com um crescimento, dos ricos, de 3%. Após 18 Outubro chegou a 1.3% (ou quase 0% para os mais rigorosos), e agora com o impacto da pandemia poderia se ver números em vermelho, isto é, recessão. Seria uma economia que enfrenta uma crise em piores condições que a economia que enfrentou a crise de 2008, devido a 4 fatores principalmente:
O Chile elevou seu endividamento, já que para garantir as poucas medidas adotadas frente à revolução endividaram o Estado em lugar de tocar nos lucros dos empresários. Assim, se em 2008 a dívida pública chegava a 4.9% do PIB, hoje se aproxima de 30% do PIB.
Há um déficit fiscal de 2.8% do PIB este ano, enquanto que frente à crise de 2008 havia um superávit fiscal de 3.9% do PIB.
Os fundos soberanos (dinheiro do Estado, poupado) são menores: em 2008 a poupança chegava a US$20,216 bilhões e agora são US$ 12,352 bilhões.
Há pouco espaço para o Banco Central baixar a taxa de juros com o objetivo de estimular a economia: em 2008 pôde reduzir de 8.25% a 0.5%, hoje o COVID-19 entrou com uma taxa de juros de 1.75% e que já foi reduzida em 1%.
Assim, a crise da saúde que o novo coronavírus traz, entra como um ingrediente que faz uma combinação mais explosiva frente à situação chilena. Já existia uma crise política desatada em 18 Outubro, depois a crise da saúde acelera a crise econômica, e por sua vez, a crise econômica pode significar que a burguesia dê menos espaço (ante seus números em vermelho) para fazer concessões com o fim de aliviar a crise da saúde, aprofundando com isso uma crise social, uma crise política e gerando um círculo vicioso que demonstra a decadência do capitalismo e incapacidade para responder aos problemas mais mínimos e humanos da classe trabalhadora.
Nitidamente, no Chile já vivemos uma revolução, pode ser que a pandemia e a necessidade de quarentena nos façam ficar em casa por resguardo à saúde, e em um primeiro momento não haja grandes manifestações, mas se as contradições continuarem se acumulando, pode haver um 18 de Outubro e talvez mais agudo em médio prazo.
Novo Coronavírus (COVID-19): um risco real que não podemos menosprezar
Há setores que dizem que o COVID-19 é uma conspiração dos ricos para frear as revoluções, e por isso tem uma atitude irresponsável frente à pandemia. É evidente que a burguesia irá usá-lo para seus fins, mas hoje inclusive agrava sua crise. O COVID-19 é real e, independentemente da burguesia usá-lo, hoje está matando pessoas, em particular os setores mais empobrecidos e com menos acesso à saúde. Nesse sentido a primeira denúncia que devemos fazer à burguesia e seus governos, é a negligência com que tratam esta crise da saúde, certamente porque seus lucros lhes importam mais do que a vida dos que estão abaixo. Por isso, devemos considerar seriamente a questão e propor uma saída revolucionária que se apóie na ciência e na medicina.
Uma saída a partir da classe trabalhadora para enfrentar a pandemia
Enquanto os ricos desfrutam de sua quarentena com todas suas comodidades, a classe trabalhadora e o povo pobre terminam sendo vítimas de um sistema de saúde precário, de continuar trabalhando nas fábricas apesar da alta probabilidade de contágio, ou pior ,vivendo em condições de rua. Exijamos um Plano de emergência contra o “Coronavirus” frente à inaptidão de Mañalich e do governo empresarial de Piñera. Nossas vidas e nossa saúde estão acima de seus lucros!
📌 Teste de detecção precoce do vírus, gratuito e massivo
– A prevenção é a principal medida para continuar evitando a propagação, este foi um dos acertos da Coréia do Sul e um dos principais erros da China: até o isolamento forçado de Wuhan, 86% de todas as infecções não estavam sendo detectadas, em 23 de janeiro só havia 801 casos documentados, enquanto que o total de infectados devia ser de 13.118.
Para isto devem-se colocar testes gratuitos à disposição da população tanto nos hospitais como em especial nas clínicas, para evitar mais saturação do sistema público de saúde. Hoje Piñera limita o teste e é gratuito só no sistema público em colapso do Fonasa, o restante pode chegar a custar entre 20 mil a 50 mil pesos.
