“Manter-me preso é para domesticar trabalhadores que lutam, falharam, vocês continuam lutando e essa é a garantia de que, em breve, todos os presos políticos deste governo estaremos livres.” Assim se definiu Daniel Ruiz, membro do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) e o único dos manifestantes reprimidos em 18 de dezembro de 2017, durante protestos contra a reforma da previdência no Congresso, que continua preso.
Por: Adriana Meyer
Da penitenciária de Marcos Paz emitiu uma carta pública na qual ele resumiu sua situação: “Cinco meses resistindo, cinco meses de apoio e solidariedade, três anos que o povo luta contra Macri”. Além disso, várias organizações do Encontro Memória, Verdade e Justiça solicitaram à sala I do Tribunal da Corte de Cassação uma audiência para resolver o recurso de liberação apresentado pela defesa do militante do PSTU, detido com prisão preventiva desde 12 de Setembro de 2018.
Por sua vez, Myriam Bregman e Christian Castillo, do PTS-FIT, apresentaram um amicus curiae demonstrando as arbitrariedades na causa devido aquela operação repressiva, o expediente que mantém detido Daniel Ruiz. Matthias Aufieri, advogado de outros réus disse que em dezembro a Associação de Ex-Presos e Desaparecidos apresentou uma carta semelhante ao juiz Sergio Torres, que deve resolver a situação de uma dúzia de outros réus chamados para interrogatório nos últimos meses de 2018.
“O operário petroleiro Daniel Ruiz se encontra injustamente preso por ter participado nas enormes manifestações contra a chamada reforma da previdência que acabou de afundar as condições de vida de milhões de aposentados“, disse a legisladora Bregman. “Daniel milita no PSTU e é acusado de crimes incríveis como o de intimidação pública, usado por Cambiemos e seu sistema judicial viciado em perseguir aqueles que protestam contra as medidas de fome e entrega. Ele não machucou ninguém e nem chegou perto de fazer isso. Ele é acusado de supostamente soltar para o ar fogos artifícios – três fogos – mas nós queremos saber por que não perseguem e investigam com o mesmo vigor centenas de policiais que dispararam balas de borracha no rosto da multidão, fazendo dezenas de manifestantes perder um olho“, acrescentou. A deputada trotskista lembrou que se Ruiz fosse condenado não implicaria prisão, além de que está privado de sua liberdade porque o juiz diz que ainda não pode prender Sebastián Romero, que pertence à mesma organização política.
“Apesar do assédio, tudo o que conseguiram foi que a nossa luta ficasse conhecida e, assim, ter mais força. As políticas econômicas de Macri deixaram demissões, fome, fechamento de empresas e comércios, a minha cidade Comodoro Rivadavia é testemunha disso, como outras regiões do país”, diz a carta do militante do PSTU, e agradeceu o apoio que chega diferentes partes do país e do mundo.
Fonte: https://www.pagina12.com.ar/175124-mi-prision-es-para-domesticar-a-los-trabajadores?fbclid=IwAR3lVIKkoJObZ0xl7WBaRL2qlKHU9KLNSU0Sg1Jji3l4og5T9v8WRZvLOus
Tradução: Lena Souza