sex abr 19, 2024
sexta-feira, abril 19, 2024

El Salvador: votamos pela luta

Pronunciamento da Plataforma da Classe Trabalhadora.

Em 3 de fevereiro, se realizam as eleições presidenciais em El Salvador, no entanto, todas as opções partidárias representam, de uma forma ou de outra, variantes burguesas. Os programas desses partidos não representam uma ruptura com o capitalismo, e muito menos apresentam um caminho socialista, por isso nós revolucionários organizados na Plataforma de Classe Trabalhadora, reafirmamos que ninguém nos representa e por essa razão VOTAMOS NULO.

Sabemos que milhões de trabalhadores salvadorenhos não pensam o mesmo e consideram que, ao votar por uma ou outra bandeira, na realidade, mudarão os destinos do país. A estes/as companheiras e companheiros queremos dizer, olhando-os nos olhos, que todos os partidos representam um setor da burguesia, por isso, ganhe quem ganhe, vai encontrar o país em uma crise fiscal severa, tema ausente em toda a campanha, e deverá aplicar a receita do Fundo Monetário Internacional.

O que está vindo é a continuação da implementação do plano de ajuste neoliberal imposta pelo imperialismo através das instituições financeiras internacionais, ou seja: aumento do IVA, a eliminação de direitos dos trabalhadores, congelamento de salários, redução e eliminação dos subsídios, redução de orçamentos para gastos sociais, eliminação de conquistas dos trabalhadores do setor público e precarização das condições de vida da classe trabalhadora em geral.

Nenhum candidato colocou que vai romper as relações com o imperialismo ou que romperá os acordos de livre comércio, que vai reverter as privatizações e nacionalizar empresas públicas que foram arrebatadas pelo estado, que vai recuperar a moeda nacional, que vai expropriar as grandes indústrias no país, que vai retomar o programa histórico da luta das mulheres, que vai implementar um plano de obras públicas que dê emprego para o grande número de jovens desempregados, que irá reduzir a jornada de trabalho sem redução de salários, que irá implementar saúde e educação universal, gratuita e de qualidade.

E isso é assim porque todos respondem aos interesses da sua classe e também porque a classe trabalhadora está órfã de um instrumento político que a represente, organize e mobilize.

É por esta razão que acreditamos que o trabalho mais importante que temos, nós revolucionários, é a organização, conscientização e mobilização da classe trabalhadora e a construção de nosso próprio instrumento político, não para as eleições, mas para a transformação revolucionária da realidade, a tomada do poder e o socialismo.

Estamos conscientes de que milhares de trabalhadores confiam em um determinado candidato, uma vez que depositaram nele suas aspirações e anseios por um futuro melhor, estamos convencidos de que será mais uma decepção, e que em breve veremos como sua origem e interesses de classe se tornam visíveis.

Por outro lado, tiveram sinais de possibilidade de fraude eleitoral. Nós revolucionários, embora não compartilhamos a visão e propostas de nenhum dos candidatos, acreditamos que os únicos que podem tirar ou colocar as autoridades são as massas trabalhadoras e o povo. Então, no caso de uma tentativa de fraude, exigiremos que a vontade popular seja respeitada nas ruas e nas barricadas.

Finalmente continuaremos, a partir de 4 de fevereiro, no trabalho de construção do instrumento político da classe trabalhadora e nosso primeiro ato de protesto contra o novo governo será anular o nosso voto. “Não temos escolha, a não ser explicar pacientemente, insistentemente, de forma sistematicamente o erro da tática implantada. Enquanto sejamos uma minoria, vamos realizar uma tarefa de crítica para livrar as massas do engano. Não queremos que estas deem crédito exclusivamente às nossas palavras. Nós não somos charlatães. Queremos que as massas se livrem de seus erros pelas mãos da experiência. Não há que temer permanecer em minoria. Não para sempre, mas por algum tempo. A hora do bolchevismo chegará.” (Lenin)

San Salvador 3 de fevereiro de 2019.

Plataforma da Classe trabalhadora, seção salvadorenha da Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional

Tradução: Lena Souza

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