📌 Distribuição gratuita de sabão, álcool em gel, máscaras e insumos de primeira necessidade
📌 Liberdade imediata aos presos por lutar
–As prisões são um dos setores mais lotados, libertar nossos companheiros é urgente. No Brasil já houve fuga de 1.350 presos esta segunda-feira, eram de várias prisões e fugiram após realizar uma série de protestos pelas limitações impostas pelas autoridades sobre as visitas e as permissões de saída para tentar conter a propagação do novo coronavírus. Hoje o coronavírus sob um governo de empresários, só deixa nossos companheiros presos por lutar mais desprotegidos, situação mais grave quando a grande maioria deles estão encarcerados sem ter provas consistentes das acusações.
📌 Aumento imediato das pensões para os aposentados
–Ao ser uma população de risco, verão seus gastos aumentarem, hoje os idosos são duplamente golpeados: pelo coronavírus e pelas aposentadorias miseráveis que os levam a estar na miséria. Deve-se aumentar as aposentadorias imediatamente para no mínimo 500 mil pesos, através da expropriação dos fundos roubados pelas AFPs.
📌 Fortalecer a saúde pública acabando com a saúde privada: por um sistema único de saúde estatal sob controle dos trabalhadores.
–Que as milionárias subvenções que as clínicas privadas recebem sejam utilizadas para os hospitais da classe trabalhadora. Só em 2019, o Estado entregou mais de $550 bilhões em prestações à saúde privada. Acabemos com o negócio das clínicas privadas, tirando de seus donos e estatizando sob controle dos trabalhadores para deixar com suas instalações e todo o serviço do conjunto da população. Por uma saúde pública que avance em tecnologia, ciência e desenvolvimento para garantir o atendimento da população.
Os lucros das Isapres tem sido um dos poucos que sempre aumentam, devemos expropriar esses fundos e colocá-los a serviço de um fundo único de saúde para os chilenos.
📌 Quarentena garantida através da infraestrutura de hotéis ou outros
–Em particular para as pessoas que vivem em situação de rua ou amontoadas que não tenham condições para manterem-se isoladas de seus pares. Também deve ser garantido aos mesmos o material necessário para cuidados e alimentação.
📌 Retornar aos preços originais dos produtos e serviços básicos. Congelamento de preços.
–Não podemos permitir o abuso enorme que exista uma superinflação de preços nos artigos de desinfecção, limpeza e comida.
📌 Estatização, sob controle das e dos trabalhadores, das farmácias ou outras empresas que especulam e aumentam os preços.
–Prisão para seus donos e altos executivos responsáveis pela especulação frente à crise da saúde.
📌 Importação do Interferon 2b com dinheiro das Isapres
–Até agora, a municipalidade de Recoleta trará medicamento usado com bons resultados na China e Espanha contra o COVID-19, porque fortalece o sistema imunológico. Será entregue grátis aos contagiados. Acreditamos que esta medida deve ser estendida a nível nacional, mais ainda quando se anuncia que em abril chegará a 40 mil casos.
📌 Cuidado especial e garantias para trabalhadoras domésticas, jardineiros e trabalhadores da limpeza
–Muitas trabalhadoras domésticas devem continuar a cumprir suas tarefas no bairro alto, onde mais se concentram os casos de COVID-19, o mesmo com os jardineiros, e enfrentam a repressão de seus patrões tendo que expor sua saúde e suas famílias. Os lixeiros e trabalhadores da limpeza também estão muito mais expostos que o resto da população. Pelo direito à quarentena total das trabalhadoras domésticas e jardineiros, garantindo o pagamento integral de seu salário. Só em caso de urgência, por serem serviços de emergência, manter os trabalhadores da limpeza e lixo, mas com a maior proteção garantida pelo Estado: máscara, álcool em gel, testes preventivos gratuitos, etc.
📌 Contratação massiva de mais profissionais da saúde e apoio para enfrentar a crise
– Que isto venha acompanhado de capacitação necessária e de turnos que evitem superexplorar os trabalhadores da saúde. Equipamento de segurança para eles também. Que sejam contratados todos os trabalhadores da saúde que estão desempregados ou sub-contratados incluindo aí estudantes de medicina, enfermaria, técnicos, etc. Isto com salários de acordo com o risco, isto é com aumento de salários especialmente para técnicos e cargos mais baixos.
📌 Proibição de cortar suprimentos básicos.
–As empresas não podem cortar luz ou água por falta de pagamento frente à crise da saúde. O problema de suprimentos básicos frente a zonas como Petorca colocam à mostra a crise do capitalismo que leva à crise hídrica. Todas as comunidades e em especial comunidades como Petorca devem ser providas de suprimentos básicos!
📌 Perdão de dívidas dos trabalhadores com os bancos e o varejo
–Detenção imediata da cobrança das prestações pessoais com os bancos públicos e privados, assim como das lojas de eletrodomésticos, casas de penhores e cartões de crédito.
📌 A crise da saúde não é solucionada com mais repressão
–Piñera anunciou que aplicará rigor para quem não cumprir as medidas de quarentena com uma hipocrisia brutal enquanto obriga os trabalhadores a estar diariamente no metrô. Por seu lado o Ministro Lucas Palacios, disse que para poder fixar os preços do mercado frente à especulação, precisaria de um Estado de Exceção. O governo usa esta crise para fortalecer a repressão, mas devemos deixar claro que não aceitaremos que os militares voltem para as ruas.
📌 Vacinação gratuita e urgente para a população de risco em seus domicílios
Não podemos expor os idosos e a população de risco a se continuar indo aos hospitais com filas eternas por causa das vacinas, alguns municípios estão tendo a política de ir aos domicílios para vacinar, isto deve ser uma medida nacional.
📌 Total transparência sobre a propagação do vírus
–Por comissões independentes integradas por profissionais idôneos e membros das organizações de trabalhadores, que controlem toda a informação que o estado controla, sem nenhum tipo de censura.
📌 Nenhuma demissão nem diminuição dos direitos das e dos trabalhadores
–Subus de Transantiago (empresa de transporte público) já demitiu 28 motoristas por negarem-se a trabalhar em condições de insalubridade, não podemos permitir isto, tem que se seguir o exemplo do resto dos trabalhadores que paralisaram por tempo indeterminado. As e os trabalhadores NÃO somos bucha de canhão dos empresários. Subvenção para a população desempregada. Não deixemos que seus números em vermelho ataquem mais nossa vida.
📌 Se as empresas ameaçam quebrar ou fechar devem ser estatizadas e colocadas sob controle das e dos trabalhadores
–Somos os que produzimos as riquezas do país, somos os únicos capazes de administrar democraticamente a produção e deter a crise do capitalismo.
📌 Não pagar a dívida pública para garantir orçamento
–A dívida chilena chega a 30% do PIB, acreditamos que se deve deixar de pagar esse dinheiro e destiná-lo à saúde e vida das pessoas.
📌 Expropriação do patrimônio das 8 famílias mais ricas para garantir recursos para esta crise da saúde
–. O governo dispunha de um fundo de 220 bilhões de pesos, ou seja por volta de 259 milhões de dólares para financiar a crise da saúde. Isso, enquanto o patrimônio das 8 famílias mais ricas (Luksic, Angelini, Matte, Piñera e outros) está por volta de 35 bilhões de dólares, isto é 135 vezes o orçamento para esta crise da saúde. Esse patrimônio das famílias (que se concentram em mineração, silvicultura, pesca e mercado financeiro) é de modo geral sem considerar o lucro das Isapres e das clínicas privadas.
–Devemos colocar à disposição da saúde e da vida da classe trabalhadora o que por mais de 30 anos as famílias mais ricas deste país nos roubaram.
📌 Nacionalização dos bancos sob controle dos trabalhadores
–. Se a crise econômica se aproxima, o que os governos costumam fazer é injetar somas vultosas de dinheiro para salvar bancos inescrupulosos, tudo à custa de reduzir direitos do povo trabalhador. Por isso é necessário expropriar os bancos privados, por um Banco estatal Nacional que possa planificar o conjunto da economia para que esteja a serviço dos trabalhadores e não de empresários inescrupulosos.
📌 Liberdade de organização para os trabalhadores, em especial os da saúde que enfrentam esta crise.
–Fazemos um chamado para cercar de solidariedade os trabalhadores da saúde, para que lhes seja dado o direito de organizarem-se em conjunto com a comunidade e trabalhadores em geral, já que não confiamos nas medidas de governos e altos comandos, que estão colocando seus lucros acima de nossa vida. Por isso necessitamos avançar em organizações independentes, que a classe trabalhadora escute a voz dos trabalhadores da saúde e cientistas, no sentido de aprofundar um Plano que realmente proponha medidas para frear esta pandemia. Para essa organização podemos ver diferentes formas de autocuidado, evitando exposições desnecessárias.
📌 Greve Geral até parar a pandemia
–Se o governo chama para não haver aglomerações, é uma hipocrisia que nos obrigue a tomar o metrô para trabalhar, ou nas fábricas fazer com que milhares de trabalhadores se concentrem para a produção. Chamaram a suspensão do comércio ambulante das ruas, enquanto que as grandes casas comerciais como supermercados ou shoppings continuam operando com total normalidade.
Por isso, parte central de enfrentar o problema é criar (nos lugares que nos forcem a nos expor pelo trabalho) comissões de trabalhadores frente à crise, com o objetivo de ver medidas de emergência, dentro delas deixar de ir trabalhar para resguardar nossa saúde e paralisar a produção mediante Greve Geral para garantir a quarentena. Devemos seguir o exemplo dos trabalhadores da Itália. Esta greve deve ser com exceção das poucas fábricas essenciais para a produção de maquinário hospitalar, máscaras, produtos farmacêuticos e das empresas que produzem alimentos de primeira necessidade.
A CUT vergonhosamente só se limitou a propor uma comissão tripartida entre empresários, governo e trabalhadores, sem nenhuma política de emergência real.
A quarentena combinada com a Greve para não ir trabalhar não significa tirar o estado de mobilização e alerta, muitas famílias fizeram panelaços a partir de suas casas, há formas alternativas de nos organizar (mantendo todas as medidas de autocuidado, higiene e evitar exposições desnecessárias) para enfrentar a crise, pois estes governos não responderão à nossa saúde.
Tirar Mañalich e Piñera do poder para deter o COVID-19
Ninguém confia neste Governo do 6% (apoio à Piñera), menos ainda em um ministro que no ano passado chamou de ignorantes os que pediam mais orçamento para a lei do câncer, e depois disse que temos o melhor sistema de saúde do mundo frente à crise do mesmo. Nenhum dos dois levará a cabo todas as medidas anteriores que são necessárias para colocar a saúde dos trabalhadores acima dos lucros dos empresários, pelo contrário atuaram com total negligência, e se chegamos à Fase 4 é por principal responsabilidade deles – e outros governos do mundo-. Por isso continua mais vigente do que nunca a necessidade de que Mañalich e Piñera saiam!
Socialismo ou barbárie
O COVID-19 surge como um mal incontrolável devido a uma economia capitalista desorganizada, que não prioriza uma planificação que centralize as necessidades da humanidade como a saúde e a ciência, e sim que prioriza uma desordem no qual manda produzir o que trouxer mais lucro ao patrão. Esse funcionamento capitalista traz males ao meio ambiente com a crise pela aceleração da mudança climática, e agora o vemos na saúde com esta pandemia. Isso ocorre no Chile, uma economia dependente, que pelo lucro dos empresários de países imperialistas, colocam nosso povo trabalhador em uma situação de desproteção maior, e que agora enfrenta uma recessão dos ricos que fará os trabalhadores pagarem. Assim, se isto não for controlado, estaremos piores que a Itália onde 6,21% dos infectados morreram. Nenhum governo empresarial, nem Piñera nem Bachelet, nem sequer a Frente Ampla, poderão enfrentar tudo isso nem levar adiante as medidas necessárias para o Plano de Emergência.
Por isso só nos resta continuar com esta revolução para derrubar os mais de 30 anos, para derrubar todos os governos capitalistas e forjar o caminho para uma Assembléia Constituinte livre e soberana, que só poderá ser conquistada se todos os trabalhadores tomarem o poder, mediante um Governo Operário e popular que promova uma sociedade antagônica à capitalista: uma sociedade socialista.
Tradução: Lilian Enck

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